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segunda-feira, 23 de julho de 2012

A catedral...


Entre brumas ao longe surge a aurora,

O hialino orvalho aos poucos se evapora,

Agoniza o arrebol.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece na paz do céu risonho

Toda branca de sol.


E o sino canta em lúgubres responsos:

"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"


O astro glorioso segue a eterna estrada.

Uma áurea seta lhe cintila em cada

Refulgente raio de luz.

A catedral ebúrnea do meu sonho,

Onde os meus olhos tão cansados ponho,

Recebe a benção de Jesus.


E o sino clama em lúgubres responsos:

"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"


Por entre lírios e lilases desce

A tarde esquiva: amargurada prece

Poe-se a luz a rezar.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece na paz do céu tristonho

Toda branca de luar.


E o sino chora em lúgubres responsos:

"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"


O céu é todo trevas: o vento uiva.

Do relâmpago a cabeleira ruiva

Vem açoitar o rosto meu.

A catedral ebúrnea do meu sonho

Afunda-se no caos do céu medonho

Como um astro que já morreu.


E o sino chora em lúgubres responsos:

"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!...
.
.
.
Alphonsus de Guimaraens...

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