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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Alerta sobre as Drogas...


Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo

chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando

você quiser, é só parar..." e eu fui na dele.

Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz",

"da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco

do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo".

Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando

mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei

a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela

primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi:

- Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.

Era o princípio de tudo!

Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me

ofereceu um CD de Axé.

Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve...

"Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc.

Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores:

"É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais.

Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de

coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador,

que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido

antes, então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um CD

do "Harmonia do Samba".

Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha

razão de existir.

Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela!

Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde

o efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais...

Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas.

Foi a partir daí que começou a minha decadência.

Fui ao show de encontro dos grupos "Carametade" e

"Só pra Contrariar", e até comprei a Caras que tinha o

"Rodriguinho" na capa.

Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de

loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro,

meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo

fazendo sinais de positivo.

Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode.

Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que

não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos

ensaiados, sorriamos e fazíamos sinais combinados.

Lembro-me de um dia quando entrei nas Lojas Americanas e pedi

a coletânea "As Melhores do Molejão".

Foi horrível!!!

Eu já não pensava mais!!!

Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis"

e letras pouco arrojadas.

Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada.

Mas a fase negra ainda estava por vir.

Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana,

quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigrões" e "Tapinhas".

Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido.

Quando saía à noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos.

Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas

mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras",

outros extremistas preferiam o "caminho dos templos".

Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos

radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.

Hoje estou internado em uma clínica.

Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim.

Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, muita MPB,

Progressivo e Blues.

Mas o meu médico falou que é possível que tenha que recorrer ao

Jazz e até a Mozart e Bach como medida extrema; isso asseguraria

minha total recuperação.

Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se

entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro.

Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para

as coisas boas e te oferecem drogas.

Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável,

consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e,

na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o

seguinte: não ligue a TV no domingo à tarde; não escute nada que

venha de Goiânia ou do interior de São Paulo; não entre em carros

com adesivos "Fui", "Chique no Urtimo", "É Nóis na Fita"...se te

oferecerem um CD, procure saber se o suspeito apareceu no Sabadão do Gugu.

Não compre nenhum CD que tenha mais de 6 pessoas na capa.

Não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados;

não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; não

compre qualquer CD que tenha vendido mais de 1 milhão de

cópias no Brasil; e não escute nada que o autor não consiga

uma concordância verbal mínima.

Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos.

A vida é bela!

Eu sei que você consegue!

Diga não às drogas!...
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Autoria desconhecida...

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