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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O amor...


Um dia, quem sabe,

ela que também gostava de bichos,

apareça numa alameda de zoo,

sorridente,

tal como agora está no retrato sobre a mesa.

Ela é tão bela, que por certo, hão de ressuscitá-la

Vosso Trigésimo século ultrapassará o exame de mil nadas,

que dilaceravam o coração.

Então, de todo amor não terminado

seremos pagos em enumeráveis noites de estrelas.

Ressuscita-me,

nem que seja porque te esperava

como um poeta,

repelindo o absurdo cotidiano!

Ressuscita-me,

nem que seja só por isso!

Ressuscita-me!

Quero viver até o fim que me cabe!

Para que o amor não seja mais escravo de csamentos,

concuspicência,

salários.

Para que, maldizendo os leitos,

saltando dos coxins,

o amor se vá pelo universo inteiro.

Para que o dia,

que o sofrimento degrada,

não vos seja chorado, mendigado.

E que ao primeiro apelo:

- Camaradas!

Atenta se volte à terra inteira.

Para viver

livre dos nichos das casas.

Para que doravante

a família seja

o pai,

pelo menos o universo,

a mãe,

pelo menos a terra...
.
.
.
Vladimir Mayakovski...

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