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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Boa Noite...Bjs, fiquem com Deus...

'A Máquina'...



E foi mesmo na frente da igreja que a vida de Antônio deu uma volta
medonha, pois, no que viu Karina, seu coração disse pra sua cabeça,
vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu,
vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou Karina bem ali, no meio da
praça, e a boca de Karina não disse não, e nem poderia, pois estava por
demais ocupada.

Daí pra frente se sucederam muitas noites de festa e muitas outras de
desgraça tanto no coração dele como no dela, pois a graça do amor
é justamente esse emperrado.

Quer, não quer, pode, não pode, quer mas não pode, pode mas não
quer, um passa a querer o que o outro desquer e esse só vai querer
novamente com a desquerência do outro.

O fato é que, foi, não foi, Karina e Antônio foram destrocando juras
para lá e para cá, cada vez mais muitas, e Nordestina acabou se acostumando
com aquelas palavras de amor passeando pelas ruas até não sei que horas da
madrugada.

O nome de Antônio e Karina passara a só andar juntos na boca do povo.

Lá vêm Karina e Antônio, lá vão eles.

A palavra sempre lhes servia de acompanhante.

Os dois não se afastavam nem nas frases, nem nos cantos, nem mesmo
no pensamento.

Seus olhos também não se afastavam nunca, os dele dos dela, os dela
dos dele, nem as bocas e nem as mãos.

Os pedaços de um foram descobrindo os pedaços do outro, por partes,
até chegar a hora em que cada pedaço de um conhecia o outro inteiro.

Karina nunca tinha visto isso nem em filme.

Não daquele jeito.

Antônio também desconhecia esse negócio que dá dentro da pessoa nessa hora.

Um negócio que só tem vantagem, uma atrás da outra, e bastam apenas
dois para senti-lo, mais nada, podia existir coisa melhor na vida?

Na noite em que Antônio e Karina viraram um só de vez, quando todos
os pedaços dos dois, sem faltar nenhum, se ajeitaram num mesmo espaço,
e as duas bocas, enquanto separadas, murmuraram bobagens importantíssimas,
e os dois pensamentos conheceram juntos lugares que não existem, coincidiu que
a lua também estava cheia.

E se a lua estava cheia, a noite também devia estar se sentindo o máximo...
.
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Trecho do Livro 'A Máquina'...Adriana Falcão...

Você...


"E você me olha com essa carinha banal de

 "me espera só mais um pouquinho".

Querendo me congelar enquanto você confere

pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma

mulher melhor do que eu.

E sempre volta."

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Tati Bernardi...

Não acredito...


Não acredito em pessoas que se complementam.

Acredito em pessoas que se somam.


Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para
você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos,
mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.

Nada de drama...
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Arnaldo Jabor...

Tomara...


Tomara


Que você volte depressa

Que você não se despeça

Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa

E pense muito

Que é melhor se sofrer junto

Que viver feliz sozinho


Tomara

Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz

E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz


E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais...
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Vinícius de Moraes...

O Rio...


O rio que fazia uma volta


atrás da nossa casa

era a imagem de um vidro mole...


Passou um homem e disse:

Essa volta que o rio faz...

se chama enseada...


Não era mais a imagem de uma cobra de vidro

que fazia uma volta atrás da casa.

Era uma enseada.

Acho que o nome empobreceu a imagem...
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Manoel de Barros...

MANIFESTO: QUERO MEU LADO MULHERZINHA DE VOLTA…



Primeiramente devo dizer: a culpa não é de ninguém.

Não me atirem pedras, nem queimem meus sutiãs que me são tão raros, caros e meus.

Ando pensando muito na questão ying/yang na sociedade e dentro de nós e o que eu vejo não são mulheres independentes e felizes com seus novos papéis, nem homens satisfeitos com um ter-que-ser que não combina com seus antigos moldes.

O que enxergo são homens e mulheres perdidos e insatisfeitos, loucos por colo e amor, e loucos de saudade.

Eu quero ser mulher de novo, estou cansada de virar homem tantas vezes ao dia, tendo que resolver a vida e o mundo.

Tenho que trabalhar, pagar contas, impostos, saber tudo sobre contabilidade, escrever, recitar Vinicius, ter uma bunda dura, um cabelo macio, quinhentos e cinqüenta e cinco cheiros gostosos pelo corpo, pés e mãos bem feitos, saber o que está passando no cinema, ler de Sartre a Vogue, ajudar a família e amigos, colocar os quadros novos na parede, responder e-mails e estar Linda e com a pele fresca para quando aquela pessoa que você joga charme há meses te chamar pra sair.

Ok, você toma banho em segundos, reclama com sua mãe enquanto procura o que vestir (a eterna dúvida do primeiro encontro) e tenta se focalizar em ser mulher.

Apenas mulher.

E o interfone toca e você está com duas blusas na mão, nenhum sapato no pé e uma interrogação bem no meio DA maquiagem.

O espelho não mente: você está ligeiramente Linda, confusa e cansada.

Mas pega a bolsa e vai...(afinal, arriscar é viver).

No caminho você pensa, enquanto passa o batom: o mundo está invertido ou será que sou eu?

E você não encontra respostas mas encontra o cara.

Parado.

Mudo.

Com um olhar bonito e alguma expressão que você não entende.

Aí tem a mesma imagem de minutos atrás.

Vê o ponto de interrogação bem no meio DA cara dele.

O cara não sabe o que fazer.

Não sabe se abre a porta do carro, se escolhe o restaurante, se te beija, se te come ou manda embrulhar, se manda flores no dia seguinte, se conversa sobre poesia, sobre filhos ou musculação, tudo porque ele está na dúvida se você vai achar lindo ou se vai rir na cara dele.

Tudo porque ele está perdido, mas...caramba, você também está!

Não sabe se ele tem a mente aberta como aparenta ou se é mais careta que seu tio.

E ninguém se percebe.

O cara te acha inteligente, gostosa, divertida, e acha que você é moderna demais pra gostar de uma mensagem fofa no dia seguinte.

Meninos, é mentira.

A gente gosta.

Tem gente que pode não gostar, mas eu gosto.

Vivemos num momento de transição e conflitos, mas FICA difícil de entender.

Nada mais normal.

Eu, por exemplo, trabalho, tenho minha Casa, sou forte por acaso, mas tenho meu lado mulherzinha que não me deixa.

Sou emotiva, sensível, choro à toa, rodo a baiana mas espero o telefone tocar, tenho meus nhem nhem nhens e estou cansada.

Cansada de ser racional.

Cansada de ser "bem resolvida", cansada de tomar a iniciativa, cansada de ser homem em cima do salto.

Por isso, em Nome do meu equilíbrio,

Da falsa modernidade e dessa bagunça que virou um simples abrir-e-fechar de portas, eu me atrevo a dizer: toda mulher tem seu lado mulherzinha.

Rapazes, sejam fortes e persistentes, nós somos complicadas, mas contamos com vocês!"
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Marta Medeiros...

As pessoas...



Olhai à tua volta.

Quantas pessoas especiais você tem deixado passar e partir?

Aquela pessoa passando na calçada poderia ser o grande amor da sua vida; aquela outra poderia te dar uma expêndida amizade; tem aqueles que poderiam te auxiliar em tua caminhada, assim como aqueles a quem você pudesse estender a mão.

Todos passando, sem um olhar, sem um sorriso, sem um aperto de mão.

Claro, há aquelas que poderiam te fazer mal, mas há mais pessoas boas do que más, neste mundo.

Você é uma delas.

O mundo não precisa ser tão frio... e muita felicidade pode ter passado muitas vezes ao teu lado, e você nem viu...
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Augusto Branco

Ora, tristeza...


Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve.

Quero de volta meus discos de dance music,

que você tirou da prateleira.

E minhas roupas estampadas, que sumiram do meu

armário depois que você se instalou aqui.

Por favor, não tente entrar em contato comigo com

as velhas razões de sempre.

Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar

meu coração daqui por diante.

Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus.

Quero beber por outros motivos, que não afogar você

dentro de mim.

Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo.

Vá resolver suas carências em outro endereço...
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Fernanda Young...

Amar...


Amar dói tanto que você volta a lembrar que existe algo maior,

você se lembra de Deus, você se lembra de vida após a morte.

Amar dói tanto que você fica humilde e olha de verdade para o

mundo, mas ao mesmo tempo fica gigante e sente a dor da

humanidade inteira.

Amar dói tanto que não dói mais, como toda dor que de tão

insuportável produz anestesia própria...

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Tati Bernardi...

Saudade nenhuma de mim...



Volta e meia, crônicas, romances e poemas terminam

com a indefectível frase: "Saudades de mim".

Será que eu já escrevi isso alguma vez, que sinto saudades de mim?

Devo ter cometido, eu também, esta dramatização barata, somos

todos reincidentes nos clichês.

Mas, olha, sinceramente, não sinto, não.


Lembro de uma menina que se sentia uma estranha na sala de aula.

Que adorava tomar lanche nas Lojas Americanas do centro da cidade.

Que ficava esperando ser tirada pra dançar nas reuniões dançantes, e

quando acontecia, que êxtase!

Na vez em que foi tirada pelo garoto de quem ela era a fim

(e ele a apertou mais do que os bons modos permitiam),

os pais da menina chegaram justo naquela hora para buscá-la,

sua primeira grande frustração.

Lembro do primeiro beijo da menina, ela completamente nervosa.

Lembro da menina já grande, em seu primeiro estágio, iniciando

vida profissional.

Lembro da menina agindo como adulta, indo morar fora do país.

Lembro da menina voltando, sem resquícios da menina que havia sido.

Saudades dela? Afeto por ela. Saudades eu tenho de nada.


Não voltaria um único dia na minha vida, e lembranças boas é o

que não me faltam.

Não voltaria à infância - mesmo nunca mais tendo sentido tanto

orgulho de mim quanto senti no dia em que ganhei minha primeira

bicicleta sem rodinhas auxiliares, aos 6 anos, e saí pedalando sem

ajuda, já no primeiro minuto, sem quedas no currículo.

Não voltaria à adolescência, quando fiz minhas primeiras viagens

sozinha com as amigas e aprendi um pouquinho mais sobre quem

eu era - e sobre quem eu não era.

Não voltaria ao dia em que minhas filhas nasceram, que foram os

dias mais felizes da minha vida, de uma felicidade inédita porque

dali por diante haveria alguma mutilação na liberdade que eu tanto

prezava - mas, por outro lado, experimentaria um amor que eu nem

sonhava que podia ser tão intenso.

Não voltaria ao dia de ontem - e ontem eu era mais jovem do que

hoje, ontem eu era mais romântica do que hoje, ontem eu nem tinha

pensado em escrever esta crônica, ontem faz mil anos.

Não tenho saudades de mim com menos celulite, não tenho saudades

de mim mais sonhadora.

Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a

inocência que eu tinha - e tenho ainda.

Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi?

Não tenho saudades nem de um minuto atrás.

Tudo o que eu fui prossegue em mim...
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Martha Medeiros...

Indios...


Eu quis o perigo e até sangrei sozinho entenda,

Assim pude trazer você de volta pra mim.

Quando descobri que é sempre só você que me entende

do ínicio ao fim, e é só você que tem a cura pro meu vício

de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que ainda não vi...

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Renato Russo...

Strip-Tease...



Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia
um nervosismo fora do comum.

Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer.

Seria sua primeira vez.

Já havia roído as unhas de ambas as mãos.

Não podia mais voltar atrás.

Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta,

não levou mais do que dois segundos para atender.



Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis.

Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou.

Ele perguntou o que poderia fazer por ela.

A resposta: sem preliminares.

Quero que você me escute, simplesmente.


Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.




Primeiro tirou a máscara:

"Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade.

Você é a pessoa mais especial que já conheci.

Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas,
mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade.

Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".




Então ela desfez-se da arrogância:

"Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem.

Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que
toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto,
cada deslumbramento que tenho é com você que sinto.

Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."




Era o pudor sendo desabotoado:

"Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma
tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são
menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua
companhia que estou".




Retirava o medo:

"Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que
está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é
forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".




Por fim, a última peça caía, deixando-a nua


"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim.

A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar
a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para
ser gentil.

Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto,
e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".


E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca...
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Martha Medeiros

31/05 - Sabedoria...


31/05 - Sabedoria
Tristeza, doença e fracasso são consequências naturais de

transgressões das leis de Deus.

A sabedoria consiste em evitar tais violações e encontrar paz

 e felicidade em si mesmo, através de pensamentos e ações que

estejam em harmonia com o seu verdadeiro Ser.

Controle a sua mente com sabedoria, direcionando-a para os

aspectos positivos da vida.

Não se satisfaça com as gotas de sabedoria das escassas fontes

terrenas; antes, busque a sabedoria desmedida das mãos de Deus,

tão generosas e que tudo possuem.
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Paramahansa Yogananda, "Para-gram".


30/05 - Sabedoria
Todos os dias, você deve sentar-se calmamente e afirmar com

profunda convicção: "Nascimento, nem morte, nem casta eu tenho;

pai e mãe, não tenho também.

Santo Espírito, Eu sou Ele. Eu sou a Felicidade Infinita."

Se você repetir sempre esses pensamentos, dia e noite, finalmente

perceberá o que realmente é: uma alma imortal.
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Paramahansa Yogananda, "A Eterna Busca do Homem"


29/05 - Sabedoria
Portanto, todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as pratica,

será como o homem sábio que construiu a sua casa sobre uma rocha:

E caiu a chuva, e vieram as inundações, e os ventos sopraram e se

abateram sobre aquela casa; e ela não caiu, porque estava fundada

sobre uma rocha.
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Jesus Cristo, no Novo Testamento (Lucas 6:47-48)

Bom Dia...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Boa noite...bjs...

Os teus olhos...



O céu azul, não era

Dessa cor, antigamente;

Era branco como um lírio,

Ou como estrela cadente.


Um dia, fez Deus uns olhos

Tão azuis como esses teus,

Que olharam admirados

A taça branca dos céus.


Quando sentiu esse olhar:

"Que doçura de primor!"

Disse o céu, e ciumento,

Tornou-se da mesma cor!
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Florbela Espanca...

Dialética...



É claro que a vida é boa

E a alegria, a única indizível emoção

É claro que te acho linda

Em ti bendigo o amor das coisas simples

É claro que te amo

E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...
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Vinícius de Moraes...

Versos de amor...


Parece muito doce aquela cana.

Descasco-a, provo-a, chupo-a . . ilusão treda!

O amor, poeta, é como a cana azeda,

A toda a boca que o não prova engana.


Quis saber que era o amor, por experiência,

E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,

Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,

Todas as ciências menos esta ciência!


Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo

Mas certo, o egoísta amor este é que acinte

Amas, oposto a mim. Por conseguinte

Chamas amor aquilo que eu não chamo.


Oposto ideal ao meu ideal conservas.

Diverso é, pois, o ponto outro de vista

Consoante o qual, observo o amor, do egoísta

Modo de ver, consoante o qual, o observas.


Porque o amor, tal como eu o estou amando,

E Espírito, é éter, é substância fluida,

É assim como o ar que a gente pega e cuida,

Cuida, entretanto, não o estar pegando!


É a transubstanciação de instintos rudes,

Imponderabilíssima, e impalpável,

Que anda acima da carne miserável

Como anda a garça acima dos açudes!


Para reproduzir tal sentimento

Daqui por diante, atenta a orelha cauta,

Como Marsias - o inventor da flauta -

Vou inventar também outro instrumento!


Mas de tal arte e espécie tal faze-lo

Ambiciono, que o idioma em que te eu falo

Possam todas as línguas decliná-lo

Possam todos os homens compreendê-lo!


Para que, enfim, chegando à última calma

Meu podre coração roto não role,

Integralmente desfibrado e mole,

Como um saco vazio dentro d'alma!
.
.
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Augusto dos Anjos...

Formas...


De um único modo se pode dizer a alguém:

'não esqueço você'

A corda do violoncelo fica vibrando sozinha

sob um arco invisível

e os pecados desaparecem como ratos flagrados.

Meu coração causa pasmo porque bate

e tem sangue nele e vai parar um dia

e vira um tambor patético

se falas no meu ouvido

'não esqueço você'

Manchas de luz na parede,

uma jarra pequena

com três rosas de plástico.

Tudo no mundo é perfeito

e a morte é amor...
.
.
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Adélia Prado...

Narciso cego...


Tudo o que de mim se perde

acrescenta-se ao que sou.

Contudo, me desconheço.

Pelas minhas cercanias

passeio - não me frequento.


Por sobre fonte erma e esquiva

flutua-me, íntegra, a face

Mas nunca me vejo: e sigo

com face mal disfarçada.

Oh que amargo é o não poder

rosto a rosto contemplar

aquilo que ignoto sou,

distinguir até que ponto

sou eu mesmo que me levo

ou se um nume irrevelável

que (para ser) vem morar

comigo, dentro de mim,

mas me abandona se rolo

pelos declives do mundo.


Desfaço-me do que sonho:

faço-me sonho de alguém

oculto. Talvez um Deus

sonhe comigo, cobice

o que eu guardo e nunca usei.


Cego assim, não me decifro.

E a imaginar-me sonhado

não me completa a ganância

de ser-me inteiro prossegue.

E pairo - calado pânico -

entre o sonho e o sonhador...
.
.
.
Thiago de Mello...

28/05 - Sabedoria...


Numa única sentença, os ríshis* escreveram profundezas

tais que os comentadores eruditos se ocupam delas, geração

após geração.

Interminável controvérsia literária é para mentes vagarosas.

Que pensamento seria mais rapidamente liberador

que "Deus é" ou, simplesmente, "Deus"?
 .
.
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Swami Sri Yukteswar, "Autobiografia de Um Iogue"

Boa Tarde...

domingo, 27 de maio de 2012

Boa Noite...Beijos...



Se pudesse


dobrava as nuvens

e enviava-tas

num envelope azul

pelo céu."
.
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Luis Rodrigues...

Pétalas do silêncio...


Como despetalar o das flores ao vento


As horas passam lentas... Silenciosas...

Meu quarto – um mundo!

Um céu de estrelas

espargindo luz cor de rosa

As plumas se perderam na imensidão

As brumas emudeceram

O sol tornou-se frio de repente

A lua se escondeu na nuvem de algodão

Os vaga-lumes comandam a noite

Tem espasmos de prata no chão

Há um lago onde os cisnes repousam


Dentro do meu céu


Eu na cama entre cetim rubro

Exalo perfume como rosas ao leu

Os pássaros não cantam... Dormitam

A volúpia tomou conta do ambiente

um vulto surge na penumbra

Silhueta misteriosa que não conheço

Aconchego-me na brisa carinhosa

A espera do beijo desejado

O silêncio cada vez mais lento

Nem ouço o respirar...

Foi ele quem chegou... Faceiro

Como flocos de neve

A me beijar

Eu... Uma chama viva

Uma felina... Com jeito de menina

Serpenteando como quem fascina

Começamos delirar... Silencio!

Deixe nosso corpo expressar...

Ah!
.
.
.
Rô Lopes...

Basta pensar em sentir...


Basta pensar em sentir

Para sentir em pensar.


Meu coração faz sorrir

Meu coração a chorar.


Depois de parar de andar,

Depois de ficar e ir,


Hei de ser quem vai chegar

Para ser quem quer partir.


Viver é não conseguir...
.
.
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Fernando Pessoa...

Ofertas de Aninha...(Aos moços)...


Eu sou aquela mulher

a quem o tempo

muito ensinou.

Ensinou a amar a vida,

Não desistir da luta.

Recomeçar na derrota.

Renunciar a palavras e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos.

Ser otimista.


Creio numa força imanente

que vai ligando a família humana

numa corrente luminosa

de fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana.

Creio na superação dos erros

e angústias do presente.


Acredito nos moços.

Exalto sua confiança,

generosidade e idealismo.

Creio nos milagres da ciência

e na descoberta de uma profilaxia

futura dos erros e violências

do presente.


Aprendi que mais vale lutar

do que recolher dinheiro fácil.

Antes acreditar do que duvidar...
.
.
.
Cora Coralina...

Sintonia para pressa e presságio...


Escrevia no espaço.

Hoje, grafo no tempo,

na pele, na palma, na pétala,

luz do momento.

Sôo na dúvida que separa

o silêncio de quem grita

do escândalo que cala,

no tempo, distância, praça,

que a pausa, asa, leva

para ir do percalço ao espasmo.


Eis a voz, eis o deus, eis a fala,

eis que a luz se acendeu na casa

e não cabe mais na sala...
.
.
.
Paulo Leminski...

Memória...


Amar o perdido

deixa confundido

este coração.


Nada pode o olvido

contra o sem sentido

apelo do Não.


As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis

à palma da mão.


Mas as coisas findas,

muito mais que lindas,

essas ficarão...
.
.
.
Carlos Drummond de Andrade...

Os Degraus...



Não desças os degraus do sonho

Para não despertar os monstros.

Não subas aos sótãos - onde

Os deuses, por trás das suas máscaras,

Ocultam o próprio enigma.

Não desças, não subas, fica.

O mistério está é na tua vida!

E é um sonho louco este nosso mundo...
.
.
.
Mário Quintana...

Não: Devagar....


Não: devagar.


Devagar, porque não sei

Onde quero ir.

Há entre mim e os meus passos

Uma divergência instintiva.

Há entre quem sou e estou

Uma diferença de verbo

Que corresponde à realidade.

Devagar...

Sim, devagar...

Quero pensar no que quer dizer

Este devagar...

Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.

Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.

Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...


Talvez isso tudo...

Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...

O que é que tem que ser devagar?

Se calhar é o universo...

A verdade manda Deus que se diga.

Mas ouviu alguém isso a Deus?
.
.
.
Álvaro de Campos,
um dos heterônimos de Fernando Pessoa...

Poema da Amante...



Eu te amo

Antes e depois de todos os acontecimentos,

Na profunda imensidade do vazio

E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo

Em todos os ventos que cantam,

Em todas as sombras que choram,

Na extensão infinita dos tempos

Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo

Em todas as transformações da vida,

Em todos os caminhos do medo,

Na angústia da vontade perdida

E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo

Em tudo que estás presente,

No olhar dos astros que te alcançam

E em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo

Desde a criação das águas,

desde a idéia do fogo

E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente

Desde a grande nebulosa

Até depois que o universo cair sobre mim

Suavemente.
.
.
.
Adalgisa Nery...



O lado fatal...



I


Quando meu amado morreu, não pude acreditar:

andei pelo quarto sozinha repetindo baixo:

"Não acredito, não acredito."

Beijei sua boca ainda morna,

acarinhei seu cabelo crespo,

tirei sua pesada aliança de prata com meu nome

e botei no dedo.

Ficou larga demais, mas mesmo assim eu uso.


II


Muita gente veio e se foi.

Olharam, me abraçaram, choraram,

todos com ar de uma incrédula orfandade.


III


Aquele de quem hoje falam e escrevem

(ou aos poucos vão-se esquecendo)

é muito menos do que este, deitado em meu coração,

meu amante e meu menino ainda.


IV


Deus

(ou foi a Morte?)

golpeou com sua pesada foice

o coração do meu amado

(não se vê a ferida, mas rasgou o meu também).

Ele abriu os olhos, com ar deslumbrado,

disse bem alto meu nome no quarto do hospital,

e partiu.


Quando se foram também os médicos e suas

[ máquinas inúteis,

ficamos sós: a Morte (ou foi Deus?)

o meu amado e eu.

Enterrei o rosto na curva do seu ombro

como sempre fazia,

disse as palavras de amor que costumávamos trocar.

O silêncio dele era absoluto: seu coração emudecido

e o meu, varados por essa dourada foice.

Por onde vou deixo o rastro de um sangue denso

[e triste

que não estancará jamais.


V


Insensato eu estar aqui, e viva.

O rosto dele me contempla

vincado e triste no retrato sobre minha mesa;

em outros, sorri para mim, apaixonado e feliz.

Insensato, isso de sobreviver:

mas cá estou, na aparência inteira.


Vou à janela esperando que ele apareça

e me acene com aquele seu gesto largo e generoso,

que ao acordar esteja ao meu lado

e que ao telefone seja sempre a sua voz.


Sei e não sei que tudo isso é impossível,

que a morte é um abismo sem pontes

(ao menos por algum tempo).


Sobrevivo, mas pela insensatez.


VI


Pensei que estávamos apenas no começo:

a casa mal-e-mal nos alicerces.

Mas provavelmente estava concluída

e eu não sabia.

Tínhamos erguido em nossos poucos anos

as paredes necessárias;

o telhado se inclinava ao jeito certo,

e havia vidraças nas janelas.

(Éramos felizes ali dentro

mesmo com as tempestades de fora.)

Tudo se construiu num lapso tão curto:

até a porta de entrada, por onde ele saiu

casualmente como quem vai comprar jornal.

A porta está apenas encostada

embora pareça alta, dura, intransponível:

do lado de lá, o meu amor vê as maravilhas

que tanto nos intrigavam nesta vida.


VII


Tanto escrevi sobre a morte

em livros e poemas nesses anos:

sempre achei que a entendia um pouco.


Mas agora que ela me dilacerou a vida,

me rasgou o peito,

me levou o amado,

sinto que mal começo a compreender

sua mensagem:

tirando-o de mim, a morte o devolve

para que seja mais meu.


Dentro de mim um quebra-cabeças, e nele

[o meu amado.

Nem Deus o tirará daqui.


VIII


O meu amado morreu:

viver sem ele, como dói.

Não tivemos filhos juntos,

nosso passado foi tão breve que era sempre

presente.

Um dia ele mandou fazer um par de alianças

de pesada prata, parecendo antigas;

gravou apenas nossos nomes, sem data, e disse:

"Somos um só desde sempre."

Ainda não acreditei em sua morte,

e talvez isso me salve por enquanto.

Levantar-me da cama cada dia é um ato heróico,

acender o cigarro, atender o telefone, tomar café.

Mas faço tudo isso:

falo, ando, recebo visitas.

Compro móveis para a casa onde moro sem ele,

imaginando: será que ele vai gostar?


De algum secreto lugar me vem a força

para erguer a xícara, acender o cigarro,

até sorrir quando alguém me diz:

"Você hoje está com a cara ótima",

quando penso se não doeria menos

jogar-me de um décimo-primeiro andar.


XIX


Amado meu, agora morto,

postado do lado de lá da fronteira que nos seduzia,

mudo e quedo como se não existisses:

eu sei que existes,

intensamente, ardentemente existes,

feito e desfeito no fogo de um amor maior que

[o nosso

mas que nos abrange.


Amado meu, morto agora e para sempre vivo,

hás de ter ainda o intenso olhar que me entendia,

as curvas amorosas da boca que chamou meu nome,

as belas, inquietas mãos que ardiam nas minhas.

Ajuda-me agora, silencioso que estás,

a suportar a sobrevida

e a decifrar esse alto, intransponível muro que me

[cerca.


X


Nunca tivemos filhos juntos, e ele reclamava:

"Nosso amor merecia um filho ao menos.


"Nosso filho é a minha dor de hoje,

é a fulguração que nos deixava tontos,

é o novelo da memória que teço e reteço

nas minhas insônias.


Nosso filho é o meu tempo de agora

para falar do meu amado:

da sua força e sua fragilidade,

da sua indignação e seus prantos,

da sua necessidade de ser amado e aceito

como finalmente deve estar sendo, por inteiro,

na realização de todos os seus vastos desejos.


XI


O meu amor enveredou por sua morte

como quem vai a um encontro de amor:

impaciente.

Deixou-me este coração golpeado,

esta derrota.

Mas também ficou a claridade desses anos

e a sensação de que ele finalmente

vive o encontro de amor

que toda a devoção de minha vida não lhe poderia

[dar.(Um dia, celebraremos juntos.)


XII


Se me tivessem amputado braços e pernas

e furado o coração com frias facas

e cegado meus olhos com ganchos

e esfolado a minha pele como a de um podre bicho

- nada doeria mais

que te saber morto, amado meu,

depositado

nesse irremediável poço de silêncio de onde não

[respondes.(A não ser em sonho, quando me olhas

e tuas mãos tocam as minhas espalmadas,

abertas, feridas, vazias.)


XIII


O meu amado morreu:

preciso viver sua morte até o fim.

Morreu sem que se instalasse entre nós cansaço e

banalidade.

Talvez tenha morrido na medida certa

para nada se desgastar.

Dele me vem a dor, mas também a ternura,

a claridade que me permite ver

em todos os rostos o seu rosto

em todos os vultos o seu vulto

e ouvir em todos os silêncios

o seu inesperado riso de criança


XIV


Estranha a vida:

fico tangendo meus dias

como um rebanho de ovelhas desordenadas

nessa triste e fria cidade de Porto Alegre

onde ele gostava de estar

olhando o pôr-do-sol e vendo amigos.

"Morrer é tomar um porre de não-desejo"

dizia o meu amado, que era um homem desejoso:

desejava a vida, desejava a morte, desejava

[a justiça,

desejava a eternidade e a paz.


Estranha a vida:

quando releio uma frase sua,

"viver é modular a morte",

em sangue e dor preparo a minha ida.


Estranho também esse amor,

com hora marcada para a mutilação

da morte, o minuto acertado,

e o fim consultando o relógio

para nos golpear.


Estranho esse amor de agora,

com meu amado atrás de um espelho baço

onde às vezes penso divisar seu vulto

como num aquário.

Enrolado em silêncio,

mais que nunca o meu amor comanda a minha vida.


XV


Não falem alto comigo:

andem sempre na ponta dos pés.

Principalmente, não me toquem.

Finjam que não vêem se tenho um jeito absorto,

se nem sempre entendo as perguntas

com a rapidez de antigamente,

se pareço fatigada

e sem graça como nunca fui.


Façam silêncio ao meu redor.

Não me interessa nada o cotidiano nem o místico.

Não quero discutir o preço do mercado

nem os grandes mistérios da eternidade.


XVI


Levo meu amado no peito

como quem carrega nos braços para sempre

uma criança morta.


XVII


Amado meu, que tanto ensinaste

de mim a mim mesma, e do mundo

a quem o conhecia pouco:


quando se desfizer escura a noite desta perda,

quero enxergar pelos teus olhos,

amar através do teu amor

as coisas que me restaram.


Amado meu, vivo em mim para sempre,

apesar da ruga a mais

e do olhar mais triste,

devo-te isto:

voltar a amar a vida

como agora amas, inteiramente,

a tua morte...
.
.
.
Lya Luft...



Fragmentos...



Muros castos e tristes

Cativos de si mesmos

Como criaturas que envelhecem

Sem conhecer a boca

De homens e mulheres.

Muros Escuros, tímidos:

Escorpiões de seda

No acanhado da pedra.

Há alturas soberbas

Danosas, se tocadas.

Como a tua própria boca, amor,

Quando me toca...
.
.
.
Hilda Hilst...



Eu Voltarei...



Meu companheiro de vida será um homem corajoso de trabalho,

servidor do próximo,

honesto e simples, de pensamentos limpos.


Seremos padeiros e teremos padarias.

Muitos filhos à nossa volta.

Cada nascer de um filho

será marcado com o plantio de uma árvore simbólica.

A árvore de Paulo, a árvore de Manoel,

a árvore de Ruth, a árvorede Roseta.


Seremos alegres e estaremos sempre a cantar.

Nossas panificadoras terão feixes de trigo enfeitando suas portas,

teremos uma fazenda e um Horto Florestal.

Plantaremos o mogno, o jacarandá,

o pau-ferro, o pau-brasil, a aroeira, o cedro.

Plantarei árvores para as gerações futuras.


Meus filhos plantarão o trigo e o milho, e serão padeiros.

Terão moinhos e serrarias e panificadoras.

Deixarei no mundo uma vasta descendência de homens

e mulheres, ligados profundamente

ao trabalho e à terra que os ensinarei a amar.


E eu morrerei tranqüilamente dentro de um campo de trigo ou

milharal, ouvindo ao longe o cântico alegre dos ceifeiros.

Eu voltarei...

A pedra do meu túmulo

será enfeitada de espigas de trigo

e cereais quebrados

minha oferta póstuma às formigas

que têm suas casinhas subterra

e aos pássaros cantores

que têm seus ninhos nas altas e floridas

frondes.


Eu voltarei...
.
.
.
Cora Coralina...

Bendito sejas...



Bendito sejas, coração amigo,

Pelo pão que dás, à porta,

Ao companheiro que se desconforta,

na aflição da penúria sem abrigo!...


Deus te faça feliz pela roupa que ofertas

Aos torturados do caminho,

Que tantas vezes se vão ao desalinho

Das feridas que trazem descobertas...


Deus te conceda o premio da ventura

pela ternura sorridente

Com que cevas ao doente

O amparo do remédio e a esperança da cura.


Deus te guarde na fonte da alegria,

Para lenir, no esforço a que te dês,

A orfandade e a viúves

Que vivem para a dor de cada dia.


Deus, porém, te abençoe, coração brando e pasmo,

Com a mais sublime recompensa,

Quando olvidas a intromissão da ofensa,

O golpe da injustiça e a pedra do sarcasmo.


Deus te exalte no santo esquecimento

Do mal que te golpeia,

Reduzindo a extensão da chaga alheia

Sem cogitar do próprio sofrimento.


Bendito sejas, coração submisso,

Embora sábio entre os mais sábios,

Pela palavra boa de teus lábios,

No exemplo da bondade e do serviço,


Porque o amor transforma a sombra em luz

E o perdão, onde ampare, nunca erra,

Auxiliando a vida em toda a Terra

Para o Reino Divino de Jesus.
.
.
.
Pelo Espírito Maria Dolores -
Do livro: Poetas Redivivos,
Médium: Francisco Cândido Xavier.



27/05 - Sabedoria...



Sua verdadeira personalidade começará a se

desenvolver quando você for capaz de sentir,

através da intuição profunda, que não é este

corpo sólido, mas sim a divina e eterna corrente

de Vida e Consciência que flui dentro do corpo.
 .
.
.
Paramahansa Yogananda, "A Eterna Busca do Homem"

Bom Dia...

sábado, 26 de maio de 2012

Boa Noite...Fiquem com Deus...

Saudade...Saudade...Saudade....
É tanta saudade que parece nunca ter fim.... 

Ainda assim...


Ainda assim...


Quero um motivo para

Sair de você... Deixar cair no

Esquecimento todo esse

Amor que é seu...


Quero buscar momentos

Em que nada foi importante

Entre nós...

Que você não sentiu

Minha entrega inteira em tudo

De você...


Que não deu valor

A simplicidade dos meus carinhos

Indefesos, acuados, medrosos...

Mas que eram seus.


E caso eu venha a encontrar,

Ainda assim continuarei

Te amando,pois nada de

Mim respira sem você...
.
.
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Cida Luz...

O Teu Amor...


O teu amor veio até meu coração e partiu feliz.


Depois retornou, vestiu a veste do amor,

mas mais uma vez foi embora.

Timidamente lhe supliquei

que ficasse comigo ao menos por alguns dias.

Ele se sentou junto a mim e

se esqueceu de partir...
.
.
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Jalal Al-Din Rumi...

Anseio por palavras...


Anseio por palavras, mas não por qualquer uma,

desejo as tuas.

Necessito de sinais, de confissões e das lágrimas

que ondulam em teus olhos.

Preciso de um oceano de esperança, dos teus ecos

melodiosos lançados no grande mar.

Sinto a tua falta neste instante.

Não! Sinto a tua falta em qualquer instante.

Vislumbro o horizonte, onde a noite afaga o sol e nada vejo.

Detesto a ausência da tua nau e dos teus rastros.

Faz-me falta as vagas de amor no meu corpo e na alma.

Dói. Sangra. Machuca.

Quero as teias do teu desejo a me envolver numa brisa

de vento só minha, pois odeio a sensação do vazio da tua

ausência em meu peito.

Odeio mais ainda o silêncio, mas não qualquer silêncio....
.
.
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Nobresol...


Tão de repente...


Tão de repente


tu chegas, meu coração dispara...

Acolhida em teu peito,

o mundo pára

Nossos lábios quentes

se encontram

Tudo escurece....ensurdece.....

E o amor assim se declara...

Nossas carícias

nos enlouquecem,

E de repente estamos

entrelaçados

E no encantamento

desse sentimento,

que nos domina, nos faz delirar......

Tão de repente acordamos,

Sedados de tanta paixão....

Teu olhar já é de saudade!!!

Faz tremer meu coração....

E tão de repente,tu vais...

Deixando um ardente e longo

beijo de emoção...
.
.
.
Nobresol...

Tempo...


Tempo esse que sugou nossos momentos


Tempo que te afastou de mim

Jamais levará meus sentimentos!

Ingênuo tempo que pensa tirar-me de ti!

Incompetente tempo, que tudo leva

Mas não te leva de mim!

Tempo que traz nos braços

A inconseqüência da adolescência,

E demora tanto, a transformá-la em experiência!

Terrível tempo que deixa suas marcas no meu corpo!

Que se arrasta nos momentos de dor e saudade,

E que voa veloz nos momentos de felicidade!

Sempre a tentar roubar-nos os melhores momentos!

Tempo que a tudo acalma,

Transforma beleza em sensualidade

E paixão em amor de verdade!

Tempo que traz consigo seu perfume afrodisíaco

Que encanta a todos com seu mistério

Que envolve com sua sedução!

Doce tempo, que ao se arrastar

Pouco a pouco transforma as sensações do amar!

E tentando destruir...

Deixa tudo ainda mais belo!
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Rosane Oliveira...

A Dança da Espera...


Esperei por ti


Através das distancias estrelares

Ao nascer de cada dia,

Na suavidade dos córregos.

Fui areia de uma praia perdida

Que esperou teu beijo

Nas inconstantes marés

Te esperei no vento viajante

Pra ser levada pelos campos

Na dança do amor.

Nossas almas em sintonia,

Apuraram os sentidos

Rodopiando numa dança de sensações

E comungaram da mesma ribalta

Seduzindo o Universo

Iluminando a solidão!
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Conceição Bentes...

Paixão Louca...


Queria entender o porquê


desse arrepio, o cio que sinto

quando vejo você...


Não consigo controlar meu

desejo, não paro de te querer,

e sonhar com seu beijo...


Quero te beijar loucamente de

manhã, caminhar de mãos dadas,

comer maçã, dar risadas de repente,

ter a vida pela frente, e viver...


Nos seus braços me envolver,

perder a razão... Enlouquecer.


Então, não faz mais isso não...

Vem me beijar na boca, e me dizer,

que vai deixar essa paixão louca

acontecer...
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Jackeline Cardoso...

26/05 - Sabedoria...


Quando você olhar a criação, que parece tão sólida

e real, lembre-se sempre que ela é uma ideia na mente

de Deus, cristalizada em formas físicas...
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Paramahansa Yogananda, "Lições da Self-Realization Fellowship"

Boa Noite...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Boa Noite...Beijos...

Video...Crash...Boom...Bang...Roxette....Tradução...

O amor no éter...



Há dentro de mim uma paisagem

entre meio-dia e duas horas da

tarde.

Aves pernaltas, os bicos

mergulhados na água,

entram e não neste lugar de memória,

uma lagoa rasa com caniço na margem.

Habito nele, quando os desejos do corpo,

a metafísica, exclamam:

como és bonito!

Quero escrever-te até encontrar

onde segregas tanto sentimento.

Pensas em mim, teu meio-riso secreto

atravessa mar e montanha,

me sobressalta em arrepios,

o amor sobre o natural.

O corpo é leve como a alma,

os minerais voam como borboletas.

Tudo deste lugar

entre meio-dia e duas horas da tarde...
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Adélia Prado...