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terça-feira, 17 de julho de 2012

Canção de alta noite...


Alta noite, lua quieta

Muros frios, praia rasa


Andar, andar, que um poeta

Não necessita de casa.


Fecha-se a última porta

O resto é o chão do abandono

Um poeta na noite morta

Não necessita de sono.


Andar, perder o seu passo

Na noite também perdida


Um poeta a mercê do Espaço

Nem necessita de vida.


Andar, andar, enquanto consente Deus


Que seja noite andada


Porque o poeta indiferente

Anda por andar somente


Não necessita de nada...
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Cecília Meireles...

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