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terça-feira, 10 de abril de 2012

A Alma da Lua...


Quadro pontilhado por seres opacos,


mas no fundo, sobre o escuro manto celeste,

os muitos pontos de luz, brilhantes do céu.

Estrelas e planetas, pequenos faróis do infinito.

Fixa num ponto, surge uma idéia, emito um sentir.

E então ouço o silêncio, e este omite notas musicais.

Música da noite, tons de noite, quadro noturno.

Brisa suave que traz o perfume de flores afoitas.

Sonha-se com a poesia, ilude-se com a filosofia.

Pudesse ter asas, escolheria um voo sem destino.

Avançaria para o horizonte como se o abraçasse

e ali encontrasse todo o afeto que sempre almejei.

Penumbra da cordilheira que guarda os raios da lua.

Lua que é atriz principal de uma peça sem drama.

Suave sensualidade, o amor visita os sentimentos.

O sangue ganha velocidade, desvenda veias e artérias.

O coração pulsa feliz, soa com força no peito.

Gostaria que houvesse uma chuva fina,

seria como que batismo enviado pelo Criador.

Haveria de lavar o rosto sonolento,

haveria de acariciar a epiderme acanhada.

E na solidão dos que vincam trilhas da noite,

veria as ruas se abrirem e a cidade a convidar-me.

Seriam suas luzes artificiais a disputar com as naturais.

Caminho sem parar, como se os pés fossem incansáveis.

Já a lua, após enviar suas emanações,

agora se veste com os sensuais trajes de nuvens.

Adorna com tons prata o azul escuro do céu urbano.

Convido-a para ouvir minhas confissões,

mas hoje não, ela quer apenas namorar.

Quer apenas seduzir com sua graça feminina,

quer desafiar quem está no chão a querer voar.

Quer fazer quem é adepto da razão, ir além.

Quer convencer da necessidade de sonhar,

quer explicar a força da esperança.

Quer mostrar a graça da noite e o vigor do céu.

Quer fazer com que o corpo humano

Se enamore pela alma da lua.
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Gilberto Brandão Marcon...

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