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terça-feira, 17 de agosto de 2010

E tudo mudou...

O rouge virou blush


O pó-de-arroz virou pó-compacto

O brilho virou gloss



O rímel virou máscara incolor

A Lycra virou stretch

Anabela virou plataforma

O corpete virou porta-seios

Que virou sutiã

Que virou lib

Que virou silicone



A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento

A escova virou chapinha

"Problemas de moça" viraram TPM

Confete virou MM



A crise de nervos virou estresse

A chita virou viscose.

A purpurina virou gliter

A brilhantina virou mousse



Os halteres viraram bomba

A ergométrica virou spinning

A tanga virou fio dental

E o fio dental virou anti-séptico bucal



Ninguém mais vê...



Ping-Pong virou Babaloo

O a-la-carte virou self-service



A tristeza, depressão

O espaguete virou Miojo pronto

A paquera virou pegação

A gafieira virou dança de salão



O que era praça virou shopping

A areia virou ringue

A caneta virou teclado

O long play virou CD



A fita de vídeo é DVD

O CD já é MP3

É um filho onde éramos seis

O álbum de fotos agora é mostrado por email



O namoro agora é virtual

A cantada virou torpedo

E do "não" não se tem medo

O break virou street



O samba, pagode

O carnaval de rua virou Sapucaí

O folclore brasileiro, halloween

O piano agora é teclado, também



O forró de sanfona ficou eletrônico

Fortificante não é mais Biotônico

Bicicleta virou Bis

Polícia e ladrão virou counter strike



Folhetins são novelas de TV

Fauna e flora a desaparecer

Lobato virou Paulo Coelho

Caetano virou um chato



Chico sumiu da FM e TV

Baby se converteu

RPM desapareceu

Elis ressuscitou em Maria Rita?

Gal virou fênix

Raul e Renato,

Cássia e Cazuza,

Lennon e Elvis,

Todos anjos

Agora só tocam lira...



A AIDS virou gripe

A bala antes encontrada agora é perdida

A violência está coisa maldita!



A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador

As lições já não importam mais

A guerra superou a paz

E a sociedade ficou incapaz...



... De tudo.



Inclusive de notar essas diferenças

Um comentário:

  1. finalmente, depois de reflexão, este poema é muito triste ... bye !

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