Conheci-a feliz. Na fina transparência
do seu rosto gentil dum tom aveludado,
havia a nota ideal dum sonho imaculado,
e o perfume sutil da cândida inocência.
Restava-lhe inda a mãe. Que límpida existência,
no pequeno casebre antigo e sossegado!
Como o tempo corria alegre e perfumado!
Que esplêndido viver de luminosa essência!
Há dias, encontrei-a. Ao vê-la, estremeci;
não era a mesma já, que em tempo conheci
de modesto roupão e olhar que alucinava.
Mas notei que o cetim lustroso do vestido
tinha manchas sutis - vestígio dolorido
das lágrimas sem fim que a triste derramava...
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Eduardo Coimbra...
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