Bendita estrela, que brilha
É o candeeiro da coxilha
É o cincerro da tropilha
Que desgarrou do seu rumo
É uma história, que resumo
Numa charla de galpão
Ao pé, do fogo-de-chão
Solito a campear aprumo
E nas horas de desolo
Das infindas madrugadas
Nas noites enluaradas
É que busco, teu consolo
E meu destino, busco pô-lo
Sempre no teu caminho
Pra nunca andar sozinho
Nesta sina de andante
Pra ter luz, pra seguir adiante
De quem é dona do meu carinho
Te vejo, ao findar sorungo
Em que cheguei de carancho
E pelas frinchas do rancho
Ao dar de mão no porungo
Sorvendo um amargo profundo
Dos mais crioulos do pago
Este mesmo, a que te trago
Nesta payada singela
Já que a cor que te faz bela
É a que me deixa iluminado
És a deusa do amor
Vênus para os romanos
E para os gregos, seus irmanos
És Afrodite, a mesma flor
E para nós, o teu valor
Tu que és bela, qual'ma china
É maior que se imagina
Na própria mitologia
Pois já estavas, aqui no dia
Em que surgimos na campina
Toda vez que a luz do dia
Se entrevera com a noite
Tu repontas, qual açoite
Numa tosca liturgia
E nesta epopéia bravia
Que te reges desde outrora
Tu se perdes, campo fora
Nas lonjuras, no infinito
Pra retornar, despassito
Quando vem raiando a aurora
E nesta sina altaneira
De sentinela, sem luxo
És cincerro do gaúcho
Por toda a campanha inteira
Te chamamos de Boieira
Pelo Rio Grande altaneiro
E te chamam, desde os primeiros
Vênus, na astronomia
Afrodite, na mitologia
E D'alva, no mundo inteiro
Desde o brado charrua
Ao primeiro jesuíta
Da catequese bendita
Ao índio, na pampa nua
Isto tudo se perpetua
Nesta terra de gigantes
Da expulsão dos bandeirantes
Dos primeiros índios guapos
Ao levante dos farrapos
Nestes pagos verdejantes
Pro centauro, foi luzeiro
Pelos campos cisplatinos
Ou pealando correntinos
Como sempre, brasileiro
Tendo o cerne missioneiro
No fundo do coração
Foi a paz, branco pendão
Entre chimangos e maragatos
E também, vestindo trapos
Um bugre, changueando pão
Tu sempre esteves presente
Em nossa epopéia divina
Em nossas peleias brasinas
E entreveros, de muita gente
E apenas se fez ausente
Depois que alvorecia
Ou antes do fim do dia
Pois redemoinhava a lo léo
Ou sesteava pelo céu
Num pelego, de água fria
E teu xucro fogonear
Nesta querência de cima
Se reflete, na retina
Da chinoca, a te bombear
E nas noites de luar
Quando um romance se enlaça
Entre a chinoca e o guasca
Tendo uma nuvem por quincha
Está a D'alva, por uma frincha
Tão atenta, ao que se passa
Estás, desde os alvores
Nas plagas do índio guasca
Desde cedo, fazendo praça
Ao ouvir nossos clamores
Deste rumo aos payadores
E motivos pra compor
Nesta declaração de amor
Que brota meio sem jeito
Do lado esquerdo do peito
Deste humilde, payador
Autor...Paulo Sérgio Boita
No céu do Rio Grande altaneiro
O teu facho de luz, mensageiroÉ o candeeiro da coxilha
É o cincerro da tropilha
Que desgarrou do seu rumo
É uma história, que resumo
Numa charla de galpão
Ao pé, do fogo-de-chão
Solito a campear aprumo
E nas horas de desolo
Das infindas madrugadas
Nas noites enluaradas
É que busco, teu consolo
E meu destino, busco pô-lo
Sempre no teu caminho
Pra nunca andar sozinho
Nesta sina de andante
Pra ter luz, pra seguir adiante
De quem é dona do meu carinho
Te vejo, ao findar sorungo
Em que cheguei de carancho
E pelas frinchas do rancho
Ao dar de mão no porungo
Sorvendo um amargo profundo
Dos mais crioulos do pago
Este mesmo, a que te trago
Nesta payada singela
Já que a cor que te faz bela
É a que me deixa iluminado
És a deusa do amor
Vênus para os romanos
E para os gregos, seus irmanos
És Afrodite, a mesma flor
E para nós, o teu valor
Tu que és bela, qual'ma china
É maior que se imagina
Na própria mitologia
Pois já estavas, aqui no dia
Em que surgimos na campina
Toda vez que a luz do dia
Se entrevera com a noite
Tu repontas, qual açoite
Numa tosca liturgia
E nesta epopéia bravia
Que te reges desde outrora
Tu se perdes, campo fora
Nas lonjuras, no infinito
Pra retornar, despassito
Quando vem raiando a aurora
E nesta sina altaneira
De sentinela, sem luxo
És cincerro do gaúcho
Por toda a campanha inteira
Te chamamos de Boieira
Pelo Rio Grande altaneiro
E te chamam, desde os primeiros
Vênus, na astronomia
Afrodite, na mitologia
E D'alva, no mundo inteiro
Desde o brado charrua
Ao primeiro jesuíta
Da catequese bendita
Ao índio, na pampa nua
Isto tudo se perpetua
Nesta terra de gigantes
Da expulsão dos bandeirantes
Dos primeiros índios guapos
Ao levante dos farrapos
Nestes pagos verdejantes
Pro centauro, foi luzeiro
Pelos campos cisplatinos
Ou pealando correntinos
Como sempre, brasileiro
Tendo o cerne missioneiro
No fundo do coração
Foi a paz, branco pendão
Entre chimangos e maragatos
E também, vestindo trapos
Um bugre, changueando pão
Tu sempre esteves presente
Em nossa epopéia divina
Em nossas peleias brasinas
E entreveros, de muita gente
E apenas se fez ausente
Depois que alvorecia
Ou antes do fim do dia
Pois redemoinhava a lo léo
Ou sesteava pelo céu
Num pelego, de água fria
E teu xucro fogonear
Nesta querência de cima
Se reflete, na retina
Da chinoca, a te bombear
E nas noites de luar
Quando um romance se enlaça
Entre a chinoca e o guasca
Tendo uma nuvem por quincha
Está a D'alva, por uma frincha
Tão atenta, ao que se passa
Estás, desde os alvores
Nas plagas do índio guasca
Desde cedo, fazendo praça
Ao ouvir nossos clamores
Deste rumo aos payadores
E motivos pra compor
Nesta declaração de amor
Que brota meio sem jeito
Do lado esquerdo do peito
Deste humilde, payador
Autor...Paulo Sérgio Boita
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