Canta onde nada existe
O rouxinol para seu bem ,
Ouço-o, cismo, fico triste
E a minha tristeza também,
Janela aberta, para onde
Campos de não haver são
O onde a dríade se esconde
Sem ser imaginação.
Quem me dera que a poesia
Fosse mais do que a escrever !
Canta agora a cotovia
Sem se lembrar de viver...
Fernando Pessoa...
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