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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Marcas...

Tive meu nome escrito ao lado do seu;

Em uma velha árvore no quintal;

E quantos sonhos depositei naquele gesto?

Esperando que um fosse real.



Mas de que vale alguns traços;

Na superfície nodosa de madeira?

Se tudo o que eu mais desejei;

Não passa de mera brincadeira?



Os anos passam e aquilo se embrutece;

Hoje me parece quase pornográfico;

Seus traços murcharam, mas permanecem

E eu aqui a odiá-los.



O que tinhas na cabeça?

Para dizer-me “Eu te amo”?

Se sabia que no fundo eu ardia

De amor e profundo encanto?



Fui a tola, a bobinha apaixonada!

E você o melhor amigo inocente

Quem imaginaria que um dia

Visse a me plantar do amor a semente?



Agora as lágrimas borram-me os olhos

E teu nome e meu nome se misturam

Vejo apenas um borrão avermelhado

Mas teus traços ainda me torturam



E agora que você cresceu

Está moço, moço tão belo!

Mas não se preocupe com sua amiga

Seus passos, ah estes já não zelo



Vejo-me, então, sozinha;

E sei que para cá não olharás

Mas tudo bem, agora eu consigo

Suportar a falta que faz



E aqueles nomes?

Será que nunca se desfarão?

São marcas de minha vida.

São provas da incontestável paixão.



Sei que você já não se lembra mais;

Como uma memória perdida no passado;

Antes éramos nós, a infância e a promessa;

Agora sou eu, a árvore e os nomes riscados...
.
.
.
Galena Dale ...

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