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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Permanência...


Agora me lembra um, antes me lembrava outro.


Dia virá em que nenhum será lembrado.


Então no mesmo esquecimento se fundirão.

Mais uma vez a carne unida, e as bodas

cumprindo-se em si mesmas, como ontem e sempre.


Pois eterno é o amor que une e separa, e eterno o fim

(já começara, antes de ser), e somos eternos,

frágeis, nebulosos, tartamudos, frustados: eternos.


E o esquecimento ainda é memória, e lagoas de sono

selam em seu negrume o que amamos e fomos um dia,

ou nunca fomos, e contudo arde em nós

à maneira da chama que dorme nos paus de lenha jogados no galpão...
.
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Carlos Drummond de Andrade...

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