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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Poema Da Disciplina...


Ao homem triste que se rebelara


Contra as imposições da disciplina

Deus permitiu que ele pudesse

Escutar, de surpresa,

As notas e lições da natureza,

No âmbito de sala pequenina.


Contrariando as queixas que lhe ouvira,

Disse-lhe a grande mesa:

Eu fui, aos ares livres da floresta,

Um palácio vibrante em júbilos de festa,

Entre ninhos e pássaros cantores!

Que música de paz!. . . Que beleza de flores!. . .


Veio, porém, um dia,

Um homem de machado. . .

Decepou-me sem dó!. . .

E depois de entregar-me à serraria,

Onde amarguei desprezo, lama e pó,

Vendeu-me para outro companheiro. . .

Era um singelo carpinteiro

Que me malhou durante muitas horas,

Para que eu seja a mesa em que te escoras!. . .


O mármore do piso

Exclamou de improviso:

Adorava meu berço em formosa montanha!. . .

A minha independência era tamanha

Que não sei descrever!. . .

Descendente de lindas pedras raras,

Formamo-nos em séculos de luta. . .

Um homem, certa vez, descobriu-nos a gruta,

Separou-me dos meus,

À força me arrastou sobre os seus próprios passos,

Conduziu-me à oficina,

Fez-me em vários pedaços. . .

Depois disso, vim eu, de revés em revés,

Até fazer-me de escravo e servir aos teus pés. . .


A lâmpada informou sem pretensão:

A fim de combater a escuridão

E doar-me em vida e luz,

Sem o menor desvio,

É necessário que me ajuste ao fio

Que me guarda e conduz!. . .


Um belo jarro à frente,

Esclareceu humildemente:

Fui um bloco de argila,

Sossegado e feliz numa gleba tranqüila!. . .

Quando fazia sol

Adorava mirar as borboletas

E sentir os perfumes

De próximo jardim. . .


E, à noite, admirava os vagalumes

Que acendiam lanterna para mim. . .

No entanto, certa feita,

Valente caçador de barro fino

Arrancou-me do lar e mudou-me o destino. . .

A calor desumano, em fúria desumana,

Que enlouquece e que arrasa,

Mumificou-me em fria porcelana

Para enfeitar-te a casa!. . .


Nisso, falou antiga porta:

Nunca pude viver como quisera,

Devo permanecer em todo o instante, à espera

De ordenações e impulsos que me dás. . .

A fim de resguardar-te os bens e garantir-te a paz,

Protegendo-te a vida,

Cabe-me obedecer e sempre obedecer

Para cumprir contigo o meu próprio dever!. . .


Houve silêncio e o homem transformado

Fitou, lá fora, o chão recentemente arado,

Depois ergueu o olhar para os astros distantes

E exclamou para os céus,

Em êxtase profundo:

Sê bendito, Senhor,

Pela escola do mundo!. . .


Tudo o que serve, apoia, aprimora e ilumina,

Tudo o que a evolução entesoura e contém,

Vejo agora na luz da disciplina!. . .

Ajuda-me a servir no infinito bem!. . .

Valoriza, Senhor, os dias meus

E por tudo que a vida me oferece

Seja no Dom da fé por benção que me aquece,

Ou na fonte do amor que me renova e ensina,

Obrigado, meu Deus!. . .
.
.
.
Pelo Espírito Maria Dolores -
Do livro: Encontro de Paz,
Médium: Francisco Cândido Xavier...

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