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segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Desfecho...
Não tenho mais palavras
Gastei-as a negar-te...
(Só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda parte,)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente...
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão,
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo que te dizia...
Agora, somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a paz na teimosia...
.
.
.
Miguel Torga...
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