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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Estátua falsa...


Só de oiro falso os meus olhos se douram

Sou esfinge sem mistério no poente,

A tristeza das coisas que não foram

Na minh’alma desceu veladamente.


Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,

Gomos de luz em treva se misturam,

As sombras que eu dimano não perduram,

Como Ontem, para mim, Hoje é distancia.


Já não me estremeço em face do segredo

Nada me aloira já, nada me aterra:

A vida corre sobre mim em guerra,

E nem sequer um arrepio de medo!


Sou estrela ébria que perdeu os céus,

Sereia louca que deixou o mar;

Sou templo prestes a ruir sem deus,

Estátua falsa ainda erguida no ar...
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Mário de Sá-Carneiro...

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