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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pássaro...


Aquilo que ontem cantava

já não canta.

Morreu de uma flor na boca:

não do espinho na garganta.


Ele amava a água sem sede,

e, em verdade,

tendo asas, fitava o tempo,

livre de necessidade.


Não foi desejo ou imprudência:

não foi nada.

E o dia toca em silêncio

a desventura causada.


Se acaso isso é desventura:

ir-se a vida

sobre uma rosa tão bela,

por uma tênue ferida...
.
.
.
Cecília Meirelles...

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