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domingo, 4 de novembro de 2012

Canção do Expedicionário...


Rapsódia que cantaram os soldados brasileiros nos campos de batalha da Europa


I


Você sabe de onde eu venho?

Venho do morro, do engenho,

das selvas, dos cafezais,

da boa terra do coco,

da choupana onde um é pouco,

dois é bom, três é demais.


Venho das praias sedosas,

das montanhas alterosas,

do pampa, do seringal,

das margens crespas dos rios,

dos verdes mares bravios

de minha terra natal.

Por mais terras que eu percorra,

não permita Deus que eu morra

sem que volte para lá;

sem que leve por divisa

esse "V" que simboliza

a vitória que virá:


Nossa vitória final,

que é a mira do meu fuzil,

a ração do meu bornal,

a água do meu cantil,

as asas do meu ideal,

a glória do meu Brasil!


II


Eu venho da minha terra,

da casa branca da serra

e do luar do meu sertão;

venho da minha Maria

cujo nome principia

na palma da minha mão.


Braços mornos de Moema,

lábios de mel de Iracema

estendidos para mim!

Ó minha terra querida

da Senhora Aparecida

e do Senhor do Bonfim!


Por mais terras que eu percorra,

não permita Deus que eu morra

sem que volte para lá;

sem que leve por divisa

esse "V" que simboliza

a vitória que virá:


Nossa vitória final,

que é a mira do meu fuzil,

a ração do meu bornal,

a água do meu cantil,

as asas do meu ideal,

a glória do meu Brasil.


III


Você sabe de onde eu venho?

É de uma Pátria que eu tenho

no bojo do meu violão;

que de viver em meu peito

foi até tomando o jeito

de um enorme coração.


Deixei lá atrás meu terreiro,

meu limão, meu limoeiro,

meu pé de jacarandá,

minha casa pequenina

lá no alto da colina,

onde canta o sabiá.


Por mais terras que eu percorra,

não permita Deus que eu morra

sem que volte para lá;

sem que leve por divisa

esse "V" que simboliza

a vitória que virá:


Nossa vitória final,

que é a mira do meu fuzil,

a ração do meu bornal,

a água do meu cantil,

as asas do meu ideal,

a glória do meu Brasil.


IV


Venho do além desse monte

que ainda azula o horizonte,

onde o nosso amor nasceu;

do rancho que tinha ao lado

um coqueiro que, coitado,

de saudade já morreu.


Venho do verde mais belo,

do mais dourado amarelo,

do azul mais cheio de luz,

cheio de estrelas prateadas

que se ajoelham deslumbradas,

fazendo o sinal da Cruz !


Por mais terras que eu percorra,

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá;

Sem que leve por divisa

Esse "V" que simboliza

A vitória que virá:


Nossa vitória final,

Que é a mira do meu fuzil,

A ração do meu bornal,

A água do meu cantil,

As asas do meu ideal,

A glória do meu Brasil....
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Guilherme de Almeida...

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