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domingo, 1 de abril de 2012

Elogiar ou Criticar Pode Ser Uma Forma de se Autoconhecer...



Você se conhece?

Essa é uma resposta que respondemos tranqüilamente com um: "claro que sim!"

Mas eu insisto que você pare alguns segundos e repense sobre sua resposta.

Continua afirmando que se conhece?

Ótimo!

Então vamos tirar alguns minutinhos enquanto lê este artigo para uma
reflexão sobre si mesmo.

O que sabe de você?

Quais são os momentos que mais marcaram sua vida?

Quais são seus pontos positivos, qualidades?

Pode descrever uma por uma?

E seus pontos negativos?

O que tem feito para mudar aquilo que não gosta em você?

Já percebeu o quanto você insiste em agradar a outras pessoas?

Ou ainda, o quanto busca por reconhecimento e aprovação daqueles
com quem convive?

Quais são as características que você percebe em seus pais e reconhece
também em você?

È, como podemos perceber, não é tão simples assim falarmos sobre nós
mesmos, nos conhecermos, não digo superficialmente, mas sim como fruto
de muita reflexão.

Não vemos em nós mesmos o que parece claro e óbvio nos outros.

Isso acontece porque utilizamos sem saber o mecanismo que chamamos
de projeção, quando por dificuldade em olhar para dentro de nós mesmos,
projetamos nos outros aquilo que nos diz respeito.

Isso vale tanto para aspectos positivos como negativos.
Já reparou como algumas pessoas tendem a querer saber muito mais da vida
de outras pessoas do que das suas próprias vidas?

Por que os programas de fofoca entre artistas, BBB, etc, fazem tanto sucesso?

Parece que é mais fácil olhar para o outro do que para dentro de si mesmo.

Essa facilidade pode ser também entendida como fuga, comodismo.

Mas muito se esquecem ou nunca souberam que muitas vezes aquilo que
estão vendo, e que acabam por censurar, criticar, condenar, julgar, pode
ser apenas um reflexo de suas próprias imagens.

Como assim?

Quando não se tem autoconhecimento é comum, por exemplo, julgar o
comportamento de outra pessoa.

E se observamos mais profundamente, podemos descobrir que também
temos aquele mesmo comportamento.

Isso acontece porque utilizamos sem saber o mecanismo que chamamos
de projeção, quando por dificuldade em olhar para dentro de nós mesmos,
projetamos nos outros aquilo que nos diz respeito.


Isso não acontece apenas com aspectos negativos, mas também com os positivos.

Não vemos em nós mesmos o que parece claro e óbvio nos outros.

Esse tipo de mecanismo demonstra na realidade uma pessoa com pouca
percepção dos próprios sentimentos, ou seja, pouco autoconhecimento.

Agora que você sabe disso, ou se lembrou, procure ficar mais atento a
seus comentários sobre outras pessoas, usando suas observações para
fonte de autoconhecimento, identificando que muitas vezes aquele elogio
que faz para determinada pessoa, pode ser uma qualidade inerente em
você, que não havia sido reconhecida.

E quando for sobre aspectos negativos, também utilize a seu favor,
possibilitando mudar aquilo que até então você sequer havia percebido.

Tudo pode ser informação para elevar nosso autoconhecimento, só depende
do grau de percepção dos sinais e mensagens que nos deparamos no dia-a-dia.


A tão conhecida frase do filósofo Sócrates - 470 a.C: "Conhece-te a ti mesmo",
 que nada deixou escrito, mas cujos pensamentos foram descritos por Platão,
nos faz perceber o quanto somos ignorantes de nós mesmos e quanto é antiga
 a busca pela consciência de quem somos.

Hoje quando se fala de filmes recentes como O Segredo ou Quem Somos Nós?,
 na verdade, são conteúdos antigos com uma nova roupagem.

Mas o importante é que tudo isso está provocando reflexões sobre o assunto
 - autoconhecimento - para quem ainda não havia tido acesso a tão profundos
ensinamentos.


É preciso parar com a ânsia de tudo pelo outro.

Não sou contra o trabalho voluntário, ajudar o próximo, conceitos sobre
fraternidade, nada disso, mas está na hora de pensarmos um pouco mais
em nossa própria vida, evitando assim, depois de anos de abdicação e
dedicação ao outro, seja este quem for, ouvir aquelas célebres frases:
"fez porque quis", ou ainda, "não te pedi nada"

E quantas outras pessoas não se dão conta do quanto se permitiram serem
 invadidas, agredidas, abusadas, tudo pela dificuldade em impor limites?

Por que permitirmos estar em segundo plano?


Temos que estar, se não para o outro, mas para nós mesmos, em primeiro lugar.

Isso não quer dizer para sermos egoístas e nem negligenciarmos as necessidades
de outras pessoas, mas devemos lembrar que também temos as nossas.

E quais são?

Tudo deve ter equilíbrio, e da mesma maneira que podemos nos preocupar
com o outro, devemos, no mínimo, nos preocuparmos com nós mesmos na
mesma intensidade.

E geralmente não fazemos isso.

Devemos nos lembrar ainda, que ao fazer pelo outro o que lhe compete ou
lhe é de sua responsabilidade, estamos fazendo com que não acredite em si
mesmo, deixando-lhe a nítida sensação de que não é capaz.

E será que é esse o resultado que realmente queremos?

Com certeza desejamos que o outro cresça, mas isso compete a ele.

Não podemos permitir que o outro cresça em detrimento de nosso crescimento.

Todos nós somos capazes de resolver os próprios problemas, fazer nossas
próprias escolhas, desde que acreditemos que somos mais capazes de cuidar
da nossa própria vida do que da vida dos outros...
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Rosemeire Zago...

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