Como traduzir em palavras o que houve?
Como traduzir em palavras esse sentimento ambíguo e tão novo para mim?
Como, em tão pouco tempo, você foi capaz de demolir
de forma tão abruta a barreira mais forte existente dentro de mim?
Como com gestos tão simples, você conseguiu chegar tão fundo em minha alma?
Ainda não entendo o que houve.
Não entendo como ainda sinto o toque de seus dedos nos meus
com aquele carinho delicioso que eu não sabia existir.
Não entendo como fez de uma alma tão perturbadoramente
sozinha, algo mais sóbrio e menos sombrio.
Não. Não posso chamar isso de sobridez.
Não quando posso dizer que me embriaguei com sua presença,
que tomei cada dose doentia de seus toques e de seus sorrisos,
que me entorpeci com o sentimento adocidado e inebriante da
alegria de ter você por perto, que me deliciei com a ciência quase
intoxicante de que você, de alguma forma, se importa.
E esse sentimento me pegou de formas que eu nem imaginava,
atingiu lugares que eu nem sabia existirem e tomou proporções
avassaladores e completamente desconhecidas para mim.
Quando eu li “O Pequeno Príncipe”, não imaginava que alguém
seria capaz de me cativar algum dia.
Aliás, duvidava dessa definição...
Diante disso tudo, a despedida doeu.
Doeu como se arrancassem um pedaço de mim, como
se me levassem a alma junto e dela se apossassem.
Doeu como se a sua partida deixasse um buraco muito mais
profundo do que a solidão já havia deixado.
Doeu como se eu não tivesse mais a capacidade de sorrir na sua ausência.
Eu ainda sinto o perfume de sua presença nos cômodos da casa,
mas o silêncio de sua voz prova o quão distante você esta nesse momento.
Agora só ouço o ronco surdo do palpitar solitário de meu coração,
enquanto ontem ainda havia a doce melodia de sua presença.
E os meus dedos agora procuram o conforto dos teus.
E agora que não os encontram, sinto-me novamente sozinha....
.
.
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...
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