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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Minha Ausência de Ti...


Foi tal e qual o inverno a minha ausência


de ti, prazer dum ano fugitivo:

dias nocturnos, gelos, inclemência;

que nudez de dezembro o frio vivo.

E esse tempo de exílio era o do verão;

era a excessiva gravidez do outono

com a volúpia de maio em cada grão:

um seio viúvo, sem senhor nem dono.

Essa posteridade em seu esplendor

uma esperança de órfãos me parecia:

contigo ausente, o verão teu servidor

emudeceu as aves todo o dia.

Ou tanto as deprimiu, que a folha arfava

e no temor do inverno desmaiava...
.
.
.
William Shakespeare...

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