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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Boa Noite...fiquem com Deus...Beijo...


Lágrimas ocultas...


Se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!... 
.
.
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Florbela Espanca...

Menos a mim...


Conheço a aurora com seu desatino
Conheço o amanhecer com o seu tesouro
Conheço as andorinhas sem destino
Conheço rios sem desaguadouros
Conheço o medo do princípio ao fim
Conheço tudo, conheço tudo
Menos a mim.

Conheço o ódio e seus argumentos
Conheço o mar e suas ventanias
Conheço a esperança e seus tormentos
Conheço o inferno e suas alegrias
Conheço a perda do princípio ao fim
Conheço tudo, conheço tudo
Menos a mim.

Mas depois que chegaste de algum céu
Com teu corpo de sonho e margarida
Pra afinal revelar-me quem sou eu
Posso afirmar enfim
Que não conheço nada desta vida
Que não conheço nada, nada, nada
Nem mesmo a mim...
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Ferreira Gullar...

Ânsia...


Na treva que se fez em torno a mim
Eu vi a carne.
Eu senti a carne que me afogava o peito
E me trazia à boca o beijo maldito.
Eu gritei.
De horror eu gritei que a perdição me possuía a alma
E ninguém me atendeu.
Eu me debati em ânsias impuras
A treva ficou rubra em torno a mim
E eu caí!

As horas longas passaram.
O pavor da morte me possuiu.
No vazio interior ouvi gritos lúgubres
Mas a boca beijada não respondeu aos gritos.

Tudo quebrou na prostração.

O movimento da treva cessou ante mim.

A carne fugiu
Desapareceu devagar, sombria, indistinta
Mas na boca ficou o beijo morto.
A carne desapareceu na treva
E eu senti que desaparecia na dor
Que eu tinha a dor em mim como tivera a carne
Na violência da posse.

Olhos que olharam a carne
Por que chorais?
Chorais talvez a carne que foi
Ou chorais a carne que jamais voltará?
Lábios que beijaram a carne
Por que tremeis?
Não vos bastou o afago de outros lábios
Tremeis pelo prazer que eles trouxeram
Ou tremeis no balbucio da oração?
Carne que possui a carne
Onde o frio?
Lá fora a noite é quente e o vento é tépido
Gritam luxúria nesse vento
Onde o frio?

Pela noite quente eu caminhei...
Caminhei sem rumo, para o ruído longínquo
Que eu ouvia, do mar.
Caminhei talvez para a carne
Que vira fugir de mim.

No desespero das árvores paradas busquei consolação
E no silêncio das folhas que caíam senti o ódio
Nos ruídos do mar ouvi o grito de revolta
E de pavor fugi.

Nada mais existe para mim
Só talvez tu, Senhor.
Mas eu sinto em mim o aniquilamento...

Dá-me apenas a aurora, Senhor
Já que eu não poderei jamais ver a luz do dia...
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Vinicius de Moraes...

Iniciação amorosa...



A rede entre duas mangueiras
balançava no mundo profundo.
 

O dia era quente, sem vento.
 
O sol lá em cima,
as folhas no meio,
o dia era quente.

E como eu não tinha nada que fazer vivia
namorando as pernas morenas da lavadeira.

Um ida ela veio para a rede,
se enroscou nos meus braços,
me deu um abraço,
me deu as maminhas
que eram só minhas.
 
A rede virou,
o mundo afundou.

Depois fui para a cama
febre 40 graus febre.
 
Uma lavadeira imensa, com duas tetas imensas,
girava no espaço verde...
.
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Carlos Drummond de Andrade...

Prefiro rosas...


Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva...
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Ricardo Reis, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa...

Quando eu Morrer...


Quando eu morrer... não lancem meu cadáver
No fosso de um sombrio cemitério...
Odeio o mausoléu que espera o morto
Como o viajante desse hotel funéreo.

Corre nas veias negras desse mármore
Não sei que sangue vil de messalina,
A cova, num bocejo indiferente,
Abre ao primeiro o boca libertina.

Ei-la a nau do sepulcro — o cemitério...
Que povo estranho no porão profundo!
Emigrantes sombrios que se embarcam
Para as pragas sem fim do outro mundo.

Tem os fogos — errantes — por santelmo.
Tem por velame — os panos do sudário...
Por mastro — o vulto esguio do cipreste,
Por gaivotas — o mocho funerário ...

Ali ninguém se firma a um braço amigo
Do inverno pelas lúgubres noitadas...
No tombadilho indiferentes chocam-se
E nas trevas esbarram-se as ossadas ...

Como deve custar ao pobre morto
Ver as plagas da vida além perdidas,
Sem ver o branco fumo de seus lares
Levantar-se por entre as avenidas! ...

Oh! perguntai aos frios esqueletos
Por que não têm o coração no peito...
E um deles vos dirá "Deixei-o há pouco
De minha amante no lascivo leito."

Outro: "Dei-o a meu pai". Outro: "Esqueci-o
Nas inocentes mãos de meu filhinho"...
... Meus amigos! Notai... bem como um pássaro
O coração do morto volta ao ninho!... 

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Castro Alves...

Cantata de paz...


Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror

A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças

D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado...
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Sophia de Mello Breyner...

Mulher vestida de gaiola...


Parece que vives sempre
de uma gaiola envolvida,
isenta, numa gaiola,
de uma gaiola vestida,

de uma gaiola, cortada
em tua exata medida
numa matéria isolante:
gaiola-blusa ou camisa.

E assim como tu resides
nessa gaiola, cingida,
o vasto espaço que sobra
de tua gaiola-ilha

é como outra gaiola
igual que o mar: sem medida
e aberto em todos os lados
(menos no que te limita).

Pois nessa gaiola externa
onde tudo tem cabida,
onde cabe Pernambuco
e o resto da geografia,

três bilhões de humanidade
e até canaviais de usina
sei que se debate um pássaro
que a acha pequena ainda.

Tal gaiola para ele
mais do que gaiola é brida;
como cárcere lhe aperta
sua gaiola infinita

e lhe aperta exatamente
por essa parede mínima
em que sua gaiola-mundo
com a tua faz divisa.

Contra essa curta parede
entre ti e ele contígua,
que te defende e para ele
é de força, se é camisa,

todo o dia se debate
a sua força expansiva
(não de pássaro, de enchente,
de enchente do mar de Olinda).

Por que ele a quem sua gaiola
de outros lados não limita,
deseja invadir o espaço
de nada que tu lhe tiras?

por que deseja assaltar
precisamente a área estrita
da gaiola em que resides,
melhor: de que estás vestida?...

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João Cabral de Melo...

Resolução...


I

Considerando nossa fraqueza
Os senhores forjaram suas leis
Para nos escravizarem
As leis não mais serão respeitadas
Considerando que não queremos mais ser escravos.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.

II

Considerando que ficaremos famintos
Se suportarmos que continuem nos roubando
Queremos deixar bem claro que são apenas vidraças
Que nos separam deste bom pão que nos falta.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.

III

Considerando que existem grandes mansões
Enquanto os senhores nos deixam sem teto
Nós decidimos: agora nelas nos instalaremos
Porque em nossos buracos não temos mais condições de ficar.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.

IV

Considerando que está sobrando carvão
Enquanto nós gelamos de frio por falta de carvão
Nós decidimos que vamos toma-lo
Considerando que ele nos aquecerá.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.

V

Considerando que para os senhores não é possível
Nos pagarem um salário justo
Tomaremos nós mesmos as fábricas
Considerando que sem os senhores, tudo será melhor para nós.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria que a morte.

VI

Considerando que o que o governo nos promete sempre
Está muito longe de nos inspirar confiança
Nós decidimos tomar o poder
Para podermos levar uma vida melhor.
Considerando: vocês escutam os canhões -
Outra linguagem não conseguem compreender -
Deveremos então, sim, isso valerá a pena
Apontar os canhões contra os senhores!...
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Bertolt Brecht...

De Amor...


Chegaria tímido e olharia tua casa,
A tua casa iluminada.
Teria vindo por caminhos longos
Atravessando noites e mais noites.

Olharia de longe o teu jardim.
Um ar fresco de quietação e repouso
Acalmaria a minha febre
E amansaria o meu coração aflito.

Ninguém saberia do meu amor:
Seria manso como as lágrimas,
Como as lágrimas de despedida.

Meu amor seria leve como as sombras.

Tanto receio de te amar, tanto receio...
A sombra do meu amor
Poderia agitar teu sono, pertubar o teu sossego...

Eu nem quero te amar, porque te amo demais...
.
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Augusto Frederico Schmidt...

Me gustas quando te callas...


Me gustas quando te callas
Me gustas quando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, e my voz no te toca.
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto...
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Pablo Neruda

31/08 - Meditação...

 
Nenhum idioma humano é capaz de descrever

a alegria que aguarda ser descoberta no silêncio

atrás dos portais da sua mente.

Mas você deve convencer a si próprio;

deve meditar e criar esse ambiente...
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Paramahansa Yogananda...

O Tempo...



Sou o tempo que passa, que passa

Sem princípio, sem fim, sem medida

Vou levando a Ventura e a Desgraça,

Vou levando as vaidades da Vida


A correr, de segundo em segundo

Vou formando os minutos que correm...

Formo as horas que passam no mundo,

Formo os anos que nascem e morrem.


Ninguém pode evitar os meus danos...

Vou correndo sereno e constante:

Desse modo, de cem em cem anos,

Formo um século e passo adiante.
 


Trabalhai, porque a vida é pequena

E não há para o tempo demora!

Não gasteis os minutos sem pena!

Não façais pouco caso das horas!...

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 Olavo Bilac...

Bom Dia...


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Boa Noite...Fiquem com Deus...


Ao tempo...


Tempo, vais para trás ou para diante?
O passado carrega a minha vida
Para trás e eu de mim fiquei distante,
Ou existir é uma contínua ida
E eu me persigo nunca me alcançando?
A hora da despedida é a da partida

A um tempo aproximando e distanciando...
Sem saber de onde vens e aonde irás,
Andando andando andando andando andando

Tempo, vais para diante ou para trás?...
.
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Dante Milano...

Saudade...


Saudade de tudo!...

Saudade, essencial e orgânica,
de horas passadas,
que eu podia viver e não vivi!...
Saudade de gente que não conheço,
de amigos nascidos noutras terras,
de almas órfãs e irmãs,
de minha gente dispersa,
que talvez até hoje ainda espere por mim...

Saudade triste do passado,
saudade gloriosa do futuro,
saudade de todos os presentes,
vividos fora de mim!...

Pressa!...
Ânsia voraz de me fazer em muitos,
fome angustiosa da fusão de tudo,
sede da volta final
da grande experiência:
uma só alma em um só corpo,
uma só alma-corpo,
uma só,
um!...
Como quem fecha numa gota
o Oceano,
afogado no fundo de si mesmo... 
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Guimarães Rosa...

Talvez...


A esta hora branda d'amargura
A esta hora triste em que o luar
Anda chorando, ó minha desventura
Onde estás tu? Onde anda o teu olhar?

A noite é calma e triste...a murmurar
Anda o vento, de leva, na doçura
Ideal do aveludado ar
Onde estrelas palpitam...Noite escura

Dize-me onde ele está o meu amor
Onde o vosso luar o vai beijar,
Onde as vossas estrelas co'o fulgor

Do seu brilho de fogo o vão cobrir!...
Dize-me onde ele está! Talvez a olhar
A mesma linda noite a refulgir...
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Florbela Espanca...

Canção do fundo do tempo...


Longe andava o meu olhar.
Longe andava...
Creio que jamais te vi...
Linda corça enrodilhada
À espera do sacrifício,
Parece que te vejo agora
Só agora!
Levemente desenhada
Nos móveis biombos do tempo
Feitos de água e de gaze...
Ah! se eu pudessse jogar-me
Às águas que já passaram,
Decerto que morreria
Ou ficaria mais louco
Do que os anjos rebelados:
Ninguém quebra a lei do tempo,
Basta os cabelos de mortos
Que se enroscam em meus dedos,
Basta as vozes tão amadas
Que me chamam de tão longe...
Ah, decerto que eu morreria,
Se é que já não morri!
Longe andava o meu olhar.
Longe andava...
Por trás dos muros do tempo,
As pessoas que eu amava
Amaram-se entre si...
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Mario Quintana...

Esperança No Futuro...


Olha bem para essa linha do horizonte,
Onde o céu, encantado, encontra a Terra,
Onde o homem respira, e onde ele erra,
Tendo as marcas de Deus na própria fronte.

Olha, com atenção, esse futuro,
Que o ser humano aguarda, em plena luta,
Entre sorriso e pranto, e na labuta
Pelo império do amor, lindo e maduro.

Jamais desprezes a tua existência,
Entregando-te à mágoa e ao desalento.
Acende a luz de Deus no pensamento
E serve-O com profunda reverência.

Viver no mundo em luta renitente
Confere-nos valores indizíveis,
Sob a ação dos Bons Anjos que, invisíveis,
Dos céus trazem luz para toda a gente.

Aguarda no porvir, que já vislumbras,
A regeneração tão anelada.
Persiste íntegro e nobre na jornada,
E abre-te ao Sol, sem sombras nem penumbras.

Olha o horizonte onde deves chegar,
Após semeares bênçãos nas estradas.
Une-te às Almas Bem-aventuradas,
E deixa-te viver, servir e amar.

Busca manter alteada a tua confiança
Na vontade perfeita do Senhor,
E age no bem, com brio, com valor,
Empunhando o estandarte da esperança.



Pelo Espírito Rosângela C. Lima
 - Mensagem psicografada por Raul Teixeira...

30/08 - Meditação...

 
Quanto mais adoçante você puser na água, 

tanto mais doce ela ficará. 

Do mesmo modo, quanto mais você meditar 

com intensidade, maior será o seu progresso espiritual...
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Paramahansa Yogananda...

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29/08 - Meditação...  

Não se lamente se você não vir luzes 

ou imagens na meditação. 

Aprofunde-se na percepção da Bem-Aventurança; 

lá você encontrará a real presença de Deus. 

Não busque só uma parte, mas o Todo...
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Paramahansa Yogananda, "Assim Falava Paramahansa Yogananda"...

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28/08 - Meditação...  

Não importa o que possa acontecer 

ao seu corpo, medite. 

Nunca se deite à noite sem antes ter 

comungado com Deus. 

O seu corpo lhe lembrará que você trabalhou 

bastante e necessita de repouso, mas quanto 

mais você ignorar as suas solicitações e concentrar-se 

no Senhor, tanto mais a sua vida arderá de alegria, como 

um globo incandescente. 

Então você saberá que não é o corpo...
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Paramahansa Yogananda, "A Eterna Busca do Homem"...

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27/08 - Meditação...  

Por que Deus Se revelaria facilmente a você? 

Você, que trabalha tão arduamente por dinheiro 

e tão pouco pela realização divina! 

Os santos hindus nos dizem que, se dedicássemos 

um período de 24 horas em contínua e ininterrupta 

oração, o Senhor apareceria diante de nós ou Se 

revelaria a nós de algum modo. 

Se devotarmos pelo menos uma hora diária em profunda 

meditação nEle, com o tempo Ele virá a nós...
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Paramahansa Yogananda, "Assim Falava Paramahansa Yogananda"...

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26/08 - Meditação...  

Quanto mais você medita, mais pode ajudar 

os outros e mais profundamente estará em 

sintonia com Deus. 

As pessoas egoístas permanecem espiritualmente 

estagnadas, mas as altruístas expandem sua consciência. 

Quando encontrar a sua onipresença na meditação, você 

encontrará Deus. 

Se Ele estiver satisfeito, toda a natureza trabalhará 

em harmonia com você. 

Aprenda a falar com Ele com toda sua alma...
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Paramahansa Yogananda...

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25/08 - Meditação...  

Em sua busca de Deus, faça com que mesmo 

uma meditação curta seja tão intensa que 

pareça que você passou horas com Ele...
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Paramahansa Yogananda...

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24/08 - Meditação...  

As coisas essenciais devem vir em primeiro lugar. 

Ao acordar de manhã, medite. 

Se não fizer assim, o mundo inteiro o absorverá e 

você esquecerá Deus. 

À noite, medite, antes que o sono o convide. 

Eu estou tão fortemente enraizado no hábito de meditar 

que, mesmo deitado, encontro-me meditando. 

Não posso dormir da forma usual. O hábito de estar com 

Deus tomou o primeiro lugar...
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Paramahansa Yogananda "A Eterna Busca do Homem"...

Boa Noite...Um abração para todos estava com saudades...Beijos...


Bom pessoal tive uns probleminhas de saúde,

ainda estou meio lenta,

mas vou tentar recomeçar...

Por isso vou primeiro colocar o que está atrasado em dia...

Vamos lá...rsrsrsrsr...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A perdida esperança...


De posse deste amor que é, no entanto, impossível

Este amor esperado e antigo como as pedras

Eu encouraçarei o meu corpo impassível

E à minha volta erguerei um alto muro de pedras.


E enquanto perdurar tua ausência, que é eterna

Por isso que és mulher, mesmo sendo só minha

Eu viverei trancado em mim como no inferno

Queimando minha carne até sua própria cinza.


Mas permanecerei imutável e austero

Certo de que, de amor, sei o que ninguém soube

Como uma estátua prisioneira de um castelo

A mirar sempre além do tempo que lhe coube.


E isento ficarei das antigas amadas

Que, pela Lua cheia, em rápidas sortidas

Ainda vêm me atirar flechas envenenadas

Para depois beber-me o sangue das feridas.


E assim serei intacto, e assim serei tranqüilo

E assim não sofrerei da angústia de revê-las

Quando, tristes e fiéis como lobas no cio

Se puserem a rondar meu castelo de estrelas.


E muito crescerei em alta melancolia

Todo o canto meu, como o de Orfeu pregresso

Será tão claro, de uma tão simples poesia

Que há de pacificar as feras do deserto.


Farto de saber ler, saberei ver nos astros

A brilharem no azul da abóbada no Oriente

E beijarei a terra, a caminhar de rastros

Quando a Lua no céu contar teu rosto ausente.


Eu te protegerei contra o Íncubo

Que te espreita por trás da Aurora acorrentada

E contra a legião dos monstros do Poente

Que te querem matar, ó impossível amada!...
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Vinicius de Moraes...

23/08 - Meditação...


A arma mais destrutiva da ilusão de maya*

 é a resistência à meditação, pois esta atitude

nos impede de entrar em sintonia com Deus e com o Guru...
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Paramahansa Yogananda, "Rajarsi Janakananda: O Grande Iogue do Ocidente"...
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Nota do Tradutor: * Maya é o véu ilusório da criação,

cuja multiplicidade de formas oculta a única

Verdade Sem Forma...

Bom Dia...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Boa Noite meus queridos vou dormir, pena que não tenho um cachorrinho desses...rsrsrrsrsrrs...beijos...

Campo de flores...


Deus me deu um amor no tempo de madureza,

quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.

Deus - ou foi talvez o Diabo - deu-me este amor maduro,

e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.


Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos

e outros acrescento aos que amor já criou.

Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso

e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.


Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia

e cansado de mim julgava que era o mundo

um vácuo atormentado, um sistema de erros.

Amanhecem de novo as antigas manhãs

que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.


Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra

imensa e contraída como letra no muro

e só hoje presente.

Deus me deu um amor porque o mereci.

De tantos que já tive ou tiveram em mim,

o sumo se espremeu para fazer vinho

ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.


E o tempo que levou uma rosa indecisa

a tirar sua cor dessas chamas extintas

era o tempo mais justo. Era tempo de terra.

Onde não há jardim, as flores nascem de um

secreto investimento em formas improváveis.


Hoje tenho um amor e me faço espaçoso

para arrecadar as alfaias de muitos

amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,

e ao vê-los amorosos e transidos em torno,

o sagrado terror converto em jubilação.


Seu grão de angústia amor já me oferece

na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia

os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura

e o mistério que além faz os seres preciosos

à visão extasiada.


Mas, porque me tocou um amor crepuscular,

há que amar diferente. De uma grave paciência

ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia

tenha dilacerado a melhor doação.

Há que amar e calar.

Para fora do tempo arrasto meus despojos

e estou vivo na luz que baixa e me confunde...
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Carlos Drummond de Andrade...