Pesquisar este blog

Meus Vídeos...

sexta-feira, 30 de março de 2012

Céu e Inferno Intimos...


Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta



foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.


- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender,


ensina-me sobre o céu e o inferno.


O monge, de pequena estatura e muito franzino,


olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:


- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo.


Seu mau cheiro é insuportável.


Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada.


Você é uma vergonha para a sua classe.




O samurai ficou enfurecido.


O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra,


tamanha era sua raiva.


Empunhou a espada,ergueu-a sobre a cabeça...


e se preparou para decapitar o monge.


- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente


O samurai ficou imóvel.A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara.


Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.


O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada


e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.




O velho sábio continuou em silêncio.


Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.


Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:


- "Aí começa o céu".


Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno


que podemos construir na própria intimidade.


Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma


que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia.




A cada instante somos convidados a tomar decisões


que definirão o início do céu ou o começo do inferno.


É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível,


onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.


Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la


e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.




Assim, quando alguém nos lança uma OFENSA,


podemos erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância.


Visitados pela CALÚNIA, podemos usar o machado


do revide ou a gaze da autoconfiança.


Quando a INJÚRIA bater em nossa porta,


podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão.


Diante da ENFERMIDADE inesperada,


podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta


ou empunhar o escudo da fé.




Ante a PARTIDA DE UM ENTE CARO, nos braços da morte inevitável,


podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da aceitação.


Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações,


poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão


ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.


A decisão depende sempre de nós mesmos.


Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo.


Portanto, criar céus ou infernos, portas lá dentro da nossa alma,


é algo que ninguém poderá fazer por nós...
.
.
.
OM SHANTI !!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário