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domingo, 24 de junho de 2012

Errante...


Meu coração da cor dos rubros vinhos

Rasga a mortalha do meu peito brando

E vai fugindo, e tonto vai andando

A perder-se nas brumas dos caminhos.


Meu coração o místico profeta,

O paladino audaz da desventura,

Que sonha ser um santo e um poeta,

Vai procurar o Paço da Ventura…


Meu coração não chega lá decerto…

Não conhece o caminho nem o trilho,

Nem há memória desse sítio incerto…


Eu tecerei uns sonhos irreais…

Como essa mãe que viu partir o filho,

Como esse filho que não voltou mais!
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Florbela Espanca...

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