Pesquisar este blog

Meus Vídeos...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Meditação à beira de um poema...

Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,

aprendendo de vez

que se deve esperar biblicamente

pela hora das coisas.

Quando abri a janela, vi-a,

como nunca a vira

constelada,

os botões,

Alguns já com rosa- pálido

espiando entre as sépalas,

jóias vivas em pencas.

Minha dor nas costas,

meu desaponto com os limites do tempo,

o grande esforço para que me entendam

pulverizam-se

diante do recorrente milagre.

maravilhosas faziam-se

as cíclicas perecíveis rosas.

Ninguém me demoverá

do que de repente soube

à margem dos edifícios da razão:

a misericórdia está intacta,

vagalhões de cobiça,

punhos fechados,

altissonantes iras,

nada impede ouro de corolas

e acreditai: perfumes.

Só porque é setembro...
.
.
.
Adélia Prado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário