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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

É o silêncio...


É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa.

Olha-me a estante em cada livro que olha.

E a luz nalgum volume sobre a mesa…

Mas o sangue da luz em cada folha.


Não sei se é mesmo a minha mão que molha

A pena, ou mesmo o instinto que a tem presa.

Penso um presente, num passado. E enfolha

A natureza tua natureza.

Mas é um bulir das cousas… Comovido


Pego da pena, iludo-me que traço

A ilusão de um sentido e outro sentido.

Tão longe vai!

Tão longe se aveluda esse teu passo,


Asa que o ouvido anima…

E a câmara muda. E a sala muda, muda…

Àfonamente rufa. A asa da rima

Paira-me no ar. Quedo-me como um Buda


Novo, um fantasma ao som que se aproxima.

Cresce-me a estante como quem sacuda

Um pesadelo de papéis acima…


E abro a janela. Ainda a lua esfia

últimas notas trêmulas… O dia

Tarde florescerá pela montanha.

E ó minha amada, o sentimento é cego…

Vês? Colaboram na saudade a aranha,

Patas de um gato e as asas de um morcego...
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Pedro Kilkerry...

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