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sábado, 8 de setembro de 2012

Poema da desintoxação...




Em densas noites

com medo de tudo:

de um anjo que é cego

de um anjo que é mudo.


Raízes de árvores

enlaçam-me os sonhos

no ar sem aves

vagando tristonhos.


Eu penso o poema

da face sonhada,

metade de flor

metade apagada.


O poema inquieta

o papel e a sala.

Ante a face sonhada

o vazio se cala.


Ó face sonhada

de um silêncio de lua,

na noite da lâmpada

pressinto a tua.


Ó nascidas manhãs

que uma fada vai rindo,

sou o vulto longínquo

de um homem dormindo....
.
.
.
João Cabral de Melo Neto...

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