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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Carpe diem...


Confias no incerto amanhã? Entregas

às sombras do acaso a resposta inadiável?

Aceitas que a diurna inquietação da alma

substitua o riso claro de um corpo

que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,

os instantes; e nos lábios dessa que amaste

morre um fim de frase, deixando a dúvida

definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,

para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,

nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;

e abraças a própria figura do vazio. Então,

por que esperas para sair ao encontro da vida,

do sopro quente da primavera, das margens

visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará

à renúncia de mim próprio --- nem esse olhar

que me oferece o leito profundo da sua imagem!"

Louco, ignora que o destino, por vezes,

se confunde com a brevidade do verso...
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Nuno Júdice...

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