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segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Tarde da ilha
Não sei por quê,
mas tenho
uma vontade mansa de tomar chá
com Thomas Stearns Eliot,
de não dizer nada
de não perguntar nada,
e ficar olhando
todas as manchetes e todas as capas
de todos os livros,
olhando de olhos vazios
não como os do morto, mas vazios
como o luar que orvalha a tamareira e o poço.
Uma vez ou outra, ouvirei
a colherinha pousar na porcelana frágil,
e é tudo que eu ouvirei, a colherinha de prata.
Talvez até lhe dissesse uma coisa qualquer, uma coisa
só para quebrar o silêncio, só para isso
uma coisa sem importância, simples, como por exemplo:
Você sabe, ó T.S. Eliot, minha mãe já foi muita bonita...
.
.
.
Moacyr Félix...
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