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terça-feira, 22 de maio de 2012
Vila do Carinho...
Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado e produzido por cada um era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a amizade. Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos ou utensílios dava seu CARINHO.
O CARINHO era simbolizado por um floquinho de algodão. Muitas vezes era normal que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu Carinho pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia. Certa vez, uma mulher má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto à não mais dar seus floquinhos.
Assim ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse.
Iludido pelas palavras da malvada, o menino que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia passou a juntar CARINHOS, e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela. Quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham, e toda a HARMONIA da cidade desapareceu.
Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se XINGARAM pela primeira vez, e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.
Como era o mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO, o que fez com que ele procurasse a velha para lhe perguntar se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia.
Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão.
Pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade, distribuindo, aleatoriamente, seu CARINHO.
A todos que dava CARINHO, apenas dizia:
- Obrigado por receber meu carinho.
Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta. Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo... Mais outro... até que definitivamente a aldeia voltou ao normal.
Antes amar
que ser amado.
Antes dar
que receber...
.
.
.
...
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