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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Amor de verão, que asa trazes ferida...

Viu-a pela primeira vez em Agosto...
Trazia presa nos cabelos uma única flor aberta sobre o rosto, mas era como se toda a Primavera se tivesse impregnado nos cabelos...
Quando a olhou, foi um pássaro ferido que viu estendido no caminho...
Ele pensou que nunca ninguém entenderia, mas aqueles olhos viviam o mesmo dilema, o mesmo castigo...
O mundo era pequeno demais para quem queria as estrelas do céu sem as conseguir encontrar na Terra...
No coração dele, dormia um pássaro ferido...
O coração dela era um pássaro de asas presas na armadilha do horizonte...
 Eram duas partes distintas de um mesmo assunto nunca discutido, duas asas de um mesmo pássaro com medo de voar...
Quando ele passou, ela levantou os olhos e abriu-os para ele tal e qual uma flor que vê o sol e ele só queria depositar-lhe um beijo na testa como quem deposita a desejada estrela no céu...

O coração dela dizia-lhe agitado que com certeza ele era português, mas ela sentia-o espanhol e os cabelos loiros do menino apontavam para o inglês...
Ela, portuguesa, sabia, no entanto, que havia nascido uma linguagem peculiar entre o coração dela e o dele que dispensava qualquer tipo de nacionalidade, estrangeirismo ou cultura...
Ele tinha um arzinho tímido, como quem tem medo do escuro...
Ela dar-lhe-ia a mão na caminhada do medo se pudesse descansar sobre o peito dele e restabelecer as forças...
Ela, menina de olhos meigos, conseguia tocar-lhe com a asa nos cabelos de trigo só de lhe retribuir o olhar...
Eram os dois pássaros mecânicos a voar contra campos de trigo...
Porque quando se cruzaram, nasceu um simpático mistério que restaurava as asas a pássaros feridos e os libertava...
Durante dias, ele viu-a passar...
Todos os dias ela lhe parecia mais bela...
Uma nova luz do pássaro ferido renascia sempre que ela o via...
Ela chamava-o silenciosamente na distância, ele tentava ouvi-la sem a tocar...

Um dia, ela foi embora sem saber se ele era, afinal, português, inglês ou espanhol...
Um dia, ele deixou de a ver sem ouvir a voz que chamava pelo seu coração...
Talvez um dia se reencontrem e os corações se reconheçam...
Nunca souberam o nome um do outro, talvez porque os pássaros não têm nome...
E eles eram pássaros mecânicos movidos pela força secreta do coração...

Autor Desconhecido...

2 comentários:

  1. Olá Suelita!
    Linda poesia misteriosa, tão misteriosa quanto o amor! (sorrio)

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
    Convido-te para que leia e comente “Lençóis movediços brancos de cetim” no http://jefhcardoso.blogspot.com

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  2. Obrigado Jeferson....Vou ler com certeza querido... Beijão...

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