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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Bilhete em Papel Rosa...


A meu amado secreto, Castro Alves.


Quantas loucuras fiz por teu amor, Antônio.

Vê estas olheiras dramáticas,

este poema roubado:

"o cinamomo floresce

em frente ao teu postigo.

Cada flor murcha que desce,

morro de sonhar contigo".

Ó bardo, eu estou tão fraca

e teu cabelo tão é negro,

eu vivo tão perturbada, pensando com tanta força

meu pensamento de amor,

que já nem sinto mais fome,

o sono fugiu de mim. Me dão mingaus,

caldos quentes, me dão prudentes conselhos,

eu quero é a ponta sedosa do teu bigode atrevido,

a tua boca de brasa, Antônio, as nossas vias ligadas.

Antônio lindo, meu bem,

ó meu amor adorado,

Antônio, Antônio.

Para sempre tua...
.
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Adélia Prado...

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