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domingo, 12 de setembro de 2010

NINGUÉM É SEMPRE PERFEITO...

No tempo em que ainda não havia luz eléctrica, mas


pouco faltava, quem quisesse trabalhar ou ler depois do Sol

posto alumiava-se com candeeiros de petróleo. Os mais

pobres, sem dinheiro para o petróleo, usavam velas de

sebo.

Era o caso do poeta da nossa história. Estava ele, à noite,

a escrever uns versos, iluminado apenas pela luz do luar e

pela chama incerta de uma velinha a finar-se, quando uma

nuvem interceptou a luz da Lua.

– Ai! – lamentou-se o poeta. – Não tarda que a vela

acabe. Como vou eu conseguir terminar o poema?

Abriu a janela e gritou:

– Vento, se és meu amigo, afasta a nuvem, para que o

luar volte a iluminar-me.O vento terá ouvido o pedido e rodopiou numa súbita


ventania. Tanta foi que soprou a vela do poeta. Ficou o

pobre às escuras.

– Vento, tu não percebeste o que te pedi – irritou-se o

poeta. – És um desastrado.

Do céu carregado de nuvens começou a cair uma valente

chuvada.

– Pronto. Não precisas de chorar. Ninguém é sempre

perfeito – disse o poeta ao vento.

Fechou a janela e, resignado, foi para a cama às

apalpadelas. Ficou o poema em meio. Não se perdia grande

coisa, que o poema valia pouco. Ninguém é sempre

perfeito...

FIM....              António Torrado.

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