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domingo, 3 de agosto de 2014

Ao Amor Antigo...


O amor antigo vive de si mesmo, 

não de cultivo alheio ou de presença. 


Nada exige nem pede. 

Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. 


O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. 

Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. 


Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, 

a antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. 


Mais ardente, mas pobre de esperança. 


Mais triste? 


Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor...

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.Carlos Drummond de Andrade

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