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sexta-feira, 29 de junho de 2012
A Despedida Do Amor...
Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a
ausência do outro, com a sensação de perda, de
rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda
estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos
ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
A dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança
de uma época bonita que foi vivida...
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega.
Faz parte de nós.
Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito
tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com
muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que
a "dor-de-cotovelo" propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas
interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que
nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro
das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou, externamente,
sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo...
.
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Martha Medeiros...
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