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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A flor e seu nome...

Mas o que impressiona mesmo no

amor-perfeito é o nome.

Que responsabilidade meu filho!

Há por aí uma planta de nome amor-por-um-dia

que não carece de muito esforço para ser e acontecer,

como doidivanas.

Outra atende por amor-das-onze

e presume-se como sua vida é folgada.

Há também amor-de-vaqueiro, amor-de-hortelão,

amor-de-moça, amor-de-negro, muitos amores

vegetais que desempenham função limitada.

Mas este aqui não tem área especificada ,não

se dirige a grupo, ocasião, profissão.

É absoluto, resume um ideal que vai além do

poder das flores e dos seres humanos.


Que sentirá o amor-perfeito sabendo-se

assim nomeado?

Que tristeza lhe transfixará o veludo das

pétalas, ao sentir que os homens que tal

apelação lhe dera não são absolutamente

perfeitos em seus amores?

Que aquele substantivo casado a este

adjetivo, sugere mais aspiração infrutífera

do que modelo identificável no cotidiano?

A tais perguntas o sóbrio amor-perfeito

não responde.O outono tão pouco.

Talvez seja melhor não haver resposta....
.
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Carlos Drummond de Andrade...

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