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quarta-feira, 27 de junho de 2012
Não Sou Santa...
Sou rio que corre manso e sereno
Perde-se em ciclo num mar bravio
De sonhos em versos reeditados
Que acarinham meus bichos no cio.
Sou fogo predador, fêmea visceral.
Sei tecer intimidade com a solidão.
Sou clareira constantemente aberta.
Alma presa nos versos e na canção.
Acovardo-me às vezes diante do nada.
Se recuo e avanço é pra me proteger.
Visto-me de festa, inauguro guardados.
Num olhar de mormaço posso me perder.
É na luz do luar que tudo aflora.
Madrugada indecifrável, lampejos.
Aí sou rio que sem represas flui livre.
Guardiã destemida dos próprios desejos...
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Glória Salles...
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