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terça-feira, 22 de maio de 2012

O destino do alvissareiro...


O poeta sofre o ridículo

de passear na cidade

com a coroa de louros.

Salve, ‘cantor das multidões’

Assim, o saúda o tolo,

com picardia e desdém.

Amém, ele responde, amém, amém,

desespero impossível,

amor não correspondido,

ainda assim, amém,

cruz sobre terra plantada.

Eis que os ossos são brancos,

eis que são belos também,

eis que este anúncio me mata

e esta grande dor me confina,

mas ainda que o mundo acabe

esta canção não termina...
.
.
.
Adélia Prado...



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