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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A borboleta...

Trazendo uma borboleta,


Volta Alfredo para casa.

Como é linda! é toda preta,

Com listas douradas na asa.



Tonta, nas mãos de criança,

Batendo as asas, num susto,

Quer fugir, porfia, cansa,

E treme, e respira a custo.



Contente, o menino grita:

“É a primeira que apanho,

Mamãe! vê como é bonita!

Que cores e que tamanho!



Como voava no mato!

Vou sem demora pregá-la

Por baixo do meu retrato,

Numa parede da sala.”



Mas a mamãe, com carinho,

Lhe diz: “Que mal te fazia,

Meu filho, esse animalzinho,

Que livre e alegre vivia?



Solta essa pobre coitada!

Larga-lhe as asas, Alfredo!

Vê como treme assustada...

Vê como treme de medo...



Para sem pena espetá-la

Numa parede, menino,

É necessário matá-la:

Queres ser um assassino?”



Pensa Alfredo... E, de repente,

Solta a borboleta... E ela

Abre as asas livremente,

E foge pela janela.



“Assim, meu filho! perdeste

A borboleta dourada,

Porém na estima crescente

De tua mãe adorada...



Que cada um cumpra a sorte

Das mãos de Deus recebida:

Pois só pode dar a Morte

Aquele que dá a Vida.”


Olavo Bilac - Contos Infantis.

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