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terça-feira, 31 de julho de 2012

Boa Noite ...Fiquem com Deus...Beijos...

Pequeno poema didático...


O tempo é indivisível. Dize,

Qual o sentido do calendário?

Tombam as folhas e fica a árvore,

Contra o vento incerto e vário.


A vida é indivisível. Mesmo

A que se julga mais dispersa

E pertence a um eterno diálogo

A mais inconseqüente conversa


Todos os poemas são um mesmo poema,

Todos os porres são o mesmo porre,

Não é de uma vez que se morre...

Todas as horas são horas extremas!...
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Mario Quintana...

Esta velha...


Esta velha angústia,

Esta angústia que trago há séculos em mim,

Transbordou da vasilha,

Em lágrimas, em grandes imaginações,

Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,

Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.

Transbordou.

Mal sei como conduzir-me na vida

Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!

Se ao menos endoidecesse deveras!

Mas não: é este estar entre,

Este quase,

Este poder ser que...,

Isto.

Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,

Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.

Estou doido a frio,

Estou lúcido e louco,

Estou alheio a tudo e igual a todos:

Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura

Porque não são sonhos.

Estou assim...

Pobre velha casa da minha infância perdida!

Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!

Que é do teu menino? Está maluco.

Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?

Está maluco.

Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.

Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!

Por exemplo, por aquele manipanso

Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.

Era feiíssimo, era grotesco,

Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.

Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —

Júpiter, Jeová, a Humanidade —

Qualquer serviria,

Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?

Estala, coração de vidro pintado!...
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Álvaro de Campos, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa...

31/07 - Prática da presença de Deus...


Quando vires um lindo pôr-do-sol, pensa contigo mesmo:

 "É Deus pintando o céu".

Ao fitar o rosto de cada pessoa que encontrares, pensa interiormente:

"É Deus que assumiu esta forma".

Aplica esta linha de pensamento a todas as experiências:

"O sangue no meu corpo é Deus; a razão na minha mente é Deus;

o amor em meu coração é Deus; tudo o que existe é Deus"...
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Paramahansa Yogananda, Lições da SRF...

Bom Dia...De chuva, mais é um lindo dia....

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Boa Noite...Beijos fiquem com Deus...

Canção da mulher que escreve...


Não perguntem pelo meu poema:

Nada sei do coração do pássaro

Que a música inflama.


Não queiram entender minhas palavras:

Não me dissequem, não segurem entre vidros

Essas canções, essas asas, essa névoa.

Não queiram me prender como a um inseto

No alfinete da interpretação:

Se não podem amar o meu poema, deixem

Que seja somente um poema.


(Nem eu ouso erguê-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade)...
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Lya Luft...

As palavras de despedida...


E ouvirás em cada século que passa

um ruído que se perde no tempo;

e o último cometa que apenas passou ontem;

e os oceanos renovarem suas águas muitas vezes.

Verás várias constelações te enviarem seus raios e se extinguirem depois.

Confrontarás tua infância com a dos filhos do Sol.

Reconhecerás as estrelas que jogaram pedras

quando eras um simples homem nos caminhos da vida.

Recensearás como Abraão os astros que puderes contar.

Contemplarás a morte prematura das luas

e a vida misteriosa das estrelas.

Reconstituirás o jogo da criação e o trono da primeira mulher.

Avistarás centenas de milhões de eclipses se produzirem simultaneamente.

E centenas de milhões de labaredas em espiral subirem até o trono do Mestre.

E te lembrarás que eras um pobre esquimó entre o gelo da terra

e a última noite que te libertou do mundo...
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Jorge de Lima...

Meu Pai...


Meu pai se foi com sua toga de Juiz.

Nem sei quem lhe vestiu.

Eu era tão pequena,

mal nascida.

Ninguém me predizia - vida.


Nada lhe dei nas mãos.

Nem um beijo,

uma oração, um triste ai.

Eu era tão pequena! ...

E fiquei sempre pequenina na grande

falta que me fez meu pai...
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Cora Coralina...

O fotógrafo...


Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto:

Madrugada a minha aldeia estava morta.

Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.

Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã.

Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.

Preparei minha máquina.

O silêncio era um carregador?

Estava carregando o bêbado.

Fotografei esse carregador.

Tive outras visões naquela madrugada.

Preparei minha máquina de novo.

Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.

Fotografei o perfume.

Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.

Fotografei a existência dela.

Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.

Fotografei o perdão.

Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.

Fotografei sobre. Foi difícil fotografar sobre.

Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.

Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski – seu criador.

Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.

Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir a sua noiva.

A foto saiu legal...
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Manoel de Barros...

30/07 - Prática da presença de Deus...


Qualquer que seja a direção em que se gire

uma bússola, seu ponteiro indicará sempre o norte.

Assim é o verdadeiro iogue.

Ele pode estar imerso em muitas atividades,

mas a sua mente está sempre no Senhor.

Seu coração constantemente canta:

"Meu Deus, meu Deus, o mais querido de todos!"...
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Paramahansa Yogananda, "O Mestre disse"...

Bom Dia...

domingo, 29 de julho de 2012

Boa Noite...Fiquem com Deus...Beijos...

Língua Brasileira...

O povo menino
no seu presepe de palmeiras

aguardou as oferendas de Natal.


A nau primeira

trouxe o Rei do Ocidente

que lhe deu o tesouro sem-par

do Cantar de Amigo,

dos Autos de Gil Vicente

e, depois, a epopéia de Camões.


No navio negreiro

veio o Melchior do mocambo

talhado em azeviche como um ídolo benguela,

com a oferta abracadabrante e gutural

dos monossílabos de cabala.


Nos transatlânticos e cargueiros,

o Rei Cosmopolita,

que tem as cores do arco-íris

e os ritmos de todos os idiomas,

trouxe-lhe o régio presente

das articulações universais.


Os três reis fizeram um acampamento das raças

e ensinaram o povo menino

a falar a língua misturada

de Babel e da América.


E assim nasceste,

ágil, acrobática, sonora, rica e fidalga,

ó minha língua brasileira!...
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Menotti Del Picchia...

Eu queria trazer-te uns versos...


Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

colhidos no mais íntimo de mim...

Sua palavras

seriam as mais simples do mundo,

porém não sei que luz as iluminaria

que terias de fechar teus olhos para os ouvir...

Sim! Uma luz que viria de dentro delas,

como essa que acende inesperadas cores

nas lanternas chinesas de papel.

Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas

do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube

o que dizer-te

e este poema vai morrendo, ardente de puro, ao

vento da Poesia...

como uma pobre lanterna que incendiou!...
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Mario Quintana...

Evocação do Recife...


Recife

Não a Veneza americana

Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais

Não o Recife dos Mascates

Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois

- Recife das revoluções libertárias

Mas o Recife sem história nem literatura

Recife sem mais nada

Recife da minha infância


A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado

e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas

Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê na ponta do nariz

Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras,

mexericos, namoros, risadas

A gente brincava no meio da rua

Os meninos gritavam:


Coelho sai!

Não sai!


À distância as vozes macias das meninas politonavam:


Roseira dá-me uma rosa

Craveiro dá-me um botão


(Dessas rosas muita rosa

Terá morrido em botão...)


De repente

nos longos da noite

um sino


Uma pessoa grande dizia:

Fogo em Santo Antônio!

Outra contrariava: São José!

Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.

Os homens punham o chapéu saíam fumando

E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.


Rua da União...

Como eram lindos os nomes das ruas da minha infância

Rua do Sol

(Tenho medo que hoje se chame do Dr. Fulano de Tal)

Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...

......onde se ia fumar escondido

Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora

......onde se ia pescar escondido

Capiberibe

- Capiberibe

Lá longe o sertãozinho de Caxangá

Banheiros de palha

Um dia eu vi uma moça nuinha no banho

Fiquei parado o coração batendo

Ela se riu

Foi o meu primeiro alumbramento


Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu

E nos pegões da ponte do trem de ferro

os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras


Novenas

Cavalhadas

Eu me deitei no colo da menina e ela começou a passar a mão nos meus cabelos


Capiberibe

- Capiberibe


Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas

Com o xale vistoso de pano da Costa

E o vendedor de roletes de cana

O de amendoim

que se chamava midubim e não era torrado era cozido


Me lembro de todos os pregões:

Ovos frescos e baratos

Dez ovos por uma pataca

Foi há muito tempo...


A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

Vinha da boca do povo na língua errada do povo

Língua certa do povo

Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil

Ao passo que nós

O que fazemos

É macaquear

A sintaxe lusíada

A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem

Terras que não sabia onde ficavam


Recife...

Rua da União...

A casa de meu avô...

Nunca pensei que ela acabasse!

Tudo lá parecia impregnado de eternidade

Recife...

Meu avô morto.

Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro como a casa de meu avô...
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Manoel Bandeira...

O incriado...



Distantes estão os caminhos que vão para o tempo - outro luar eu vi passar na altura

Nas plagas verdes as mesmas lamentações escuto como vindas da eterna espera

O vento ríspido agita sombras de araucárias em corpos nus unidos se amando

E no meu ser todas as agitações se anulam como vozes dos campos moribundos.


Oh, de que serve ao amante o amor que não germinará na terra infecunda

De que serve ao poeta desabrochar sobre o pântano e cantar prisioneiro?

Não há a fazer pois que estão brotando crianças trágicas como cactos

Da semente má que a carne enlouquecida deixou nas matas silenciosas.


Nem plácidas visões restam aos olhos - só o passado surge se a dor surge

E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para Ter vida

Todas as meias-noites soam e o leito está deserto do corpo estendido

Nas ruas noturnas a alma passeia, desolada e só, em busca de Deus.


Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo

No entanto, como está longe o mar e como é dura a terra sob mim...

Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema franqueza

E que, voando, caem, pequenos e abençoados, nos parques onde a primavera é eterna.


Na memória cruel vinte anos seguem a vinte anos na única paisagem humana

Longe do homem os desertos continuam impassíveis diante da morte

Os trigais caminham para o lavrador e o suor para a terra

E dos velhos frutos caídos surgem árvores estranhamente calmas.


Ai, muito andei e em vão... rios enganosos conduziram meu corpo a todas as idades

Na terra primeira ninguém conhecia o Senhor das bem-aventuranças...

Quando meu corpo precisou repousar, eu repousei,

quando minha boca ficou sedenta, eu bebi

Quando meu ser pediu a carne, eu dei-lhe a carne mas eu me senti mendigo.


Longe está o espaço onde existem os grandes vôos e onde a música vibra solta

A cidade deserta é o espaço onde o poeta sonha os grandes vôos solitários

Mas quando o desespero vem e o poeta se sente morto para a noite

As entranhas das mulheres afogam o poeta e o entregam dormindo à madrugada.


Terrível é a dor que lança o poeta prisioneiro à suprema miséria

Terrível é o sono atormentado do homem que suou sacrilegamente a carne

Mas boa é a companhia errante que traz o esquecimento de um minuto

Boa é a esquecida que dá o lábio morto ao beijo desesperado.


Onde os cantos longínquos do oceano?...

Ssobre a espessura verde eu me debruço e busco o infinito

Ao léu das ondas há cabeleiras abertas como flores -

São jovens que o terno amor surpreendeu

Nos bosques procuro a seiva úmida mas os troncos estão morrendo

No chão vejo magros corpos enlaçados de onde a poesia fugiu como o perfume da flor morta.


Muito forte sou para odiar nada senão a vida

Muito fraco sou para amar nada mais do que a vida

A gratuidade está no meu coração e a nostalgia dos dias me aniquila

Porque eu nada serei como ódio e como amor se eu nada conto e nada valho.


Eu sou o Incriado de Deus, o que não teve a sua alma e semelhança

Eu sou o que surgiu da terra e a quem não coube outra dor senão a terra

Eu sou a carne louca que freme ante a adolescência impúbere e explode sobre a imagem criada

Eu sou o demônio do bem e o destinado do mal mas eu nada sou.


De nada vale ao homem a pura compreensão de todas as coisas

Se ele tem algemas que o impedem de levantar os braços para o alto

De nada valem ao homem os bons sentimentos se ele descansa nos sentimentos maus

No teu puríssimo regaço eu nunca estarei, Senhora...


Choram as árvores na espantosa noite, curvadas sobre mim, me olhando...

Eu caminhando... sobre meu corpo as árvores passando

Quem morreu se eu estou vivo, por que choram as árvores?

Dentro de mim tudo está imóvel, mas eu estou vivo, eu seu que estou vivo porque sofro.


Se alguém não devia sofrer eu não devia, mas sofro e é tudo o mesmo

Eu tenho o desvelo e a benção, mas sofro como um desesperado e nada posso

Sofro a pureza impossível, sofro o amor pequenino dos olhos de das mãos

Sofro porque a náusea dos seios gastos está amargurando a minha boca.


Não quero a esposa que eu violaria nem o filho que ergueria a mão sobre o meu rosto

Nada quero porque eu deixo traços de lágrimas por onde passo

Quisera apenas que todos me desprezassem pela minha fraqueza

Mas, pelo amor de Deus, não me deixeis nunca sozinho!


Ás vezes por um segundo a alma acorda para um grande êxtase sereno

Num sopro da suspensão e beleza passa e beija a fronte do homem parado

E então o poeta surge e do seu peito se ouve uma voz maravilhosa

Que palpita no ar fremente e envolve todos os gritos num só grito.


Mas depois, quando o poeta foge e o homem volta como de um sonho

E sente sobre a sua boca um riso que ele desconhece

A cólera penetra em seu coração e ele renega a poesia

Que veio trazer de volta o princípio de todo o caminho percorrido.


Todos os momentos estão passando e todos os momentos estão sendo vividos

A essência das rosas invade o peito do homem e ele se apazigua no perfume

Mas se um pinheiro uiva no vento o coração do homem cerra-se de inquietude

No entanto, ele dormirá ao lado dos pinheiros uivando e das rosas recendendo.


Eu sou o Incriado de Deus, o que não pode fugir à carne e à memória

Eu sou como o velho barco longe do mar, cheio de lamentações no vazio do bojo

No meu ser todas as agitações se anulam - nada permanece para a vida

Só eu permaneço parado dentro do tempo passando, passando, passando...
.
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Vinicius de Moraes...

Começo a conhecer-me. Não existo....



Começo a conhecer-me. Não existo.

Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,

ou metade desse intervalo, porque também há vida ...

Sou isso, enfim ...

Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.

Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.

É um universo barato...
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Álvaro de Campos, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa...

A outra porta do prazer...



A outra porta do prazer,

porta a que se bate suavemente,

seu convite é um prazer ferido a fogo

e, com isso, muito mais prazer.


Amor não é completo se não sabe

coisas que só o amor pode inventar,

Procura o estreito átrio do cubículo

aonde não chega a luz, e chega o ardor

de insofrida, mordente

fome de conhecimento pelo gozo...
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Carlos Drummond de Andrade...

Antologia...


A vida


Não vale a pena e a dor de ser vivida.

Os corpos se entendem mas as almas não.

A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.


Vou-me embora p'ra Pasárgada!

Aqui eu não sou feliz.

Quero esquecer tudo:

- A dor de ser homem...

Este anseio infinito e vão

De possuir o que me possui.


Quero descansar

Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei...

Na vida inteira que podia ter sido e não foi.


Quero descansar.

Morrer.

Morrer de corpo e alma.

Completamente.


(Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir.)


Quando a indesejada das gentes chegar

Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,

A mesa posta,

Com cada coisa em seu lugar...
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Manuel Bandeira...

A ausente...



Amiga, infinitamente amiga

Em algum lugar teu coração bate por mim

Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.

Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios

Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas

Como que cega ao meu encontro...

Amiga, última doçura

A tranqüilidade suavizou a minha pele

E os meus cabelos. Só meu ventre

Te espera, cheio de raízes e de sombras.

Vem, amiga

Minha nudez é absoluta

Meus olhos são espelhos para o teu desejo

E meu peito é tábua de suplícios

Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes

E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim

Como no mar, vem nadar em mim como no mar

Vem te afogar em mim, amiga minha

Em mim como no mar...
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Vinicius de Moraes...

Advogados e Suas Petições...



"Fulano de tal, falecido em 08 de maio de 2003, conforme certidão de óbito
em anexo, doravante denominado reclamante, por seu advogado signatário,
vem perante Vossa Excelência ajuizar ação trabalhista..."

(De uma petição inicial na Vara do Trabalho em Varginha-MG).


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"O devedor pode ser localizado na casa nº 242 da rua que fica aos fundos
do cemitério, não precisando o oficial de Justiça alegar medo, como pretexto
para não realizar a diligência, porque se trata de rua despovoada de almas
do outro mundo".

(De uma petição, na comarca de São Jerônimo)


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" O contestante nega ser o pai da criança, pois não chegou à mãe do investigante.
Mesmo tendo sido uma noite de orgias, com vários participantes, o investigado
limitou-se a uma única cópula, com outra pessoa da roda, após o que ficou com
o tiche murcho".

(De uma contestação em ação de investigação de paternidade, numa Vara de
Família em Porto Alegre)


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"A empresa é responsável, em casos de assaltos dentro de seus coletivos,
pois deveriam ter câmeras acopladas a satélites para a segurança de passageiros."

(De um voto vencido, em acórdão do TJRJ).


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"Edital é uma forma de fazer uma pessoa saber o que ela não sabe, só
que muitas vezes, porque não lê o jornal, ela não vai mesmo ficar sabendo".

(Resposta em uma prova de Processo Civil, em Faculdade de Direito da
Grande Porto Alegre)


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"O réu jamais se furtou ao recebimento da citação. Ocorre que reside em
um local onde tem várias casas com o mesmo número, uma espécie de
apartamento deitado".

(De uma contestação, em processo na comarca de Pelotas, com o réu
entando explicar que não se escondera do oficial de Justiça).


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"Bens móveis são aqueles que são fabricados nas marcenarias. Já os bens
imóveis são aqueles que não se movimentam, como um edifício, e também,
por exemplo, um veículo que por estar sucateado não tem como ser removido".

(De um universitário, ao fazer a diferenciação entre bens móveis e bens imóveis,
numa prova de Direito Civil).


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"A parte autora diz que no contrato de compra e venda estão presentes o
sujeito e o objeto, mas não aponta onde estará o predicado".

(De uma contestação em ação revisional)


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"Ordem de vocação hereditária é quando o filho segue a mesma profissão
do pai, ou seja, filho de peixe, peixinho é"

(Candidato, em Exame da Ordem).


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De uma petição de inventário em Sorocaba, SP: "O de cujus deixou uma
decuja e 4 decujinhos..." ·


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Depoimento numa Delegacia:

"O pedestre não tinha idéia para onde ir, então eu o atropelei"


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De uma certidão de oficial de Justiça:

"Deixei de fazer a citação tendo em vista que o réu está em lua-de-mel e
me respondeu por telefone que nos próximos dias não está nem aí..."


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Certidão lançada por um oficial de Justiça, em Passo Fundo, após efetuar
uma penhora: "Penhorei uma mesa de comer velha de quatro pés"...


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Informação de oficial de Justiça, não tendo encontrado o réu:

"O mutuário foi para São Paulo melhorar de vida. Quando voltar, vai
liquidar com o Banco"


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Início de relatório de perito-avaliador:

"Chegando na fazenda do Sr Pedro Jacaré e em não encontrando o réptil..."


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De um termo de encerramento de laudo judicial, em processo que tramitou
perante Vara Cível do foro João Mendes - SP :

"Os anexos seguem em separado."


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E PRA FECHAR COM CHAVE DE OURO....


Descrição da penhora feita por um oficial de Justiça de Porto Alegre:

"... um crucifixo, em madeira, estilo colonial, marca INRI - sem número de série..."
.
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Ô Dó...

29/07 - Prática da presença de Deus...



Não pode haver desculpas para não pensar em Deus.

Dia e noite, girando no fundo da tua mente: Deus! Deus! Deus!

Quer estejas lavando pratos, cavando uma valeta,

trabalhando num escritório ou num jardim - qualquer

que seja a tua atividade - diz internamente:

"Senhor, manifesta-Te a mim! Tu estás aqui mesmo.

Tu estás no sol. Tu estás na relva. Tu estás na água.

Tu estás nesta sala. Tu estás no meu coração"...
.
.
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Paramahansa Yogananda, "Self-Realization Magazine"...

Boa Tarde...

sábado, 28 de julho de 2012

Boa Noite...Beijos para todos vocês...

Eu Gosto...

Juca Mulato...(Uma Verdadeira Obra Prima...)


Juca Mulato nasceu em Itapira, cidade da zona mogiana do Estado de
São Paulo, em 1917. Seu pai, recém-formado em Direito e fazendeiro
nessa cidade, acabara de publicar na Capital paulista seu poema Moisés.
Exercia agora uma vaga advocacia numa terra quase sem demandas e
dirigia o jornal local, Cidade de Itapira, em cujos prelos imprimiu o
primeiro exemplar do seu poema.


Foi no ambiente da fazenda Santa Catarina da Capoeira do Meio e na
paz e no silêncio do parque que se debruça sobre o Cubatão, bairro no
qual serpeja o Rio da Penha, em cujas margens bivacavam ciganos, que
a imagem do caboclo do Mato e sua alma lírica empolgaram o
advogado-poeta.


E a Filha da Patroa?


Essa, ainda hoje, nascerá no coração de cada leitor do poema quando
haja atingido a idade do amor. É uma idéia e um sonho. Continuará a
lembrar, vida afora, a criatura que teria sido o complemento do seu ser,
realização sempre sonhada e impossível de um perfeito amor ideal.


Compõem o poema o Céu e a Terra. Todas as coisas telúricas e celestes,
o chão que abriga o homem e o alimenta e o que há no mistério do azul
quando ele olha para as estrelas. Ali descobre uma nova e mágica dimensão
do universo: os animais, como o prudente e confidente Pigarço e os lerdos
bois pensativos e decorativos; o galo, clarim do dia que ilumina as coisas
para a vida e oferece as maravilhas do mundo ao homem que acorda.


A fala do "Juca" é coloquial e divina. Sai da boca do homem e vem da
conexão mágica que ele tem com as coisas. É que o universo é um eterno
diálogo de vozes mudas. Cabe-lhe comunicá-las às demais criaturas.
Ele é o intérprete da formidável comunhão espiritual que nos envolve numa
harmoniosa coesão de vivências e mistérios regida pela fatalidade dessa
divina força que é o amor ("...Che muove il sole e l`altre stelle...")


Germinal


1


Nuvens voam pelo ar como bandos de garças,

Artista boêmio, o sol, mescla na cordilheira

pinceladas esparsas

de ouro fosco. Num mastro, apruma-se a bandeira

de São João, desfraldando o seu alvo losango.


Juca Mulato cisma. A sonolência vence-o Vem, na

tarde que expira e na voz de um curiango,

o narcótico do ar parado, esse veneno

que há no ventre da treva e na alma do silêncio.

Um sorriso ilumina o seu rosto moreno.


No piquete relincha um poldro; um galo álacre

tatala a asa triunfal, ergue a crista de lacre,

clarina a recolher entre varas de cerdos e

mexem-se ruivos bois processionais e lerdos

e, num magote escuro, a manada se abisma na treva.


Anoiteceu.


Juca Mulato cisma.


2


Como se sente bem recostado no chão!

Ele é como uma pedra, é como a correnteza,

uma coisa qualquer dentro da natureza,

amalgamada ao mesmo anseio, ao mesmo amplexo,

a esse desejo de viver grande e complexo

que tudo abarca numa força de coesão.

Compreende em tudo ambições novas e felizes,

tem desejo até de rebrotar raízes, deitar ramas pelo ar,

sorver, junto da planta, e sobre a mesma leiva,

o mesmo anseio de subir, a mesma seiva,

romper em brotos, florescer, frutificar!


3


"Que delícia viver! Sentir entre os protervos

renovos se escoar uma seiva alma viva

na tenra carne a remoçar o corpo moço...


" E um prazer bestial lhe encrespa a carne e os nervos;

afla a narina; o peito arqueja; uma lasciva

onda de sangue lhe incha as veias do pescoço...


Ei-lo, supino e só, na noite vasta. Um cheiro

acre de feno lhe entorpece o corpo langue

e, no torso trigueiro,

enroscam seus anéis serpentes de desejos

e um pubescente ansiar de abraços e de beijos

incendeia-lhe a pele e estua-lhe no sangue.


Juca Mulato cisma.


Escuta a voz em couro

dos batráquios, no açude, os gritos lancinantes

do eterno amor dos charcos.

É ágil como um poldro e forte como um touro;

no equilíbrio viril dos seus membros possantes

há audácias de coluna e elegância dos barcos.


O crescente, recurvo, a treva em brilho frange

e, na carne da noite, imerge-se e se abisma

como num peito etíope a ponta de uma alfange.


Juca Mulato cisma...


A natureza cisma.


4


Aflora-lhe no imo um sonho que braceja;

estira o braço, enrija os músculos, boceja,

supino fita o céu e diz em voz submissa:

"Que tens, Juca Mulato ?..." e, rebolcado na erva,

sentindo esse cansaço irritante que o enerva

deixa-se, mudo e só, quebrado de preguiça.


Cansado ele? E por quê? Não fôra essa jornada

a mesma luta, palmo a palmo, com a enxada

a suster no café as invasões da aninga?

E, como de costume, um cálice de pinga,

um cigarro de palha, uma jantinha à toa,

um olhar dirigido à filha da patroa?


Juca Mulato pensa: a vida era-lhe um nada...

Uns alqueires de chão, o cabo de uma enxada,

um cavalo pigarço, uma pinga da boa,

o cafezal verdoengo, o sol quente e inclemente...


Nessa noite, porém, parece-lhe mais quente

o olhar indiferente

da filha da patroa...


"Vamos, Juca Mulato, estás doido?

Entretanto, tem a noite lunar arrepios de susto,

parece respirar a fronde de um arbusto.

O ar é como um bafo, a água corrente, um pranto.

Tudo cria uma vida espiritual violenta.

O ar morno lhe fala, o aroma suave o tenta...


"Que diabo !" Volve aos céus as pupilas, à toa,

e vê, na lua, o olhar da filha da patroa...

Olha a mata: lá está! O horizonte lho esboça,

pressente-o em cada moita, enxerga-o em cada poça

e ele vibra, ele sonha e ele anseia, impotente,

esse olhar que passou, longínquo e indiferente!


5


Juca Mulato cisma. Olha a lua e estremece.

Dentro dele um desejo abre-se em flor e cresce

e ele pensa, ao sentir esses sonhos ignotos,

que a alma é como uma planta, os sonhos como os brotos,

vão rebentando nela e se abrindo em floradas...


Franjam de ouro, o ocidente, as chamas das queimadas,

Mal se pode conter de inquieto e satisfeito.

Advinha que tem qualquer coisa no peito

e às promessas do amor a alma escancara ansiado

como os áureos portais de um palácio encantado!...


Mas a mágoa que ronda a alegria de perto

entra no coração sempre que o encontra aberto...


Juca Mulato sofre... Esse olhar calmo e doce

fulgiu-lhe como a luz, como a luz apagou-se.

Feliz até então, tinha a alma adormecida....

Esse olhar que o fitou, o acordou para a vida!

A luz que nele viu deu-lhe a dor que agora o assombra,

como o sol que traz a luz e, depois, deixa a sombra...


6


E, na noite estival, arrepiadas, as plantas

tinham na negra fronde, umas roucas gargantas

bradando, sob o luar opalino, de chofre:

"Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...


Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida

é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...

Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito

é o mesmo que cravar uma faca no peito.

Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:

não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!


7


E, despertando à Vida esse caboclo rude,

alma cheia de abrolhos,

notou, na imensa dor de quem se desilude

que, desse olhar que amou, fugitivo e sereno,

só lhe restara no lábio um travo de veneno,

uma chaga no peito e lágrimas nos olhos!


A Serenata


1


Canta, Juca Mulato...

Ele pega na viola:

seu dedo nervoso os machetes esfrola.

Solta um gemido o aço vibrado

como um grito de dor de um peito esfaqueado.

É tão suave a canção, tão dolente e tão langue

que cada nota lembra uma gota de sangue

a fluir e a pingar dos lábios de uma chaga.

É noite. A brisa sopra uma carícia vaga.


A turba espera. O terreiro tem brilhos

quando, de chapa, a lua esplende nos ladrilhos

e, sentindo a paixão estuar-lhe a garganta,

Juca Mulato canta:

"Veio coleante, essa mágoa

arrastas triste e submisso;

também choro, veio dágua,

sem que ninguém dê por isso...


Saltas nos seixos de chofre.

Choras. No mundo inclemente,

só não chora quem não sofre

só não sofre quem não sente...


Procuras dentre os abrolhos

ver o céu que astros povoaram.

Eu também procuro uns olhos

que nunca me procuraram...


Os céus não vêem tua mágoa,

nem estas ela advinha...

Veio d’água, veio d’água,

Tua sorte é igual à minha.


Ora em bolhas vãs tu medras,

eu em sonhos bem mesquinhos,

Teu leito é cheio de pedras,

minha alma é cheia de espinhos...


Se uma rama se desfolha

sobre teu dorso e resvala,

corres doido atrás da folha

sem poder nunca alcançá-la.


Às vezes, também, risonho,

um sonho minh’alma junca,

Corro doido atrás do sonho

Sem poder tocá-lo nunca.


Ventura... doida corrida

de uma folha sobre um veio.

Folha... Esperança perdida

de um bem que nunca me veio.


Assim vou, sangrando mágoa

e doido, para onde for

veio d’água, veio d’água

corro atrás da minha dor!"


Alma Alheia


1


Que tens, Juca Mulato ?

Uma tristeza mansa

embaça-lhe o fulgor dos olhos de criança.

Ele é outro...


Um langor anda a abrasar-lhe a pele.

Não sabe definir o que há de novo nele.

Fuma e segue pelo ar uma espiral que esvoaça,

pensa que seu destino é igual a essa fumaça...


"A vida é mesmo assim..." ele cisma tristonho.

"Sai do fogo da dor a fumaça do sonho"...


Da cocheira, um nitrir, de intervalo a intervalo,

vibra no ar... É o pigarço. Esse pobre cavalo

anda esquecido e há muito que, sozinho,

sente a falta que faz o calor de um carinho.

Juca Mulato todo o dia vinha vê-lo...

Afagava-lhe o dorso, acamava-lhe o pelo,

e ele, baixando, quieto, as pálpebras vermelhas,

nitrindo e resfolgando, espetava as orelhas...

Juca Mulato, então, numa voz doce e calma,

dizia-lhe baixinho o que ele tinha n’alma.

Coisa de pouca monta: umas fanfarronadas,

uns receios pueris, façanhas de caçadas,

desafios na viola em noites de luar;

coisas que tinha pejo até de lhe contar,

que sussurrava a custo, onde, por entre os dentes,

a gente advinhava umas frases ardentes:

bocas mordendo um seio em que os bicos quentinhos

tinham a cor da rosa e a ponta dos espinhos...

Ele ria e a risada espoucava-lhe aos pinchos

e o pigarço sisudo explodia em relinchos

que diriam, talvez, traduzido em frases:

"Toma tento, Mulato! Olha bem o que fazes..."


Juca afagando-o, então, murmurava contente:

"Pigarço, você tem uma alma como a gente!"


Hoje, anda abandonado e pesa-lhe o abandono.

Há no seu manso olhar saudades de seu dono.

Quem não vê nesse olhar úmido e cor de enxofre

que esse cavalo sofre?


2


Vê uma ave voar na tarde calma e suave,

vem-lhe o desejo absurdo e doido de ser ave.

Quando junto a uma fonte acaso se debruça,

se a corrente soluça, ele também soluça...

Depois, envergonhado, encolhe-se, procura

no seu imo o porquê dessa vaga ternura.

Até vendo uma flor, comove-se, suspira...

"Juca: toma cuidado... Estás ficando gira...

Deixa de te arrastar, como um doido qualquer,

atrás da tentação de uns olhos de mulher!"


E resolve, consigo, ir altivo e insolente,

fingir que não padece e mostrar que não sente,

montar o seu pigarço, atacar a restinga

às foiçadas, beber um cálice de pinga

na venda do caminho e, entre parvos caipiras,

de mistura, contar três ou quatro mentiras

onde lampeja a faca, onde, aos uivos e aos brados

põe em fuga, triunfante, um bando de soldados!


Revive a ilusão!


Ele é outro! Salvou-se! Insidioso, de novo, um olhar meigo e doce

o alucina, o subjuga, o domina, o amolece...


E nem sabe porque humilhado obedece

à sugestão da luz que cintila naquele

lânguido e triste olhar que nunca olhou para ele.


Fascinação


Tudo ama!

As estrelas no azul, os insetos na lama,

a luz, a treva, o céu, a terra, tudo,

num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo,

tudo ama! tudo ama! Há amor na alucinada

fascinação do abismo,

amor paradoxal, humano e forte,

que se traduz nas febres do sadismo,

nessa atração perpétua para o Nada,

nessa corrida doida para a Morte.


Por isso, quando as lianas

em lascívias florais cercam de abraços

o tronco hirsuto e grosso,

têm, no amplexo mortal, crueldades humanas.

Há no erótico ardor de enlaçá-lo, abraçá-lo,

a assassina violência de dois braços

crispados num pescoço

atenazando-o para estrangulá-lo!


É que o amor quer a morte. Num momento

resume a vida, os loucos entusiasmos

dos supremos espasmos...

Nesse furor que o invade,

tem a volúpia da ferocidade,

tem o delírio do aniquilamento!


É por isso que vês, por tudo

uma luta de morte, um desespero mudo:

a insídia da raiz que mina a terra e a esgota,

o caule que ergue o fuste, a rama, em sobressalto,

agitando pelo ar a própria dor ignota,

no torturante amor do mais puro e mais alto!


2


E, na noite estival,

enchendo o Espaço e o Tempo, a Luz e a Treva,

o turbilhão fantástico se eleva

do amor UniversaL. Tudo ama!

As estrelas no azul, os insetos na lama,

a luz, a treva, o céu, a terra, tudo,

num tumultuoso amor, num amor quieto e mudo,

tudo ama! Tudo ama!...


3


Juca Mulato freme. Imerge os olhos entre

as estrelas curiosas. Não sabe que anda o amor nos espaços profundos

a fecundar o ventre

das próprias nebulosas

na eterna gestação de novos mundos...


Ele é a matriz da vida: multiplica

seres e coisas, numa força eterna,

cria o verme, animais que andam de rastros.

Mata e ressurge, estiola e frutifica,

e, pelo espaço rútilo, governa

a prodigiosa rotação dos astros!


E a vertigem do amor, fascinadora,

tudo arrasta, fantástica, nos braços

e a terra que palpita, canta e chora,

ora imersa na treva ora imersa na aurora,

leva através do Tempo e dos Espaços...


Acendendo no olhar um lampejo divino,

Juca Mulato cede à vertigem que o enlaça

e brada num transporte:

"Arrasta-me também, no turbilhão que passa!

Leva-me ao teu destino,

Amor que vens para a Vida e que vais para a Morte!"


Lamentação


1


"Amor?

Receios, desejos,

promessas de paraísos,

depois sonhos, depois risos,

depois beijos! Depois...

E depois, amada?

Depois dores sem remédio,

depois pranto, depois tédio,

depois... nada!"


2


"Também como esse bosque eu tive outrora

na alma um bosque cerrado de emoções.

As palmeiras das minhas ilusões

iam levando o fuste espaço afora.


Floriam sonhos; era uma pletora

de crenças, de desejos, de ambições...

Não havia por todos os sertões

mais luxuriante e mais violenta flora.


Ai! Bosque real, é o tempo das queimadas!...

É agosto, é agosto! O fogo arde o que existe

em turbilhões sinistros e medonhos. Ai de nós!...


Somos almas desgraçadas,

pois na luz de um olhar lânguido e triste

também ardeu o bosque dos meus sonhos..."


3


"Água cantante, soluçante, esse gemente

marulho triste, quantas tristes cismas trás...


E fica incerta, ao ouvir-te a voz, a dor da gente,

se vais cantando por ansiar o que há na frente

ou soluçando pelo que deixaste atrás...


Água cantante, água estuante, é singular

a semelhança em que te iguala à minha sorte:

vais para a frente e nunca mais hás de voltar,

vens da montanha e vais correndo para o mar,

venho da vida e vou correndo para a morte.


Água cantante, ai, como tu, esta alma embrenho

nas incertezas de caminhos que não sei...

E, na inconstância em que me agito, só obtenho

essa ânsia imensa de deixar o que já tenho,

depois a dor de não ter mais o que deixei!"


4


Tenho uma santa em casa; o seu olhar encanta.

O olhar dela é, porém, igualzinho ao da santa.


Quando rezo, nem sei, é como o olhar da corça,

tem, na própria fraqueza, a sua própria força.


Quando o fito minha alma enche-se da incerteza

que há na canoa sem dono á flor da correnteza.


Ele é tal qual o sol, indiferente e mudo,

sem saber quem aclara anda aclarando tudo...


Mas no olhar que o fitou brilha, constantemente,

um reflexo de luz ambicionada e ausente.


Eu nunca vi o mar, mas vendo esse olhar penso

num barco que se afasta onde se agita um lenço...


Ou no doido terror que, em meio de procelas,

há num casco sem leme ou num barco sem velas...


Creio ver o meu vulto em teus olhos, tão vago

como as sombras que espelham a água morta

de um lago.

Eu bem sei que, tal qual na líquida planície,

o meu vulto não vai além da superfície.


Fica à tona, a boiar nessa pupila absorta

como na água parada alguma folha morta..."


5


"Pigarço: a dor me aquebranta...

Quando lembro o olhar que adoro

e que nunca esquecerei,

ah! Sinto um nó na garganta

e choro, pigarço, choro,

eu que até chorar não sei...


Quando, a trote, ela nos via,

debruçada na janela,

nós levávamos, após,

com o pó que do chão se erguia

o nosso olhar cheio dela

e o dela cheio de nós...


Então, pouco me importava

que seu olhar nos seguisse...

Galopava-se a valer...

Quando esse olhar eu olhava

era como se não o visse

tanto o olhava sem ver!


Hoje pago essa ousadia...

Ela os olhos de mi tolhe.

Queixar-me disso por que ?

Antes era eu que não o via,

agora, por mais que me olhe,

é ela que não me vê.


Sou um caboclo do mato

que ronda a luz de uma estrela...

Já viste uma coisa assim?

E o pobre Juca Mulato

morrerá por causa dela

e tu, por causa de mim...


Eu da luz desse olhar garço,

tu da dor que te machuca,

morreremos e, depois,

eu fico sem meu pigarço,

meu pigarço sem seu Juca

e o olhar dela... sem nós dois!"


Presságios


1


Juca Mulato sofre. Em cismas se aquebranta.

Uma viola geme, uma voz triste canta:


"Antes de amar eu dizia:

para cortar na raiz

esta constante agonia

preciso amar algum dia,

amando serei feliz". "Amei... desventura minha!

Quis curar-me e piorei.

O amor só mágoas continha

e aos tormentos que já tinha,

novos tormentos juntei".


2


A cantiga, a gemer, nos ecos agoniza.

A vaga sugestão dessa angústia imprecisa

contamina-lhe a dor que o tortura sem pausa. Juca sofre...


Por que? Não advinha a causa.

Só sabe que, em seu peito, o olhar amado e langue,

deixa um rastro de luz como um rastro de sangue...


Tornou-o, pouco a pouco, a imensa dor que o oprime,

pálido como a cera e magro como um vime.

Tem olheiras cercando os grandes olhos lassos

cor do manto que traz Nosso Senhor dos Passos

quando carrega a cruz na procissão das Dores

no mais tristonho andor de todos os andores...

Mas por que sofre assim? Talvez mesmo ande nisso

artimanhas do Demo e coisas de feitiço...

Precisa, sem demora, ir uma sexta-feira,

à tapera do Roque, abrir sua alma inteira,

contar-lhe o mal que sofre e do peito arrancar

essa mágoa, essa luz, esse olhar!


A Mandiga


1


Juca Mulato apeia.

É macabro o pardieiro.

Junto à porta cochila o negro feiticeiro.

A pele molambenta o esqueleto disfarça.

Há uma faísca má nessa pupila garça,

quieta, dormente, como as águas estagnadas.


Fuma: a fumaça o envolve em curvas baforadas.

Cuspinha; coça a perna onde a sarna esfarinha

a pele; pachorrento inda uma vez cuspinha.


Com o seu sinistro olhar o feiticeiro mede-o.

- Olha, Roque, você me vai dar um remédio.

Eu quero me curar do mal que me atormenta.


- Tenho ramos de arruda, urtigas, água benta,

uma infusão que cura a espinhela e a maleita,

figas para evitar tudo que é coisa feita...

Com uma agulha e um cabelo, enrolado a capricho,

à mulher sem amor faço criar rabicho.


Olho um rasto, depois de rezar um bocado

vou direitinho atrás do cavalo roubado.

Com umas ervas que sei, eu faço, de repente,

do caiçara mais mole, um caboclo valente!

Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura.

- Roque, eu mesmo não sei de este mal tem cura...


- Sei rezas com que venço a qualquer mau olhado,

breves para deixar todo o corpo fechado.

Não há faca que o vare e nem ponta de espinho:

fica o corpo tal qual o corpo do Dioguinho...

Mas de onde vem o mal que tanto de abateu?


- Ele vem de um olhar que nunca será meu...

Como está para o sol a luz morta da estrela

a luz do próprio sol está para o olhar dela...


Parece o seu fulgor quando o fito direito,

uma faca que alguém enterra no meu peito,

veneno que se bebe em rútilos cristais

e, sabendo que mata, eu quero beber mais...


- Eu já compreendo o mal que teu peito povoa.

Dize Juca Mulato, de quem é esse olhar?

- Da filha da patroa. - Juca Mulato! Esquece o olhar inatingível!

Não há cura, ai de ti, para o amor impossível.

Arranco a lepra do corpo, estirpo da alma o tédio,

só para o mal de amor nunca encontrei remédio...

Como queres possuir o límpido olhar dela ?

Tu és qual um sapo a querer uma estrela...


A peçonha da cobra eu curo... Quem souber

cure o veneno que há no olhar de uma mulher!

Vencendo o teu amor, tu vences teu tormento.

Isso conseguirás só pelo esquecimento.

Esquecer um amor dói tanto que parece

que a gente vai matando um filho que estremece

ouvindo, com terror, no peito, este estribilho:

"Tu não sabes, cruel, que matas o teu filho?"


E, quando se estrangula, aos seus gemidos loucos,

a gente quer que viva e vai matando aos poucos!

Foge! Arrasta contigo essa tortura imensa

que o remédio é pior do que a própria doença,

pois, para se curar um amor tal qual esse...


- Que me resta fazer ? - Juca Mulato: esquece!


A Voz das Coisas E Juca ouviu a voz das coisas. Era um brado:

"Queres tu nos deixar, filho desnaturado?"


E um cedro o escarneceu: "Tu não sabes, perverso,

que foi de um galho meu que fizeram teu berço?


E a torrente que ia rolar no abismo:

"Juca, fui eu quem deu a água para o teu batismo".


Uma estrela a fulgir, disse da etérea altura:

"Fui eu que iluminei a tua choça escura

no dia em que nasceste. Eras franzino e doente.

E teu pai te abraçou chorando de contente...

- Será doutor! - a mãe disse, e teu pai, sensato:

- Nosso filho será um caboclo do mato,

forte como a peroba e livre como o vento! -

Desde então foste nosso e, desde esse momento,

nós te amamos seguindo o teu incerto trilho

com carinhos de mãe que defende seu filho!


" Juca olhou a floresta: os ramos, nos espaços,

pareciam querer apertá-lo entre os braços!


"Filho da mata, vem! Não fomos nós, ó Juca,

o arco do teu bodoque, as grades da arapuca,

o varejão do barco e essa lenha sequinha

que de noite estalou no fogo da cozinha?

Depois, homem já feito, a tua mão ansiada

não fez, de um galho tosco, um cabo para a enxada?"


"Não vás" - lhe disse o azul - "Os meus astros ideais

num forasteiro céu tu nunca os verás mais.

Hostis, ao teu olhar, estrelas ignoradas

hão de relampejar como pontas de espadas.

Suas irmãs daqui, em vão, ansiosas, logo,

irão te procurar com seus olhos de fogo...

Calcula, agora, a dor destas pobres estrelas

correndo atrás de quem anda fugindo delas..."


Juca olhou para a terra e a terra muda e fria

pela voz do silêncio ela também dizia:


"Juca Mulato, és meu! Não fujas que eu te sigo.

Onde estejam teus pés, eu estarei contigo.

Tudo é nada, ilusão! Por sobre toda a esfera

há uma cova que se abre, há meu ventre que espera.


Nesse ventre há uma noite escura e ilimitada,

e nela o mesmo sono e nele o mesmo nada.

Por isso o que te vale ir, fugitivo e a esmo,

buscar a mesma dor que trazes em ti mesmo ?

Tu queres esquecer? Não fujas ao tormento.

Só por meio da dor se alcança o esquecimento.

Não vás. Aqui serão teus dias mais serenos,

que, na terra natal, a própria dor dói menos...

E fica que é melhor morrer (ai, bem sei eu!)

no pedaço de chão em que a gente nasceu!"



Ressurreição

1


Coqueiro! Eu te compreendo o sonho inatingível:

queres subir ao céu, mas prende-te a raiz...

O destino que tens de querer o impossível

é igual a este meu de querer ser feliz.


Por mais que bebas a seiva e que as forças recolhas,

que os verdes braços teus ergas aos céus risonhos,

no último esforço vão, caem-te murchas as folhas

e a mim, murchos, os sonhos!

Ai! coqueiro do mato! Ai! coqueiro do mato!

Em vão tentas os céus escalar na investida...

Tua sorte é tal qual a de Juca Mulato...

Ai! tu sempre serás um coqueiro do mato...

Ai! Eu sempre serei infeliz nesta vida!"


2


"Ser feliz! Ser feliz estava em mim, Senhora...

este sonho que ergui, o poderia por

onde quisesse, longe até da minha dor,

em um lugar qualquer onde a ventura mora;

onde, quando o buscasse, o encontrasse a toda hora,

tivesse-o em minhas mãos... Mas, louco sonhador,

eu coloquei muito alto o meu sonho de amor...

Guardei-o em vosso olhar e me arrependo agora.

O homem foi sempre assim... Em sua ingenuidade

teme levar consigo o próprio sonho, a esmo,

e oculta-o sem saber se depois o achará...


E quando vai buscar sua felicidade,

ele, que poderia encontrá-la em si mesmo,

escondeu-a tão bem que nem sabe onde está!"


3


E Mulato parou.

Do alto daquela serra,

cismando, o seu olhar era vago e tristonho:

"Se minha alma surgiu para a glória do sonho,

o meu braço nasceu para a faina da terra."


Reviu o cafezal, as plantas alinhadas,

todo o heróico labor que se agita na empreita,

palpitou na esperança imensa das floradas,

pressentiu a fartura enorme da colheita...


Consolou-se depois: "O Senhor jamais erra...

Vai! Esquece a emoção que na alma tumultua.

Juca Mulato volta outra vez para a terra,

procura o teu amor numa alma irmã da tua.


Esquece calmo e forte. O destino que impera

um recíproco amor às almas todas deu.

Em vez de desejar o olhar que te exaspera,

procura esse outro olhar que te espreita e te espera,

que há, por certo, um olhar que espera pelo teu..."
.
.
.
Menotti Del Picchia...

In Memoriam...


I

Seus poemas desenham seu fino hastil

suas corolas vibrantes como pequeninas violas

(ou era a vibração incessante dos grilos?)

seus poemas floriam na tapeçaria ondulante dos prados

onde os colhia a mão das eternamente amadas

(as que morreram jovens são eternamente amadas...)



II

Seus poemas,

dentre as páginas de um seu livro,

apareciam sempre de surpresa,

e era como se a gente descobrisse uma folha seca

um bilhete de outrora

uma dor esquecida

que têm agora o lento e evanescente odor do tempo...



III

E seus poemas eram, de repente, como uma prece jamais ouvida

que nossos lábios recitavam --- ó temerosa delícia!

como se, numa língua desconhecida,

sem querer, falassem

da brevidade

e da

eternidade da vida...



IV

Ah, aquela a quem seguiam os versos ondulantes como dóceis panteras

e deixava por todas as coisas o misterioso reflexo do seu sorriso;

e que na concha de suas mãos, encantada e aflita, recebia

a prata das estrelas perdidas...



V

Nem tudo estará perdido

enquanto nossos lábios não esquecerem teu nome: Cecília...
.
.
.
Mario Quintana...

Nunca...



Nunca a alheia vontade, inda que grata,

Cumpras por própria.

Manda no que fazes,

Nem de ti mesmo servo.

Ninguém te dá quem és.

Nada te mude.

Teu íntimo destino involuntário

Cumpre alto.

Sê teu filho...
.
.
.
Ricardo Reis, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa...

Para atravessar contigo o deserto do mundo...


Para enfrentarmos juntos o terror da morte

Para ver a verdade para perder o medo

Ao lado dos teus passos caminhei


Por ti deixei meu reino meu segredo

Minha rápida noite meu silêncio

Minha pérola redonda e seu oriente

Meu espelho minha vida minha imagem

E abandonei os jardins do paraíso


Cá fora à luz sem véu do dia duro

Sem os espelhos vi que estava nua

E ao descampado se chamava tempo


Por isso com teus gestos me vestiste

E aprendi a viver em pleno vento...
.
.
.
Sophia de Mello Breyner...

Conheça 10 sinais de que você está com o homem errado...


Você está com um homem que acredita ser a pessoa com quem
você sempre sonhou, mas por algum motivo você não sente que
isso seja recíproco.

Sabemos que muitos homens são um pouco avessos a manter
relacionamentos que levem a compromissos mais sérios, mesmo
que eles achem que tenham encontrado a mulher da vida deles.

O medo de perder seu espaço e liberdade dá a eles uma espécie
de "alergia" que não podem evitar.



O ponto é saber se o que acontece é uma questão de tempo ou
se na realidade você está diante de um homem que não é capaz
de manter relações duradouras e, por isso, mesmo que ele seja
o que você sempre sonhou, não é para você.


Se você quer acabar com dúvidas, concentre-se em alguns sinais
que podem ajudar a comprovar se você está no caminho correto
ou se ainda precisa continuar procurando.

Será que mesmo ele sendo "quase perfeito" ele não é homem para você?

Descubra se existe futuro com seu príncipe.


1. Não assume o relacionamento

Se diante dos amigos ou da família ele te apresenta como uma amiga
ou como "algo mais", é porque você está frente a um homem que não
 leva um relacionamento muito a sério.
Certamente, ele evitará ter que classificá-la com algum nome do tipo
"namorada" e você passará como mais uma na lista dele.
Se este é o seu caso, é melhor que você coloque "pingos nos is" o
quanto antes e faça com que ele deixe bem claro o que você
significa para ele.


2. Prefere os amigos

Uma tarde com os amigos é mais importante do que passar um
momento a dois com você?
Um homem que não dá espaço para o casal e que sempre se
encontra com você ao lado do "melhor amigo" ou então só marca
programas como uma tarde de chopp ou assistir a jogos com ele é
porque não quer assumir a relação e prefere te ver como mais uma
amizade colorida.


3. Não te dá espaço na casa dele

Não significa que ele tenha que te dar a oportunidade de mudar
cada coisa no cantinho de solteiro dele.
Mas, se já passaram semanas que ele disse que você poderia mudar
as roupas de cama e não faz questão alguma de ter sua bebida favorita
na geladeira é porque não está tão disposto a compartilhar seu espaço
 "sagrado" com ninguém, a não ser com seus amigos.


4. A palavra "nosso" não está no vocabulário dele

Se vocês são convidados e ele decide ir com você em momento
algum ele quer que vocês dividam o presente e também não quer
que o convite seja escrito com o nome dos dois. Isso, porque na
verdade, ele não quer que o comprometam demais com você.
Se você já viveu esta situação é melhor que pergunte o nível de
seriedade do relacionamento que possuem.


5. Ele se gaba por viver sozinho

Alguns homens adoram ter seu próprio espaço para poderem
descansar.
Entretanto, se o seu parceiro, acima de tudo faz questão de enfatizar
que é melhor viver sozinho e que não sabe se poderia dividir sua casa
com outra pessoa, ou ainda nem sequer se aventurou a compartilhar
mais de uma noite sob o mesmo teto com você, é porque indiretamente
ele quer deixar claro que, até aquele momento, você não faz parte dos
planos dele.


6. Aplaude os divorciados

Você se entristece cada vez que sabe que um casal de amigos se divorciou,
mas ele não tem nada melhor a dizer a não ser "Enfim ele ficou livre".
Sem dúvida, ele não tem um conceito muito bom de casamento e, na
verdade, "amarrar-se" não está nos planos dele.
Pode ser que seja por simples medo, mas também, pode ser que ele
acredite que ainda tem muito para viver e para aproveitar antes de ter
um relacionamento mais sério.


7. Paquera outras pessoas descaradamente

Quando vocês saem juntos é como se nada estivesse acontecendo,
já que para ele isso não é um empecilho para paquerar outras mulheres
constantemente, enquanto você fica "se mordendo de ciúmes".
E o melhor de tudo é que quando você pergunta para ele o que está
acontecendo ele dá a simples desculpa de que a vida dá muitas voltas
e por isso é bom conhecer gente nova todo dia e, até mesmo diz que
você deveria fazer o mesmo.


8. Ele é famoso por suas conquistas

Vocês vão a um barzinho da moda e quando chegam o garçom o
cumprimenta como se fossem amigos de anos e diz:
"Você deve ser a Ana", mas na verdade seu nome é Paola.
Isso é uma prova de que ele não deve ser um homem de uma mulher só.


9. Não deixa que você "invada" o território dele

Como você é uma mulher prevenida, decide deixar no banheiro
dele um pacote de absorventes para não ser pega de surpresa.
Mas, quando ele descobre, te chama indignado e não faz outra
coisa senão gritar e dizer que você está invadindo o espaço dele
e que a relação ainda não chegou neste nível.
Se você já passou por isso, é melhor que nem cogite a hipótese
desta relação virar algo mais sério.


10. Casamento? Ele não conhece esta palavra

Um dia ele chega a sua casa e encontra você e suas amigas vendo
revistas de noivos porque uma delas está prestes a se casar.
Ele fica irritado sem explicação só porque você mostrou alguns
vestidos a ele.
O mais provável nesta situação seja que ao vê-la tão entusiasmada
ele peça um tempo e desapareça por alguns dias para ver se a seu
"desejo casamenteiro" diminui...
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Fonte: Terra...

28/07 - Prática da presença de Deus...


Ore a Ele: "Senhor,

Tu és o Mestre da criação,

por isto eu venho a Ti.

Não desistirei jamais, até que

fales comigo e me faças perceber

a Tua presença.

Não viverei sem Ti."..
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Paramahansa Yogananda, "A Eterna Busca do Homem"...

Bom Dia...

Tenho certeza que eu fiz...
Só que amar sozinho, não leva a gente a lugar nenhum...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Boa Noite...Beijos...Fiquem Com Deus...

A CADEIA DA INFORMAÇÃO...





DE: Diretor-Presidente.

PARA: Gerente.


Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17:00 horas,

o cometa Halley estará nesta área.

Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos.

Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica,

todos usando capacete de segurança, quando explicarei o

fenômeno a eles.

Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo

a olho nu.

Sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde

será exibido um documentário sobre o cometa Halley.


DE: Gerente.


PARA: Supervisor.


Por ordem do diretor-presidente, na sexta-feira, às 17:00 horas,

o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica.

Se chover, por favor,reúna os funcionários, todos com capacete

de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde raro fenômeno

terá lugar, o que acontece a cada 78 anos a olho nú.


DE: Supervisor.


PARA: Chefe de Produção.


A convite do nosso querido diretor, na sexta-feira às 17:00 horas,

o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nú no refeitório da fábrica

usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o problema

da chuva na segurança.

O diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.


DE: Chefe de Produção.


PARA: Mestre.


Na sexta-feira, às 17:00 horas, o diretor, pela primeira vez

em 78 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar

o Halley nú, o cientista famoso e sua equipe.

Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado

um show sobre segurança na chuva.

O diretor levará a banda para o pátio da fábrica.


DE: Mestre.


PARA: Funcionário.


Todo mundo nú, sem exceção, deve estar com os seguranças

no pátio na próxima sexta-feira, às 17:00 horas, pois o

manda-chuva (o diretor) e o senhor Halley, guitarrista famoso,

estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva".

Caso comece a chover mesmo, é para ir para o refeitório de

capacete na mesma hora.

O show será lá, o que ocorre a cada 78 anos.


E FINALMENTE NO QUADRO DE AVISOS.....


Na sexta-feira o presidente fará 78 anos,

e liberou geral para a festa, às 17:00 horas no refeitório.

Vão estar lá Bill Halley e Seus Cometas.

Todo mundo deve estar nú e de capacete, porque a banda

é muito louca e o rock vai rolar solto no pátio, mesmo com chuva...
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Autor Desconhecido...