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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não exista como se não tivesse gente dentro de você...

Quando descortina a vida... ela vem carregada de nada,

cruza os braços e espera o nosso combate,fica ali na espreita, fria, nos olhando... indolente.
E o destino joga em nosso colo, o medo.Uns correm em desespero, outros o encaram,uns perdem, outros o domam, ou o amansam por uma vida,e seguem, em frente.Mas, há os que permitem o seu triunfar, perdem a calma,a coragem para ser feliz... esvaecem o alento,o desassombro que permeia na fúria do inusitado, do vento,e sofrem de solidão de alma.Não ousam iluminar a si próprio e vivem em desassossego, faltam-lhe ajustar o foco, em si mesmo,despejar luz sobre a negrura visceral,resplandecer em contentamento,refletir sua verdade num feitio textual.E luzir para fora, antes de ir embora.Talvez, faltam-lhes, preencher este vão que carregam no peito,este vazio que prospera, este olhar fútil que se adultera,esta inércia que inibe o reconstruir de cada derrota,e a indolência em desistir na primeira queda,este medo de refazer o caminho, e redescobrir uma nova rota.Talvez tenham que aceitar estes sismos, estes tremores inexplicáveis,esta sofreguidão querendo saltar em soluços, esses tropeços existenciais.Talvez o que lhes faltem, é romper em ousadia e acontecer,olhar para dentro, e lá de amor... preencher.Destilar simplicidade, não ser multidão, não ter no olhar rudeza,amar o silêncio, as pessoas... e falar somente em beleza,e nem se achar que em tudo... é o epicentro.Não exista como se não tivesse gente dentro...nem amor,em você.


Ari Mota...

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