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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Horas rubras...



Horas profundas, lentas e caladas

Feitas de beijos sensuais e ardentes,

De noites de volúpia, noites quentes

Onde há risos de virgens desmaiadas…


Ouço as olaias rindo desgrenhadas…

Tombam astros em fogo, astros dementes.

E do luar os beijos languescentes

São pedaços de prata p’las estradas…


Os meus lábios são brancos como lagos…

Os meus braços são leves como afagos,

Vestiu-os o luar de sedas puras…


Sou chama e neve branca misteriosa…

E sou talvez, na noite voluptuosa,

Ó meu Poeta, o beijo que procuras!
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Florbela Espanca...

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