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sexta-feira, 30 de março de 2012
O Tao Das Flores e Do Sol...
O motivo pelo qual tenho certeza da existência de uma Inteligência
Absoluta como motivo de toda existência é que o meu coração sabe disso!
Não preciso de nenhuma teoria ou prova, sinto em mim!
Há duas coisas que podem fazer alguém perceber um amor infinito
na existência: o brilho do sol e o abrir das flores.
Quando uma flor abre suas pétalas, é um momento mágico, verdadeira
festa da natureza.
Nesse momento único, curvo-me à sabedoria que dá vida a natureza
daquela flor expandida.
Penso que o universo é um imenso lótus de Deus em eterna florescência.
Quando assisto ao momento da aurora rompendo as trevas da madrugada,
pego-me extasiado diante de tal maravilha.
No momento do crepúsculo, quando o Rei Sol descende na linha do horizonte,
percebo-me admirado com os tons de dourado, laranja e vermelho inundando
minha visão.
Às vezes, as lágrimas desse momento refratam a luz solar e vejo várias outras
cores dançando à minha frente.
Sim, há um amor incomensurável como causa dessa beleza.
É o mesmo amor que sinto em meu coração.
Por isso, a ressonância com a luz do sol e as flores.
Não posso provar a existência desse amor absoluto e nem demonstrá-lo em
uma academia cheia de céticos irritadiços e intelectuais arrogantes espumando
uma pretensa ciência devastadora da própria natureza.
Não falo de um cara branco, velho e barbudo sentado num trono celestial e
nem de um ser que julga os outros e os manda para o paraíso ou o inferno.
Sequer imagino aquela noção antropomórfica e convencional do Criador que
os religiosos inventaram por ignorância.
Estou falando do amor que inventou aquela flor e aquele brilho do sol.
Que homem poderia inventar algo igual?
Que cientista poderia elaborar o amor?
Que religioso poderia fazer abrir aquela flor que admiro?
Que religião ou doutrina poderia me fazer sentir um amor vivo
pulsando em tudo?
Serei eu um místico só porque amo e tenho coragem e discernimento
para assumir esse amor?
O intelectual que elabora técnicas, esquemas e nomenclaturas opulentas,
que são incapazes de fazer alguém sorrir e admirar o brilho do sol e a beleza
das flores, é realmente inteligente ou é apenas alguém técnico e pretensioso
exaltando o próprio ego?
Há alguns intelectuais capazes de explicar os mecanismos de muitos eventos
da natureza e da consciência.
Porém, são incapazes de beijar, abraçar e compreender os outros.
São intelectuais, mas são tolos!
Entendem esquemas e técnicas, mas não compreendem as pessoas.
São críticos de tudo, mas tomam de goleada da beleza da flor e dos raios de sol.
E o religiosos, empacados em seus dogmas?
Conseguirão ver o divino na flor?
Conseguirão imaginar que o sol brilha mais do que seus livros pesados de dogmas?
O Deus que sinto não é passível de ser aquilatado pela mente humana.
Não pode ser capturado pelo intelecto sequioso de provas e nem pelo coração
bloqueado de fanatismo religioso.
No sorriso da criança, nos raios do sol e na luz da lua, nas flores, no beijo, no
abraço, na meditação, no amor, na música, na simpatia e na lucidez de sentir
além dos pensamentos convencionais, está a prova da existência do divino.
Dirá o intelectual: "Isso é misticismo!"
Afirmará o fanático religioso:
"Você não entendeu o nosso livro sagrado!"
Por sua vez, a luz do sol e as flores nada dirão.
Não é preciso.
Sua beleza já diz tudo...
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Wagner Borges...
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