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sexta-feira, 29 de junho de 2012
A Escolha Do Seu Par...
"Nos bailes, as mulheres faziam um verdadeiro teste
psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham
o que poucos testes psicológicos revelam"
Há trinta anos, os adolescentes encontravam o sexo
oposto em bailes de salão organizados por clubes, igrejas
ou pais responsáveis preocupados com o sucesso reprodutivo
de seus rebentos.
Na dança de salão o homem tem uma série de obrigações,
como cuidar da mulher, planejar o rumo, variar os passos,
segurar com firmeza e orientar delicadamente o corpo de
uma mulher.
Homens levam três vezes mais tempo para aprender a
dançar do que mulheres.
Não que eles sejam menos inteligentes, mas porque têm
muito mais funções a executar.
Essa sobrecarga em cima do homem permite à mulher
avaliar rapidamente a inteligência do seu par, a sua
capacidade de planejamento, a sua reação em situações de stress.
A mulher só precisa acompanhá-lo.
Ela pode dedicar seu tempo exclusivamente à tarefa de avaliação do homem.
Uma mulher precisa de muito mais informações do
que um homem para se apaixonar, e a dança permitia
a ela avaliar o homem na delicadeza do trato, na firmeza
da condução, no carinho do toque, no companheirismo e
no significado que ele dava ao seu par.
Ela podia analisar como o homem lidava com o fracasso,
quando inadvertidamente dava uma pisada no seu pé.
Podia ver como ele se desculpava, se é que se desculpava,
ou se era do tipo que culpava os outros.
Essa convenção social de antigamente permitia ao sexo feminino
avaliar numa única noite vinte rapazes entre os 500 presentes
num grande baile.
As mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e
social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes
psicológicos revelam.
Em poucos minutos conseguiam ter uma primeira noção de
inteligência, criatividade, coordenação, tato, carinho, cooperação,
paciência, perseverança e liderança de um futuro par.
Infelizmente, perdemos esse costume porque se começou a
considerar a dança de salão uma submissão da mulher ao poder
do homem, porque era o homem quem convidava e conduzia a mulher.
Criaram o disco dancing, em que homem e mulher dançam
separados, o homem não mais conduz nem sequer toca no
corpo da mulher.
O som é tão elevado que nem dá para conversar, os usuais
130 decibéis nem permitem algum tipo de interação entre os sexos.
Por isso, os jovens criaram o costume de "ficar", o que permite a
uma garota conhecer, pelo menos, um homem por noite sem
compromisso, em vez de conhecer vinte rapazes numa noite,
também sem compromissos maiores.
Pior: hoje o primeiro contato de fato de um rapaz com o corpo
de uma mulher é no ato sexual, e no início é um desastre.
Acabam fazendo sexo mecanicamente em vez de romanticamente
como a extensão natural de um tango ou bolero.
Grandes dançarinos são grandes amantes, e não é por coincidência
que mulheres adoram homens que realmente sabem dançar e se
apaixonam facilmente por eles.
Masculinizamos as mulheres no disco dancing em vez de tornar
os homens mais sensíveis, carinhosos e preocupados com o trato
do corpo da mulher.
Não é por acaso que aumentou a violência no mundo, especialmente
a violência contra as mulheres.
Não é à toa que perdemos o romantismo, o companheirismo e a
cooperação entre os sexos.
Hoje, uma garota ou um rapaz tem de escolher o seu par num
grupo muito restrito de pretendentes, e com pouca informação
de ambas as partes, ao contrário de antigamente.
Eu não acredito que homens virem monstros e mulheres virem
megeras depois de casados.
As pessoas mudam muito pouco ao longo da vida, na realidade
elas continuam a ser o que eram antes de se casar.
Você é que não percebeu, ou não soube avaliar, porque perdemos
os mecanismos de antigamente de seleção a partir de um grupo
enorme de possíveis candidatos.
Fico feliz ao notar a volta da dança de salão, dos cursos de forró,
tango e bolero, em que novamente os dois sexos dançam juntos,
colados e em harmonia.
Entre o olhar interessado e o "ficar" descompromissado, eliminamos
infelizmente uma importante etapa social que era dançar, costume de
todos os povos desde o início dos tempos.
Se você for mãe de um filho, ajude a reintroduzir a dança de salão nos
clubes, nas festas e nas igrejas, para que homens aprendam a lidar com
carinho com o corpo de uma mulher.
Se você for mãe de uma filha, devolva a ela a oportunidade que seus
pais lhe deram, em vez de deixar sua filha surda, casada com um
brutamontes, confuso e insensível idiota...
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Stephen Kanitz é administrador por Harvard...
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