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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Do tresloucado...


- E nada existe mais abstrato do que o poema concreto.

Na solitude entrei em meu lugar.

As velas acendi. Tomei vanádio.

Os dentes areei. Liguei o rádio.

Eu vinha do festim de Baltasar.

Anunciava o locutor: "No Estádio

Nabucodonosor vai terminar

a luta, patrocínio de Paládio."

As ninfas já não pintam no meu lar.

Desliguei, desligado, o aparelho.

Em mim, no céu, fundia-se o sol-posto.

Doíam-me a coluna e o joelho.

Para tomar mais um, chamei a Jônia,

meiga mestiça, que m'o pôs a gosto.

Vê como dói viver em Babilônia...
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Paulo Mendes Campos...

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