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domingo, 9 de dezembro de 2012

A Canção...


Era a flor da morte

E era uma canção...


Tão linda que só se poderia ler dançando


E que nada dizia

Em sua graça ingênua

Dos subterrâneos êxtases e horrores em que estavam

mergulhadas as suas raízes...

Mas estava fragilmente pintada sobre o véu do silêncio


Onde a morta jazia com os seus cabelos esparsos

Com os seus dedos sem anéis

Com os seus lábios imóveis


E que talvez houvessem desaprendido para sempre até

as sílabas com que outrora

pronunciavam meu nome...

Onde a morta jazia, na sua misteriosa ingratidão!


Era uma pobre canção,

Ingênua e frágil,

Que nada dizia...
.
.
.
Mario Quintana...

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