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quinta-feira, 22 de março de 2012

Soneto de Intimidade...



Nas tardes da fazenda há muito azul demais.

Eu saio às vezes, sigo pelo pasto agora

Mastigando um capim, o peito nu de fora

No pijama irreal de há três anos atrás.



Desço o rio no vau dos pequenos canais

Para ir beber na fonte a água fria e sonora

E se encontro no mato o rubro de uma aurora

Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.



Fico ali respirando o cheiro bom do estrume

Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme

E quando por acaso uma mijada ferve



Seguida de um olhar não sem malícia e verve

Nós todos, animais sem comoção nenhuma

Mijamos em comum numa festa de espuma...
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Vinícius de Moraes...

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