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sábado, 21 de julho de 2012

A Tigela de Madeira...


Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de

quatro anos de idade.

As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos

vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão

falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.

Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.

Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.

O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.

- Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai - disse

o filho.

- Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente

comendo com a boca aberta e comida pelo chão.

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da

cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia

as refeições à mesa, com satisfação.

Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora

era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes

ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que

lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou

comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno

estava no chão, manuseando pedaços de madeira.

Ele perguntou delicadamente à criança:

- O que você está fazendo?

O menino respondeu docemente:

- Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem,

quando eu crescer.

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.

Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles

ficaram mudos.

Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava

ser feito.

Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente

conduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as

refeições com a família.

E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais

quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava...
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Cláudio Seto...

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