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domingo, 7 de outubro de 2012

A alma...


A alma vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida.

Essência, misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do

Absoluto.

Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode

ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um

impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula

da essência divina projetada no mundo material.



Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu

para remontar até ao ponto atual da sua carreira?

Precisou passar vias escuras, revestir formas, animar organismos que

deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil.

Todos estes corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos

dispersou-lhe as cinzas, mas a alma persiste e permanece na sua

perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inumeráveis

estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um

fim que é a perfeição.


A alma contém, no estado virtual, todos os germens dos seus

desenvolvimentos futuros.

É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo.

Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência?

A vida é curta e longe está a perfeição!

Poderia a alma, numa vida única, desenvolver o seu entendimento,

esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos

da sabedoria, da santidade, do gênio?

Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um

campo sem limites.

É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos,

que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil

cintilações. Sucede o mesmo com a alma humana.


O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade

terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento

de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por

meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da

dor, até que nós tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao

estado celeste.

Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o

instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante

para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade.

A dor, física e moral, forma a nossa experiência.

A sabedoria é o prêmio.


Pouco a pouco a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai

acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se

mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais intimamente

com o seu meio social e planetário.

Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às

sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.


Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade.

Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas, faz-se

o arquiteto do seu destino.

O seu adiantamento é obra sua .

Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas

conseqüências nele recaem; mas, não pode desenvolver-se e medrar

senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos.

Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos.

Na necessidade de se elevar a si mesmo, atrai a si, para fazê-los

chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam

os mundos onde viveram.

Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos,

os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha.


A Lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas

da vida inferior todas as almas.

Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para

preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que

só comporte a soma de males inevitáveis.

Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral,

nunca deixarão de existir em nosso mundo, representam uma das

condições da vida terrestre.

A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade;

contribui para a ascensão dos seres impondo-lhes necessidades que os

obrigam a trabalhar.

Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra,

apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação

alcançada?

Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades

de toda sorte em nós e em volta de nós...
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Por Leon Denis - Do livro: Depois da Morte...

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