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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Boa Noite...Beijos...Fiquem com Deus...

A Minha Ausência de Ti...


Foi tal e qual o inverno a minha ausência


de ti, prazer dum ano fugitivo:

dias nocturnos, gelos, inclemência;

que nudez de dezembro o frio vivo.

E esse tempo de exílio era o do verão;

era a excessiva gravidez do outono

com a volúpia de maio em cada grão:

um seio viúvo, sem senhor nem dono.

Essa posteridade em seu esplendor

uma esperança de órfãos me parecia:

contigo ausente, o verão teu servidor

emudeceu as aves todo o dia.

Ou tanto as deprimiu, que a folha arfava

e no temor do inverno desmaiava...
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William Shakespeare...

A Falsa Polidez...


As ofensas, que na verdade consistem sempre na

exteriorização da falta de consideração, colocar-nos-iam

bem menos fora de nós mesmos se, por um lado, não

nutríssimos uma representação tão exagerada do nosso

elevado valor e da nossa dignidade - portanto, um orgulho

desmesurado - e, por outro, se estivéssemos bastante

cientes daquilo que, via de regra, no fundo do coração, cada

um crê e pensa dos outros.


Que contraste flagrante entre a susceptibilidade da maioria

das pessoas à mais ténue alusão de censura a seu respeito,

e aquilo que ouviriam de si, caso surpreendessem as conversas

dos seus conhecidos!

Deveríamos, antes, ter em mente que a polidez habitual é apenas

uma máscara burlesca; desse modo, não gritaríamos tão alto todas

as vezes que esta fosse deslocada ou retirada por um breve instante.

Todavia, quando se torna de facto rude, é como se tivesse despido

todas as suas roupas e se postasse de nós in puris naturalibus (nu em pêlo).

Decerto, assim o fazendo, desempenha uma figura bastante feia, como

a maioria dos homens nesse estado...
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Arthur Schopenhauer...

O Amor de Si Próprio...


[Ferido por uma crítica adversa, um poeta busca

consolo para a mágoa relendo seus próprios versos.]

Desgosto (...), mas desgosto curto.

Ele irá dali remirar-se nos próprios livros.

A justiça que um atrevido lhe negou, não lhe negarão as páginas dele.

Oh! a mãe que gerou o filho, que o amamenta e acalenta, que põe

nessa frágil criaturinha o mais puro de todos os amores, essa mãe

é Medeia, se a compararmos àquele engenho, que se consola da

injúria, relendo-se; porque se o amor de mãe é a mais elevada forma

de altruísmo, o dele é a mais profunda forma de egoísmo, e só há uma

coisa mais forte que o amor materno, é o amor de si próprio...
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Machado de Assis...

A Imortalidade...


Ser imortal é coisa sem importância.

Excepto o homem, todas as criaturas o são, porque ignoram a morte.

O divino, o terrível, o incompreensível, é considerar-se imortal.

Já notei que, embora desagrade às religiões, essa convicção é raríssima.

Israelitas, cristãos e muçulmanos professam a imortalidade,

mas a veneração que dedicam ao primeiro século prova que

apenas crêem nele, e destinam todos os outros, em número

infinito, para o premiar ou para o castigar.



Mais razoável me parece o círculo descrito por certas religiões do Indostão.

Nesse círculo, que não tem princípio nem fim, cada vida é uma consequência

da anterior e engendra a seguinte, mas nenhuma determina o conjunto...

Doutrinada por um exercício de séculos, a república dos homens imortais

tinha conseguido a perfeição da tolerância e quase do desdém.

Sabia que num prazo infinito ocorrem a qualquer homem todas as coisas.

Pelas suas passadas ou futuras virtudes, qualquer homem é credor de toda

a bondade, mas também de toda a traição pelas suas infâmias do passado

ou do futuro.

Assim como nos jogos de azar as cifras pares e ímpares permitem o equilíbrio,

assim também se anulam e se corrigem o engenho e a estupidez.



(...) Ninguém é alguém, um único homem imortal é todos os outros homens.

Como Cornelio Agrippa, sou deus, sou herói, sou filósofo, sou demónio e

sou o mundo, o que é uma forma cansativa de dizer que não sou.



(...) A morte (ou a sua alusão) torna os homens delicados e patéticos.

Estes comovem-se pela sua condição de fantasmas.

Cada acto que executam pode ser o último.

Não há um rosto que não esteja por se desfigurar como o rosto de um sonho.

Tudo, entre os mortais, tem o valor do irrecuperável e do perdido.

Entre os Imortias, pelo contrário, cada acto (e cada pensamento) é o eco

de outros que no passado o antecederam, sem princípio visível, ou o claro

presságio de outros que, no futuro, o repetirão até à vertigem.

Não há coisa que não esteja perdida entre infatigáveis espelhos.

Nada pode ocorrer uma só vez, nada é primorosamente gratuito.

O elegíaco, o grave, o cerimonial, não contam para os Imortais.

Homero e eu separamo-nos nas portas de Tânger.

Creio que não nos despedimos...
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Jorge Luís Borges...

O Respeito Humano é Mais Forte do que a Consciência...


Todos sabemos ter pensamentos maus,

mas muito raramente praticar acções más.

Todos sabemos praticar boas acções,

mas poucos são capazes de bons pensamentos.


O respeito humano é mais forte do que a consciência.

Quem não prefere ceder no seu íntimo à mais abjecta

tentação, consentir, do que praticar, mesmo inocentemente,

uma acção abjecta, no caso, bem entendido, de ser impossível desculpar-se?...
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Cesare Pavese...

Tolerância às Opiniões...


Para que os homens possam sentir-se felizes

com a minha companhia, é necessário antes

de tudo que eu tenha a grande força de ver

como prováveis as opiniões a que aderiram,

desde que as não venham contradizer os factos

que posso observar; não devo supor-me infalível;

não devo considerar-me a inteligência superior e

única entre o bando de pobres seres incapazes de

pensar; cumpre-me abafar todo o ímpeto que possa

haver dentro de mim para lhes restringir o direito de

pensarem e de exprimirem, como souberem e quiserem,

os resultados a que puderam chegar; de outro modo,

nada mais faria de que contribuir para matar o universo:

porque ele só vive da vida que lhe insufla o pensamento poderoso e livre...
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Agostinho da Silva...

Uma Vida Maior...


Estou querendo viver daquilo inicial e primordial

que exactamente fez com que certas coisas

chegassem ao ponto de aspirar a serem humanas.

Estou querendo que eu viva da parte humana mais

difícil: que eu viva do germe do amor neutro, pois foi

dessa fonte que começou a nascer aquilo que depois

foi se distorcendo em sentimentações a tal ponto que

o núcleo ficou esmagado em nós mesmos pela pata humana.

É um amor muito maior que estou exigindo de mim – é uma

vida tão maior que não tem sequer beleza.

Estou tendo essa coragem dura que me dói como

a carne que se transforma em parto...
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Clarice Lispector...

30/11 - Gratidão...


Oh, Pai, quando eu era cego, não encontrava

nenhuma porta que conduzisse a Ti.

Tu curaste meus olhos; agora descubro portas

em todos lugares: os corações das flores, as

vozes de amizade, as recordações de experiências encantadoras.

A cada prece proferida, abre-se em mim uma nova entrada ao

vasto templo da Tua presença...
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Paramahansa Yogananda, "Sussurros da Eternidade"...

Bom Dia...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Boa Noite...(Eu também)...Beijo para todos...

29/11 - Gratidão...


No fundo de sua mente, sussurre sempre uma

silenciosa canção devocional de amor ao seu

amado Pai Celestial, lembrando-se que todas

as suas habilidades são presentes dEle...
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Paramahansa Yogananda...

Como é que se Esquece Alguém que se Ama?...


Como é que se esquece alguém que se ama?

Como é que se esquece alguém que nos faz falta

e que nos custa mais lembrar que viver?

Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar?

Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz

quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?



As pessoas têm de morrer; os amores de acabar.

As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros,

os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz?

Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar.

Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre.

Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração,

fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas,

mas não se podem despejar de repente.

Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar.

Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar.

A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente.

É preciso paciência.

O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada.

Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração.

Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho.

Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas.

Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se.

Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo.

Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma.

A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída,

devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.


É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração

e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo.

É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica,

a falta de justiça, a falta de solução.

Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas

o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos,

aceitando que não têm solução.


Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa.

Nem injecção. Nem remédio.

Nem conhecimento certo da doença de que se padece.

Muitas vezes só existe a agulha.


Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais,

para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos

fugir, mais temos mais tarde de enfrentar.

Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.


O esquecimento não tem arte.

Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo,

com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em

condoídas lembranças a dobrar.

Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em

lembrança, na esperança de ele se cansar...
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Miguel Esteves Cardoso...

Bom Dia...

Boa Noite...Beijos...Paz, Amor e Saúde a todos...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Saudação a Palmares...


Nos altos cerros erguido

Ninho d'águias atrevido,

Salve - País do bandido!

Salve - Pátria do jaguar!

Verde serra onde os palmares

- Como indianos cocares -

No azul dos colúmbios ares

Desfraldam-se em mole arfar!...


Salve! Região dos valentes

Onde os ecos estridentes

Mandam aos plainos trementes

Os gritos do caçador!

E ao longe os latidos soam...

E as trompas de caça atroam...

E os corvos negros revoam

Sobre o campo abrasador!...


Palmares! a ti meu grito!

A ti, barca de granito,

Que no soçobro infinito

Abriste a vela ao trovão.

E provocaste a rajada,

Solta a flâmula agitada

Aos uivos da marujada

Nas ondas da escravidão!


De bravos soberbo estádio,

Das liberdades paládio,

Pegaste o punho do gládio,

E olhaste rindo p'ra o val:

"Descei de cada horizonte...

Senhores! Eis-me de fronte!"

E riste... O riso de um monte!

E a ironia... de um chacal!...


Cantem Eunucos devassos

Dos reis os marmóreos paços;

E beijem os férreos laços,

Que não ousam sacudir...

Eu canto a beleza tua,

Caçadora seminua!...

Em cuja perna flutua

Ruiva a pele de um tapir.


Crioula! o teu seio escuro

Nunca deste ao beijo impuro!

Luzídio, firme, duro,

Guardaste p'ra um nobre amor.

Negra Diana selvagem,

Que escutas sob a ramagem

As vozes - que traz a aragem

Do teu rijo caçador!...


Salve Amazona guerreira!

Que nas rosas da clareira,

- Aos urros da cachoeira -

Sabes bater e lutar...

Salve! - nos cerros erguido -

Ninho, onde em sono atrevido,

Dorme o condor... e o bandido!...

A liberdade... e o jaguar!...
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Castro Alves...

Limitações do flerte...


Que fim levaram aquelas

que flertamos nos bares,

esquinas e aeroportos?

Não aquelas que levamos

ao restaurante, parques

e camas, mas aquelas tocadas

num leve aceno, de longe,

corpo fluindo e morrendo

na ponte aérea do instante.


Mas por que pensar nas distantes

que nem tocamos na mão ou fronte?

Preferimos jogar com a ausente?

É essa a nossa concreta fonte?

Como se vê, não adianta, não se aprende.

A gente aqui pensando nas que flertamos

de leve, em dois minutos intensos,

entre um sorriso e o gesto frustro,

enquanto, perto, pisamos brutos

o calcanhar da que está junto,

ou pulamos na jugular

da que nos cobre de frutos,

olhando por sobre os muros,

as que ondeiam seus bustos

sobre a linha do horizonte.


- Amar com os olhos é mais fácil

e anônimo? - É mais fútil? É declarar

por telefone, apenas com um fio

de voz que enrosca os corpos e mentes,

ou melhor, numa vaga prolação, sem dormente

ou trilho que leve o trem-passageiro

ao outro corpo-estação.


Mas como é vegetativo esse amar plantado,

esgalhando o olhar furtivamente. A isso,

prefiro carnívoras plantas que se abraçam

e num sufoco se esmigalham deixando ao chão

sementes em que piso, convertendo a morte havida

em refluir de raízes.

Flertar é texto-antigo, é bordar caligrafias

quando há guerras e telegramas. Flertar é prefácio

e eu quero logo desfolhar o livro. Flertar é usar binóculos

devastando camarotes oblíquos

quando o drama está no palco

- e em nossos corpos aflitos.


Amar assim tão voyeurista, é tão perverso

como amar só por carta, com a caneta em riste e triste,

é pior que conhecer estrela só na foto,

é apenas vê-la de luneta, correr atrás de um cometa.

É chamar a fêmea sem macho

na pradaria. É cear ante um retrato

e uma cadeira vazia em frente.


Isto de amar de longe, só com os olhos,

não é sequer ir à caça. É ir à exposição

de animal de raça. É ver decoração em loja,

olhar por trás da vitrina um feriado que passa.


É coisa de telegrafista ou coisa de mau amador

de rádio, ouvindo só os ruídos

do outro lado da antena e cama.


Não é tocar de ouvido partitura desconhecida,

o músico, nisso, é o contrário, vai mais fundo

pois pega com as mãos e arpeja

a música com os dedos.


E eu tenho essa mania de amar como o invasor

pulando os muros de Roma, como o astronauta

se acolchoando na câmara, como o casulo

se entre-tecendo no claro-e-escuro,

enfim, como a gavinha da barroca parreira

crescendo a sede das vinhas.


Um amar estabanado, como a criança quebrando

o delicado brinquedo e derramando a alma

dos bichos sobre o tapete do medo.


Comigo é assim:


ficar olhando não basta. Vou logo

precipitando borrasca e estrela.

Que se cuide o olhar alheio quando

olho com o corpo inteiro, porque alojo fácil,

peço café e pijama, e fico pastando

com esse olhar de boi manso

no breve espaço da cama...
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Affonso Romano de Sant'Anna...

Psicologia de um vencido...


Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.


Profundissimamente hipocondríaco,

esse ambiente me causa repugnância...

Sabe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme - este operário das ruínas -

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!...
.
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Augusto dos Anjos...

Video...Voce vai lembrar de mim...Nenhum de Nós...(letra)...

Video...Pra Você Guardei o Amor...Nando Reis...(com letra)...

Video...Sei...Nando Reis...

28/11 - Gratidão...


Nada no mundo é tão divinamente embriagador

quanto o meu amado Deus.

Eu bebo incessantemente este Néctar.

 "Oh Vinho envelhecido de minh'alma, bebendo-Te

no oceano que há dentro de mim, percebo que És inesgotável.

Tu és um céu repleto de felicidade que exibe todas as estrelas

do universo, sempre pulsante no meu coração"...
.
.
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Paramahansa Yogananda...

Bom Dia...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Boa Noite...Fiquem com Deus...Beijos...

O Interior da Alma...


O olho do espírito em parte nenhuma pode encontrar

mais deslumbramentos, nem mais trevas, do que no homem,

nem fixar-se em coisa nenhuma, que seja mais temível, complicada,

misteriosa e infinita.


Há um espectáculo mais solene do que o mar, é o céu;

e há outro mais solene do que o céu, é o interior da alma.



Fazer o poema da consciência humana, mas que não fosse

senão a respeito de um só homem, e ainda nos homens o mais

ínfimo, seria fundir todas as epopeias numa epopeia superior e definitiva.

A consciência é o caos das quimeras, das ambições e das

tentativas, o cadinho dos sonhos, o antro das ideias vergonhosas:

é o pandemónio dos sofismas, é o campo de batalha das paixões.


Penetrai, a certas horas, através da face lívida de um ser humano,

e olhai por trás dela, olhai nessa alma, olhai nessa obscuridade.

Há ali, sob a superfície límpida do silêncio exterior, combates de

gigante como em Homero, brigas de dragões e hidras, e nuvens

de fantasmas, como em Milton, espirais visionárias como em Dante.

Sombria coisa esse infinito que todo o homem em si abarca, e pelo

qual ele regula desesperado as vontades do seu cérebro e as acções

da sua vida!...
.
.
.
Victor Hugo...

A plenos pulmões...


Primeira Introdução ao Poema


Caros

camaradas

futuros!


Revolvendo

a merda fóssil

de agora,

perscrutando

estes dias escuros,

talvez

perguntareis

por mim. Ora,

começará

vosso homem de ciência

afogando os porquês

num banho de sabença,

conta-se

que outrora

um férvido cantor

a água sem fervura

combateu com fervor.

Professor,

jogue fora

as lentes-bicicleta!

A mim cabe falar

de mim

da minha era.

Eu - incinerador,

eu - sanitarista,

a revolução

me convoca e me alista.

Troco pelo front

a horticultura airosa

da poesia -

fêmea caprichosa.

Ela ajardina o jardim

virgem

virgem

sombra

alfombra.

"É assim o jardim de jasmim,

o jardim de jasmim do alfenim".

Este verte versos feito regador,

aquele os baba,

boca em babador, -

bonifrates encapelados,

descabelados vates -

entendê-los,

ao diabo!,

quem há-de...

Quarentena é inútil contra eles -

mandolinam por detrás das paredes:

"Ta-ran-tin, ta-ran-tin,

ta-ran-ten-n-n...

Triste honra,

se de tais rosas

minha estátua se erigisse:

na praça

escarra a tuberculose;

putas e rufiões

numa ronda de sífilis.

Também a mim

a propaganda

cansa,

é tão fácil

alinhavar

romanças, -

Mas eu

me dominava

entretanto

e pisava

a garganta do meu canto.

Escutai,

camaradas futuros,

o agitador,

o cáustico caudilho,

o extintor

dos melífluos enxurros:

por cima

dos opúsculos líricos,

eu vos falo

como um vivo aos vivos.

Chego a vós,

à Comuna distante,

não como Iessiênin,

guitarriarcaico.

Mas através

dos séculos em arco

sobre os poetas

e sobre os governantes.

Meu verso chegará,

não como a seta

lírico-amável,

que persegue a caça.

Nem como

ao numismata

a moeda gasta,

nem como a luz

das estrelas decrépitas.

Meu verso

com labor

rompe a mole dos anos,

e assoma

a olho nu,

palpável,

bruto,

como a nossos dias

chega o aqueduto

levantado

por escravos romanos.

No túmulo dos livros,

versos como ossos,

se estas estrofes de aço

acaso descobrirdes,

vós as respirareis,

como quem vê destroços

de um arsenal antigo,

mas terrível.

Ao ouvido

não diz

blandícias

minha voz;

lóbulos de donzelas

de cachos e bandós

nao faço enrubescer

com lascivos rondós.

Desdobro minhas páginas

- tropas em parada,

e passo em revista

o front das palavras.

Estrofes estacam

chumbo-severas,

prontas para o triunfo

ou para a morte.

Poemas-canhões, rígida coorte,

apontando

as maiúsculas

abertas.

Ei-la,

a cavalaria do sarcasmo,

minha arma favorita,

alerta para a luta.

Rimas em riste,

sofreando o entusiasmo,

eriça

suas lanças agudas.

E todo

este exército aguerrido,

vinte anos de combates,

não batido.

eu vos dôo,

proletários do planeta,

cada folha

até a última letra.

O inimigo

da colossal

classe obreira,

é também

meu inimigo figadal.

Anos

de servidão e de miséria

comandavam

nossa bandeira vermelha.

Nós abríamos Marx

volume após volume,

janelas

de nossa casa

abertas amplamente,

mas ainda sem ler

saberíamos o rumo!

onde combater,

de que lado,

em que frente.

Dialética,

não aprendemos com Hegel.

Invadiu-nos os versos

ao fragor das batalhas,

quando,

sob o nosso projétil,

debandava o burguês

que antes nos debandara.

Que essa viúva desolada,

- glória -

se arraste

após os gênios,

merencória.

Morre,

meu verso,

como um soldado

anônimo

na lufada do assalto.

Cuspo

sobre o bronze pesadíssimo,

cuspo

sobre o mármore viscoso.

Partilhemos a glória, -

entre nós todos, -

o comum monumento:

o socialismo,

forjado

na refrega

e no fogo.

Vindouros,

varejai vossos lexicos:

do Letes

brotam letras como lixo -

"tuberculose",

"bloqueio",

"meretrício".

Por vós,

geração de saudáveis, -

um poeta,

com a língua dos cartazes,

lambeu

os escarros de tísis.

A cauda dos anos

faz-me agora

um monstro,

fossilcoleante.

Camarada vida,

vamos,

para diante,

galopemos

pelo quinquênio afora.

Os versos

para mim

não deram rublos,

nem mobílias

de madeiras caras.

Uma camisa

lavada e clara,

e basta, -

para mim é tudo.

Ao Comitê Central

do futuro

ofuscante,

sobre a malta

dos vates

velhacos e falsários,

apresento

em lugar

do registro partidário

todos

os cem tomos

dos meus livros militantes...
.
.
.
Vladimir Mayakovsky...

Maria Diamba...


Para não apanhar mais

falou que sabia fazer bolos:

virou cozinha.

Foi outras coisas para que tinha jeito.

Não falou mais:

Viram que sabia fazer tudo,

até mulecas para a Casa-Grande.

Depois falou só,

só diante da ventania

que ainda vem do Sudão;

falou que queria fugir

dos senhores e das judiarias deste mundo

para o sumidouro...
.
.
.
Jorge de Lima...

Aprendizado...


Do mesmo modo que te abriste à alegria

abre-te agora ao sofrimento

que é fruto dela

e seu avesso ardente.

Do mesmo modo

que da alegria foste

ao fundo

e te perdeste nela

e te achaste

nessa perda

deixa que a dor se exerça agora

sem mentiras

nem desculpas

e em tua carne vaporize

toda ilusão

que a vida só consome

o que a alimenta...
.
.
.
Ferreira Gullar...

Sabedoria...


Desde que tudo me cansa,

Comecei eu a viver.

Comecei a viver sem

esperança...

E venha a morte quando

Deus quiser.


Dantes, ou muito ou pouco,

Sempre esperara:

Às vezes, tanto, que o meu

sonho louco

Voava das estrelas à mais

rara;

Outras, tão pouco,

Que ninguém mais com tal se

conformara.


Hoje, é que nada espero.

Para quê, esperar?

Sei que já nada é meu senão

se o não tiver;

Se quero, é só enquanto

apenas quero;

Só de longe, e secreto, é

que inda posso amar...

E venha a morte quando Deus

quiser.


Mas, com isto, que têm as

estrelas?

Continuam brilhando, altas

e belas...
.
.
.
José Régio...

Chuva de pedra...


O granizo salpica o chão como se as mãos das nuvens

quebrassem com estrondo um pedaço de gelo

para a salada de frutas do pomares...


O cafezal, numa carreira alucinada,

grimpa as lombas de ocre

apedrejada matilha de cães verdes...

fremem, gotejam eriçadas suas copas

como pêlos de um animal todo molhado.


O céu é uma pedreira cor de zinco

onde estoura dinamite dos coriscos.

Rola de fraga em fraga a lasca retumbante

de um trovão.


Os riachos

correm com seus pés invisíveis e líquidos

para o abrigo das furnas. No terreiro,

as roupas penduradas nos varais

dançam, funambulescas, com as pedradas,

numa fila macabra de enforcados!...
.
.
.
Menotti del Picchia...

Ora...


Ora até que enfim...perfeitamente...

Cá está ela!

Tenho a loucura exatamente na cabeça.


Meu coração estourou como uma bomba de pataco,

E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...


Graças a Deus que estou doido!

Que tudo quanto dei me voltou em lixo,

E, como cuspo atirado ao vento,

Me dispersou pela cara livre!

Que tudo quanto fui se me atou aos pés,

Como a sarapilheira para empilhar coisa nenhuma!

Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta

E me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!


Graças a Deus, porque, como na bebedeira,

Isto é uma solução,

Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!

Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!


Poesia transcendental, já a fiz também!

Grandes raptos líricos, também já por cá se passaram!

A organização de poemas relativos à vastidão de cada assunto resolvido em vários

Também não é novidade.

Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...

Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar na pia, comia-o.

Com esforço, mas era para bom fim.

Ao menos era para um fim.

E assim como sou não tenho nem fim nem vida...
.
.
.
Álvaro de Campos, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa...

A formalística...


O poeta cerebral tomou café sem açúcar

e foi pro gabinete concentrar-se.

Seu lápis é um bisturi

que ele afia na pedra,

na pedra calcinada das palavras,

imagem que elegeu porque ama a dificuldade,

o efeito respeitoso que produz

seu trato com o dicionário.

Faz três horas já que estuma as musas.

O dia arde. Seu prepúcio coça.

Daqui a pouco começam a fosforecer coisas no mato.

A serva de Deus sai de sua cela à noite

e caminha na estrada,

passeia porque Deus quis passear

e ela caminha.

O jovem poeta,

fedendo a suicídio e glória,

rouba de todos nós e nem assina:

'Deus é impecável'.

As rãs pulam sobressaltadas

e o pelejador não entende,

quer escrever as coisas com as palavras...
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Adélia Prado...

Filme...P.S. Eu Te Amo...Dublado...Completo...

27/11 - Gratidão...


A Índia, na pessoa de um de seus grandes mestres,

Paramahansa Yogananda, trouxe-nos esse incalculável

conhecimento da realização da alma.

Quão agradecidos devemos ser a um povo do qual

os mais grandiosos homens, através dos séculos,

doaram suas vidas, renunciaram a tudo o mais, para

explorar as divinas potencialidades no homem!

O que a Índia nos tem dado hoje, através dos

ensinamentos de Parahanasaji, é muito mais valioso

para nós do que qualquer coisa que possamos oferecer

à Índia em troca.

Hoje, o homem ocidental está em séria necessidade de uma

técnica espiritual para desenvolver os recursos de sua alma.

Essa técnica é Kriya Yoga*, uma antiga ciência trazida

a nós pela primeira vez por um mestre indiano...
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Rajarsi Janakananda, "Rajarsi Janakananda: O Grande Iogue Ocidental"...
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Nota do Tradutor: * Uma técnica iogue antiquíssima, ensinada pelos grandes mestres da Índia; acalma e silencia o tumulto sensorial, permitindo ao homem alcançar identidade crescente com a Consciência Cósmica. A raiz sânscrita de Kriya é kri, fazer, agir, reagir...

Bom Dia...rsrsrrs...

Boa Noite que Deus abençoe todos vocês...Beijos...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ausência...


Num deserto sem água

Numa noite sem lua

Num país sem nome

Ou numa terra nua


Por maior que seja o desespero

Nenhuma ausência é mais funda do que a tua...
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Sophia de Mello Breyner...

Cantiga de amor...


Mulheres neste mundo de meu Deus

Tenho visto muitas - grandes, pequenas,

Ruivas, castanhas, brancas e morenas.

E amei-as, por mal dos pecados meus!

Mas em parte alguma vi, ai de mim,

Nenhuma que fosse bonita assim!


Andei por São Paulo e pelo Ceará

(não falo em Pernambuco, onde nasci)

Bahia, Minas, Belém do Pará...

De muito olhar de mulher já sofri!

Mas em parte alguma vi, ai de mim,

Nenhuma que fosse bonita assim!


Atravessei o mar e, no estrangeiro,

Em Paris, Basiléia e nos Grisões,

Lugano, Gênova por derradeiro,

Vi mulheres de todas as nações.

Mas em parte alguma vi, ai de mim,

Nenhuma que fosse bonita assim!


Mulher bonita não falta, ai de mim!

Nenhuma porém, tão bonita assim!...
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Manuel Bandeira...

Estas mãos...


Olha para estas mãos

de mulher roceira,

esforçadas mãos cavouqueiras.


Pesadas, de falanges curtas,

sem trato e sem carinho.

Ossudas e grosseiras.


Mãos que jamais calçaram luvas.

Nunca para elas o brilho dos anéis.

Minha pequenina aliança.

Um dia o chamado heróico emocionante:

- Dei Ouro para o Bem de São Paulo.


Mãos que varreram e cozinharam.

Lavaram e estenderam

roupas nos varais.

Pouparam e remendaram.

Mãos domésticas e remendonas.


Íntimas da economia,

do arroz e do feijão

da sua casa.

Do tacho de cobre.

Da panela de barro.

Da acha de lenha.

Da cinza da fornalha.

Que encestavam o velho barreleiro

e faziam sabão.


Minhas mãos doceiras...

Jamais ociosas.

Fecundas. Imensas e ocupadas.

Mãos laboriosas.

Abertas sempre para dar,

ajudar, unir e abençoar.


Mãos de semeador...

Afeitas à sementeira do trabalho.

Minhas mãos raízes

procurando a terra.

Semeando sempre.

Jamais para elas

os júbilos da colheita.


Mãos tenazes e obtusas,

feridas na remoção de pedras e tropeços,

quebrando as arestas da vida.

Mãos alavancas

na escava de construções inconclusas.


Mãos pequenas e curtas de mulher

que nunca encontrou nada na vida.

Caminheira de uma longa estrada.

Sempre a caminhar.

Sozinha a procurar

o ângulo prometido,

a pedra rejeitada...
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Cora Coralina...

Oração de joelhos...


Bendita seja a mãe que te gerou!

Bendito o leite que te fez crescer!

Bendito o berço aonde te embalou

A tua ama pra te adormecer!


Bendito seja o brilho do luar

Da noite em que nasceste tão suave,

Que deu essa candura ao teu olhar

E à tua voz esse gorjeio d'ave.


Benditos sejam todos que te amarem!

Os que em volta de ti ajoelharem

Numa grande paixão, fervente, louca!


E se mais que eu, um dia te quiser

Alguém, bendita seja essa mulher!

Bendito seja o beijo dessa boca!...
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Florbela Espanca...

Todas as namoradas que eu já tive...


Todas as namoradas que eu já tive

Estão noivas

Uma só dentre todas não está noiva

Casou-se.

Nenhuma se lembra mais de mim

As que tiveram meus beijos evitam meus olhos

As que tiveram minha afeição riem mal de mim

E beijam furtivamente os noivos nos cinemas e nas praias

Todas têm meus sonetos de amor

Com promessas ardentes de constâncias e fidelidade

Todas têm meu retrato

O retrato do menino risonho que eu já fui

Com todas eu gastei algumas horas do dia

E algumas horas da noite

Todas estão noivíssimas

E são apenas meninas sem juízo fazendo o que querem

Dando aos namorados anteriores a satisfação social do noivado

E exibindo o noivo bonito aos olhos das moças sem namorado.


Algumas eu amei sinceramente

Sem grandes palavras mas com olhares francos

Olhares que eu estudava nos bondes com outras

Para fazê-los ainda mais verdadeiros

Com outras me diverti

Passeando horas e horas braço com braço

Com palavras grandes e pequenos olhares

A todas eu feri inconscientemente

As que eu beijei e as que eu não beijei

As que eu beijei porque um dia não quis beijar

As que eu não beijei porque um dia quis beijar.


Vi-as fugirem todas de mim

E me vi fugindo de todas elas

Vejo-as agora aqui e ali ontem e hoje

A casada, com um filho

As noivas, com brilhos maternais nos olhos

Futuros infelizes para o mundo

Vejo-me por momentos pai de família comprando brinquedos

E a satisfação de estar só é tão grande

Que no fundo eu estimo sinceramente todas essas meninas

Que estão noivas e serão muito felizes

E a que está casada e não é feliz mas faz que é


E me estimo mais, ainda, a mim próprio


Que estou só, feliz e só, com os meus

amigos e com a minha boemia discreta...
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Vinicius de Moraes...

Flores do mais...


Devagar escreva

uma primeira letra

escreva

nas imediações construídas

pelos furacões;

devagar meça

a primeira pássara

bisonha que

riscar

o pano da boca

aberto

sobre os vendavais;

devagar imponha

o pulso

que melhor

souber sangrar

sobre a faca

das marés;

devagar imprima

o primeiro

olhar

sobre o galope molhado

dos animais; devagar

peça mais

e mais e

mais...
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Ana Cristina César...

Já basta...


Escrevo para dizer

simplemente que já basta.

Basta de tanto milagre.


Basta de tudo o que a vida

inventou só pra me dar

com sua mão estrelada,

e continua a inventar

sem que eu lhe peça nem sonhe,

mas desponta a madrugada.


Basta da brisa chegando

bem cedinho, me chamando

para inaugurar o dia

na luz das ancas perfeitas

que em meu dorso se aconchegam.


Basta de paz dessa garça

que não mereço, mas pousa

de perfil, cheia de graça

na beirada da manhã.


Basta, vida, da encantada

candura que a moça amiga

sem me ver diz que perdura.

Basta das águas distantes

que de exílio naveguei

e me cobriram de limos

resplandecentes.


Já basta

da imensidão da memória

que, antiga e apenas acesa

por neurônios fatigados,

deu de crescer, se mostrar,

como menina enxerida,

trazendo, peitos floridos,

milagres da mocidade.


Chega de bençãos, de afagos,

de prêmios que mal me cabem.


Todo o meu sonho é quedar

(de tão bom, sonho que sonho)

com quem mal e bem me quer,

mas gosta de ser mulher

com seu viço de menina,

colo que sabe a bonina,

onde agasalho o meu sono.


Ela dizendo o meu nome,

como se fosse palavra

de sortilégio que acende

ternuras e borboletas

dançando no corpo dela.

Não há coração que aguente,

é demais felicidade!


Força é ceder aos limites

(culpa não tenho) do tempo

que o Livro dá para a vida

de um filho de Deus.


Já basta...
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Thiago de Mello...

Canção do poeta difícil...


A minha pena é ásp'ra; a folha, que nem zinco!


Onde a cantiga tão doce

Que o meu amor cantava?


As palavras ficam-me nas linhas como urubus

plantados na cerca.


Quando eu era um passarinho

Morava numa gaiola

Que eu pensava que era um ninho...


Mas até onde, até onde eu vou puxar esta carreta?!


Quando eu era pequnino

Não usava ponto-e-vírgula...

Onde o arroio tão puro

Que de tão puro sumiu?...
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Mario Quintana...

Amor imperfeito...


A perfeição

é um momento,

por demais claro.

Como repeti-la,

sem enfaro?


A perfeição,

se possuída

a todo instante

se faz rainha

suicida.


Quem já mediu

o perfeito,

rosa de prata,

mas em sua

medida exata?


Nada existe

sem o defeito

que lhe dá graça.

Só amo a graça

do imperfeito.


O perfeito

quando existe

tem o defeito

de ser triste.

(Lácrima Cristi)...
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Cassiano Ricardo...

26/11 - Gratidão...


Nós estendemos nossas mãos para receber

os presentes de Deus: a vida, o sol, o alimento

e todas as outras coisas que Ele nos concede;

mas mesmo quando as recebemos, não estamos

conscientes do Doador.

Se você amorosamente oferta presentes a alguém

e então descobre que essa pessoa nunca pensa em

você, quão magoado você se sentiria!

Deus se sente dessa forma, também...
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Paramahansa Yogananda, "A Eterna Busca do Homem"...

Bom Dia...Isso é verdade...rsrsrsr...

Boa Noite...Beijo...Fiquem com Deus...

Maldição...


Se por vinte anos, nesta furna escura,

Deixei dormir a minha maldição,

- Hoje, velha e cansada da amargura,

Minha alma abrirá como um vulcão.


E em torrentes de cólera e loucura,

Sobre a tua cabeça ferverão

Vinte anos de silêncio e de tortura,

Vinte anos de agonia e solidão...


Malditas sejas pelo ideal perdido!

Pelo mal que fizeste sem querer!

Pelo amor que morreu ter nascido!


Pelas horas vividas sem prazer!

Pela tristeza do que eu tenho sido!

Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...
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Olavo Bilac...

domingo, 25 de novembro de 2012

Esse Cara Sou Eu....rsrsrsrsr...

Video...Além da Vida...Paula Fernandes...

25/11 - Gratidão...


Em um de Seus aspectos, um aspecto muito tocante,

o Senhor pode ser colocado como um mendigo.

Ele anseia por nossa atenção.

O Mestre do Universo, ao qual o olhar de todas as

estrelas, sóis, luas e planetas vibram, está correndo

atrás do homem e dizendo:

"Você não vai Me dar sua afeição?

Você não vai amar a Mim, o Doador, mais do que

as coisas que Eu criei para você?

Você não vai Me buscar?"

Mas o homem diz:

"Estou muito ocupado agora; tenho trabalho a fazer.

Não posso gastar tempo a Te procurar".

E o Senhor diz: "Eu esperarei"...
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Paramahansa Yogananda...

Bom Dia...