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sábado, 11 de agosto de 2012

Exame...



Feiticeiro sem deuses, reconheço

O limite dos meus encantamentos.

Só em raros momentos

De inspiração

Eu consigo o milagre dum poema,

Teorema

Indemonstrável pela multidão.

Mas é desse limite que me ufano:

Ser humano

E poeta.

Humildemente,

Com toda a paciência da terra,

Com toda a impaciência do mar,

Aguardo o transe, a hora desmedida;

E é o próprio rosto universal da vida

Que se ilumina,

Quando o primeiro verso me fulmina...
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Miguel Torga...

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